Cada criança apresenta um desafio único que dependerá das combinações de seu temperamento, seu ritmo de desenvolvimento, com as próprias questões individuais dos pais e suas histórias de vida. Portanto, a educação que damos aos nossos filhos, deve manter os valores que queremos transmitir e os princípios básicos, mas deve ser personalizada e adequada às habilidades individuais diferenciadas e particulares.
Cada um de nós possui um perfil que nos atribui características próprias. Vivemos experiências singulares que nos tornam únicos e extraordinários. Ao respeitar as especificidades de cada um, valorizando as diferenças individuais, compreendemos que precisamos ser pais diferentes para cada um de nossos filhos, ajudando-os a realçar o que há de melhor em sua essência e a utilizar todo o seu potencial.
Assim também, toda família possui sua constituição específica, cultivam hábitos e crenças próprias. Não existe certo ou errado e sim maneiras diferentes de se fazer as coisas, levando em conta o que funciona para cada família. Isso irá depender do contexto em que ela está inserida, dos valores que são cultivados e que norteiam suas decisões e escolhas.
É fundamental celebrar a diversidade, mas isso requer o entendimento de que são justamente as diferenças que nos enriquecem, gerando a criatividade e a inovação. Vivemos um momento em que a crítica e a intolerância se fazem muito presentes. Busca-se uma perfeição inexistente, havendo uma preocupação exacerbada em ser aceito e aprovado, em ter ao invés de ser. Quando nos sentimos confortáveis com as escolhas que fazemos, quando não ficamos nos comparando aos outros e acreditamos em nosso próprio valor, não sentimos a necessidade de julgar e nem de atacar aqueles que optam por pensar e fazer diferente de nós.
A autovalorização está diretamente relacionada ao amor e à aceitação. Passamos a respeitar o caminho que cada um escolheu, que pode ser diferente do meu e está tudo bem. Não sentimos necessidade de tentar convencer os outros sobre nossos pontos de vista e opiniões ou esperar que todos enxerguem o mundo sob nossa própria perspectiva. Eu passo a ser quem eu sou em minha essência e permito que o outro seja quem realmente ele é.
O medo do fracasso está diretamente relacionado a sentir o seu valor e sua autoestima diminuídos, em dar ouvidos aos críticos internos e duvidar das próprias habilidades. O medo de errar nos faz criar várias estratégias para não fazer, não arriscar, procurando evitar a frustração. São as crenças que nos limitam e nos impedem de viver nosso potencial por completo.
Falharemos inúmeras vezes, nos sentiremos angustiados, incompetentes e frustrados. Mas não precisamos nos aprisionar nesses sentimentos. Quando percebermos que exageramos em nossa reação sendo punitivos ou demasiadamente duros com nossos filhos, devemos nos permitir reconhecer e corrigir a situação, sendo capazes de praticar o auto perdão e a pedir perdão. Ao nos nutrirmos com compaixão, trazemos à luz nossas emoções e as tornamos conscientes, escolhendo a forma como queremos sentir e responder às situações.
Quando não reconhecemos e não assumimos nossos próprios erros aos nossos filhos, passamos uma mensagem errônea de que estamos numa relação de poder e superioridade, em que nossas necessidades são mais importantes do que as dos outros e que as opiniões e sentimentos dos demais não devem ser considerados.
Ao admitirmos nossos erros, buscando repará-los, não estamos nos desvalorizando ou nos desautorizando como equivocadamente pode-se pensar. Ao contrário, nós ensinamos aos nossos filhos que as falhas nos possibilitam aprender para melhorar habilidades e promover a evolução, aumentando o respeito e a confiança na relação.
Permita-se a compreender os erros como oportunidades de crescer e aprender. Busque conexão com o seu filho e não uma expectativa de perfeição. Ao acolher e aceitar nossa vulnerabilidade, assumindo nossas imperfeições e sendo passíveis de falhas, permitimos que nossos filhos também aprendam a responder positivamente às frustrações e decepções, tornando-se mais resilientes. Aceitando nossas fragilidades, damos aos nossos filhos a oportunidade de verem que não somos perfeitos, de forma que também não sintam necessidade de buscar a perfeição em si mesmos.
Numa visão Coaching de educação de filhos, não se julga, não se culpa, mas a criança aprende a se responsabilizar por seus resultados e ser autora de sua própria vida. É importante que eles saibam que os aceitamos incondicionalmente como eles são e estaremos disponíveis para eles, que o relacionamento importa mais do que qualquer falha ou atitude indesejada que eles possam ter.
Se desejarmos que nossos filhos assumam suas falhas, se posicionem perante a vida, consigam relacionar suas ações com as consequências para se apropriarem de seus próprios esforços, precisamos fazer o mesmo. Muitas vezes, esperamos deles comportamentos e atitudes que não demonstramos. Precisamos cuidar do exemplo que estamos transmitindo. Somos um modelo, por isso é fundamental sermos congruentes, não colocando regras que nós mesmos não iremos cumprir.
Para viver de forma plena, precisamos acreditar que somos merecedores, tendo a coragem de sermos imperfeitos, mas conscientes de que podemos evoluir e avançar um pouco mais a cada dia. A qualquer tempo é possível fazer mudanças em nossas vidas. Somos livres para sermos o tipo de pessoa que queremos ser. Se algo não está funcionando da forma como gostaríamos, precisamos fazer coisas novas, caso contrário, continuaremos a perpetuar o que já temos. Buscar novas soluções ao invés de ficar paralisados na crítica, na culpa e na ameaça.
Não existem fórmulas mágicas, mas existem caminhos e possibilidades que nos permitem educar de forma mais saudável e equilibrada para alcançar melhores resultados de curto e longo prazo. Ao transmitir princípios que facilitam uma compreensão mais clara de si mesmos, das outras pessoas e da vida, nossos filhos tornam-se mais flexíveis e adaptáveis às mudanças, tornando-se pessoas mais capazes de construir relacionamentos significativos, fazer boas escolhas e viver com felicidade.
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