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Não desejamos mal a quase ninguém!

No Mês do Orgulho LGBTQIA+ fica a pergunta: Como tirar o Brasil da vergonhosa posição de país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo, para o país da diversidade e inclusão? -

Mês do Orgulho LGBTQIA+ : Não desejamos mal a quase ninguém!

Não desejamos mal a quase ninguém!
Em vários países do mundo, incluindo o Brasil, o mês de junho é marcado por manifestações a favor dos direitos da comunidade LGBTQIA+. O Pride Month foi escolhido em celebração à Revolta de Stonewall, ocorrida em 28 de junho de 1969 em Nova York. Por isso, no dia 28 de junho é comemorado o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. Mas para além das celebrações e paradas, por que essa data é importante?

O Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo. Estamos há quatro anos consecutivos ocupando essa triste posição, de acordo com o relatório produzido pelo Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+, divulgado em maio desse ano.

O relatório chama atenção para o aumento considerável de casos de violência ou assassinato no ano passado na comparação com 2020, quando 237 mortes foram registradas. Em 2021, 316 pessoas LGBTQIA+ foram vítimas da LGBTfobia.

Existe uma lenda no Brasil que diz que o brasileiro é um povo pacato, festeiro e acolhedor. Mas quando olhamos para os números da violência provocadas pelos crimes de ódio às pessoas de grupo subrepresentados (homofobia, racismo, misoginia, etc), nota-se que temos um grande desafio civilizatório pela frente.

A violência contra pessoas LGBTQIA+, como toda violência, nasce do medo que se alimenta da ignorância. Ainda vivemos em um país que se recusa a educar os cidadãos sobre os temas de identidade de gênero e orientação sexual. Nas escolas, igrejas, comunidades e organizações, o tema ainda é tabu, o que dá margem para muitas distorções, julgamentos e condenações.

Mas hoje em dia, com todo o acesso à informação que temos, não podemos mais terceirizar a responsabilidade pela nossa educação para as instituições. Estão disponíveis, em artigos científicos, blogs, vídeos e tantos outros formatos conteúdos para esclarecer as dúvidas e dissipar os preconceitos.

Veja esse vídeo da Rita von Hunty sobre o significado da sigla LGBTQIA+…

A homofobia (rejeição ou aversão a homossexual e à homossexualidade) em uma sociedade heteronormativa (sociedade na qual somente os comportamentos heterossexuais são aprovados e incentivados) faz com as pessoas aprendam a discriminar os filhos e os amigos que são da comunidade LGBTQIA+, em especial os homens e meninos que demonstram expressões de gênero consideradas femininas.

Para se ter uma ideia, a idade média que meninas trans e travestis são expulsas de casa pela família é aos 13 anos. Esse é o grupo mais vulnerável da comunidade, exposto à prostituição para sobreviver, sem educação e com menor expectativa de vida: apenas 35 anos!

Muitas pessoas que rejeitam pessoas de grupos LGBTQIA+ o fazem baseadas em crenças de que essas pessoas escolhem ser lésbicas, gays, trans etc. Influenciadas pelo equivocado termo “opção sexual”, acreditam que, se elas quisessem, poderiam se adequar à heterocisnormatividade. Mas que não o fazem para afrontar os valores conservadores da sociedade.

No entanto, a orientação sexual ou a identidade de gênero não são escolhas do indivíduo. As pessoas com orientação homossexual não optam por se apaixonar e se relacionar intimamente com pessoas do mesmo sexo. Principalmente porque se pudessem, provavelmente, não optariam por ser alvo de ações violentas, comentários ou olhares preconceituosos e discriminatórios, uma vez que a regra dominante na nossa sociedade é a heterossexualidade.

Portanto, o mês do Orgulho LGBTQIA+ serve para reafirmar a existência desse grupo dentro da sociedade, que sempre inviabilizou e ignorou a diversidade sexual e de gênero em suas narrativas, histórias e cultura em geral.

A celebração é de grande importância para toda a comunidade de pessoas LGBTQIA+, pois serve para reforçar que mesmo com as dificuldades, e ainda não tendo os mesmos direitos civis que outras pessoas, é possível e necessário sentir orgulho de quem se é.

Dito isso, o meu convite a você é para assumirmos juntos um compromisso: tirar o Brasil da vergonhosa posição de país que mais mata pessoas LGTQBIA+ no mundo, para o país da diversidade e inclusão. Nós podemos escolher não desejar mal a ninguém. Isso sim é uma opção.

Gostou do artigo? Quer saber mais sobre como tirar o Brasil da vergonhosa posição de país que mais mata pessoas LGTQBIA+ no mundo, para o país da diversidade e inclusão e o mês do orgulho LGBTQIA+? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.

Kaká Rodrigues
https://www.diversidadeagora.com.br

p.s. 1 – Você não precisa ser uma pessoa LGBTQIA+ para ser uma aliada de amplos direitos humanos e civis para a comunidade.
p.s. 2 – Para se posicionar ativamente, é importante abrir a mente para ouvir as histórias, entender as necessidades e estudar sobre o assunto.
p.s.3 – Faça do seu aprendizado uma jornada leve e divertida: recomendo as séries Heartstopper, RuPaul’s, Queer Eye e Sex Education.

Confira também: Cultivando uma cultura de pertencimento, inclusão e diversidade de pontos de vista

 

Kaká Mandakini tem o propósito de contribuir para a construção de uma sociedade mais humana, compassiva, não-violenta e que valoriza a diversidade em todas as suas formas de expressão. Atuou durante 15 anos no mercado financeiro em áreas comerciais, estratégicas e de apoio ao negócio. Hoje, trabalha com o desenvolvimento de lideranças, com treinamentos, processos de autoconhecimento, gestão de conflitos e apoiando o desenvolvimento e as práticas de Comunicação Não-Violenta. Também atua como professora convidada e coach na Fundação Dom Cabral e no Insper, e como voluntária no Grupo Mulheres do Brasil e na Universidade do Propósito. É palestrante, coach, master practitioner em PNL, CHO – Chief Happiness Officer, treinadora comportamental, mentora, facilitadora de práticas de Comunicação Não-Violenta, Constelação Sistêmica Organizacional, Action Learning coach e mediadora de conflitos. Ela acredita que estamos entrando em uma nova era que pulsa por valores humanos mais elevados, como propósito, colaboração, criatividade, diálogo, sabedoria, felicidade, bem-estar, realização pessoal e consciência de interdependência, e que é papel de uma liderança consciente criar o ambiente favorável para a plena expressão do potencial e da autenticidade das pessoas.
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