Negar se cuidar é negar o cuidado com o outro e deixar de sentir compaixão
Uma das coisas que mais me deixa triste são as pessoas não se cuidarem. Na minha percepção existe uma negação sem terem consciência das consequências de seus atos e o quanto eles impactam os que estão próximos. Acreditam que são invencíveis e que irão dar conta. O que não percebem que, com sua forma de pensar e agir, não estão preocupados com o outro, nem como ele se sente.
A tristeza da impotência do outro em não poder fazer nada se algo acontecer de ruim com as pessoas que lhe são queridas e ainda por cima são elas que irão cuidar deles. Mais uma vez só pensaram no prazer efêmero e na negação. Cuidar de si é cuidar do outro, amar a si mesmo e por conseqüência amar o outro. Sentir compaixão pelo outro que não precisa ser impactado por suas escolhas.
Na resiliência dizemos que negar o que o corpo sinaliza é acatar o estresse. É ter a crença de que é super-homem ou mulher-maravilha e que nada lhe derruba.
O estado resiliente é saber equilibrar a vida de uma forma mais harmônica mesmo diante do estresse. É pensar de forma estratégica na busca de soluções positivas. Cuidar de si e do outro, amar a si mesmo e ao outro. Perceber a importância da própria vida e da vida do outro. É ser responsável por suas escolhas e assumir que elas impactam positiva ou negativamente a si mesmo e seu entorno.
Tudo o que se pensa, faz ou sente traz impactos que muitas vezes podem ser irreversíveis, mesmo que não culmine com a morte. E de nada vai adiantar se arrepender porque jamais podemos trazer o passado de volta. O nome disso é autorresponsabilidade.
Aprendi muito cedo a tomar cuidado com minhas palavras, comportamentos e ações. Isso porque minha mãe sentia muita tristeza e frustração com algumas situações em família e o que ouvia de pessoas queridas. O nome disso é compaixão.
Aprendi que se soubesse cuidar de mim, estaria dando menos trabalho para ela e que o nome disso é compaixão.
Também aprendi a engolir muitas vezes a raiva para não ser agressiva, respirar e depois de um tempo conversar sobre o assunto e que o nome disso é compaixão.
Aprendi que demonstrar amor, mesmo diante de palavras e atos duros, que o nome disso também é compaixão.
Aprendi que mesmo diante dos meus próprios erros eu poderia entender que fiz o que sabia, no momento que estava, com o conhecimento que tinha e que o nome disso é compaixão.
E aprendi que mesmo com a rejeição e a falta de compreensão de outras pessoas, pois foi assim que elas foram criadas em suas crenças, baseadas em suas experiências e que tinham expectativas que eu não poderia atender, por simplesmente eu pensar diferente delas, e que o nome disso é compaixão.
Neste momento que escrevo estou em um local inusitado, refletindo sobre os acontecimentos de hoje e da minha impotência, em muitas vezes não poder fazer nada, porque não depende de mim escolher pelo outro se cuidar.
Por outro lado, percebo a grande consciência em saber que um dia cada uma das pessoas do meu entorno e do mundo irá trilhar um belo caminho. Mas cada um no seu tempo e percebendo a sua responsabilidade por seus pensamentos, sentimentos, comportamentos e ações. Fazendo melhores escolhas para si e por conseqüência para o outro, e que poderão perceber seu ato de compaixão.
Aprendi que quando tenho autocuidado, então eu tenho compaixão pelo outro.
Como seria se quando tiver diante da sua negação pensar em como o outro se sente quando você não se cuida e qual impacto você causa nessa pessoa e você nem percebe?
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre autocuidado e sentir compaixão? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.
Abraço,
Wania Moraes
http://www.waniamoraes.com.br/
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