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Negligência e as Consequências das Nossas Escolhas

Precisamos, em caráter de urgência, rever nossas crenças coletivas e analisar as consequências de várias escolhas negligentes que fizemos e continuamos...

Negligência e as Consequências das Nossas Escolhas

Negligência e as Consequências das Nossas Escolhas

A crise decorrente do coronavírus trouxe luz sobre uma série de questões sociais e econômicas que precisamos enfrentar.

Logo nos primeiros meses, muitas famílias e negócios começaram a sofrer com o impacto econômico decorrente do distanciamento social. E revelou a pouca ou nenhuma saúde financeira com a qual viviam, sem reservas, dependentes exclusivamente das entradas mensais para sobreviver. Assim como muitas relações pessoais e profissionais se encerraram, também revelando conflitos que vinham se arrastando e emergiram em meio ao estresse causado pela pandemia.

Analisando minuciosamente a dimensão dos problemas que eclodiram neste cenário eu concluo que somos uma sociedade negligente em nossas decisões e posicionamentos.

Mas afinal, o que significa negligência?!

De acordo com dicionário, negligência significa falta de cuidado, de apuro, de atenção. Um desleixo ou desmazelo. Exatamente o que identifico na forma como a maioria de nós, se não todos, lida com as questões pessoais, sociais e financeiras no nosso dia a dia.

Não fomos ensinados a pensar sobre relacionamentos, sociedade e dinheiro desde a nossa infância, tão pouco tivemos aulas sobre estes assuntos nas séries escolares fundamentais. E, mesmo hoje, com a iniciativa das escolas de incluírem estes programas, as nossas crianças seguem muito mais influenciadas por seus pais, parentes, e pessoas de referência à sua volta, do que pelos conteúdos superficiais que escutam nas poucas aulas que são oferecidas.

Insistimos em “aprender” somente com a experiência prática. O que torna o aprendizado mais lento e dolorido. Diminuindo as chances de usarmos os aprendizados de outras pessoas a nosso próprio favor. Sem falar das situações em que a dor impede um verdadeiro aprendizado, levando à repetição do erro.

Há ainda o risco da dor pessoal diminuir nossa sensibilidade e empatia à dor do outro e passarmos a fechar os olhos para as atrocidades que acontecem à nossa volta. Passarmos a considerar o comum como normal, e replicarmos atitudes e comportamentos nocivos para o desenvolvimento social.

Esta tendência ganha ainda mais força com os constantes estímulos à individualidade e competitividade, essenciais para a manutenção da cultura de consumo que sustenta o nosso sistema capitalista.

Precisamos, em caráter de urgência, rever as nossas crenças coletivas. Desfazer esta confusão entre o normal e o comum. Resgatar a nossa empatia. Voltar a cuidar uns dos outros, dentro e fora das nossas casas.

Não podemos mais nos calar diante da violência. Não podemos mais aceitar abusos e corrupção. E não podemos mais nos submeter e, pior, contribuir para uma cultura onde vivemos uma vida que não é de verdade. Colocando a importância do ter acima do ser, onde uma foto em rede social fala mais alto que minhas impressões ao cruzar com essa mesma pessoa na rua.

Se não começarmos a comunicar com verdade o nosso estranhamento ao comum, em breve será normal fotos de crianças assassinadas por padrastos e madrastas diante dos seus pais e das suas mães. Pois hoje já acontece muito mais do que sabemos. Quase que diariamente.

Limite é uma construção subjetiva muito sutil. Sempre que permitimos avançá-lo, ele se adapta. De tal forma que, após alguns passos, nós já não o percebemos mais.

Tenho a impressão que diariamente são atropelados limites pessoais e coletivos. Por isso, já não nos surpreendemos com tantas atrocidades.

O coronavírus não causou uma crise. Ele serviu de catalisador, expondo as consequências de inúmeras escolhas negligentes que fizemos há bastante tempo. E continuamos fazendo.

Nós podemos nos render a todos estes acontecimentos. Ou podemos finalmente agir. Assumindo as nossas responsabilidades, mudando o nosso posicionamento.

Não podemos mais seguir acusando os nossos políticos e governantes. Nós somos o nosso governo. Quem está lá retrata a cultura que desenvolvemos há muito tempo.

O que estamos dispostos a mudar para transformar este cenário e, consequentemente, a nossa realidade pessoal e social?!

Gostou do artigo? Quer saber mais a respeito sobre a negligência e as consequências de nossas escolhas? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

Sheila Berna
https://www.sheilaberna.com.br/

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Sheila Berna Author
⚙️ Sheila Berna
Sheila Berna é Psicóloga pela USP, Especialista em Orientação de Carreira pela USP, Master Coach pela FEBRACIS, Consultora e Palestrante. Com mais de 12 anos de experiência em atendimento individual, há 5 anos trabalha desenvolvendo lideranças e equipes. Residente do Vale do Paraíba, atuou em diferentes projetos da região assim como em São Paulo e Rio de Janeiro. Empreteca, apoia o movimento dos Empretecos do Vale do Paraíba, contribuindo para a organização de eventos relevantes ao empreendedorismo da região.
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