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Nem tudo são flores – A importância do Dia Internacional da Mulher no contexto atual

O Dia Internacional da Mulher vai além da celebração: é um reflexo das lutas por equidade, segurança e reconhecimento. Desigualdade salarial, violência e sobrecarga de trabalho ainda são desafios diários. Saiba por que essa data continua essencial.

Nem tudo são flores – A importância do Dia Internacional da Mulher no contexto atual

Nem tudo são flores
A importância do Dia Internacional da Mulher no contexto atual

Em um mundo onde as desigualdades de gênero ainda são uma realidade gritante, devemos reafirmar constantemente a importância desta data. Não é apenas uma celebração; é um lembrete da luta contínua e do longo caminho que ainda temos pela frente.

O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, é uma data de grande importância para reconhecer as conquistas e os desafios que as mulheres enfrentam ao redor do mundo.

No entanto, ao olharmos mais de perto, percebemos que nem tudo são flores. As estatísticas recentes revelam a dura realidade enfrentada por muitas mulheres, destacando a necessidade contínua de lutar por igualdade e justiça.

A Realidade Além das Flores

A realidade diária de inúmeras mulheres ao redor do mundo está longe de ser ideal. Segundo o Fórum Econômico Mundial, a lacuna de gênero global está se fechando, mas a um ritmo alarmantemente lento. Estima-se que levarão mais de um século para alcançar a paridade de gênero se continuarmos no atual ritmo de progresso.

A violência contra a mulher

Números aterradores apontam que 1 em cada 3 mulheres já sofreu violência física ou sexual em algum momento da vida.

A violência contra a mulher é uma questão alarmante em muitos países. De acordo com a ONU Mulheres, uma em cada três mulheres já sofreu violência física ou sexual em algum momento da vida.

No Brasil, os números são igualmente preocupantes: mais de 380 mil casos de violência contra mulher foram registrados na Justiça brasileira em apenas cinco meses de 2024, de acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Foram 318.514 casos de violência doméstica, 56.958 de estupro e 5.263 de feminicídio em apenas cinco meses.

Essa realidade cruel exige ações urgentes e políticas eficazes para proteger as mulheres e garantir seus direitos.

Pessoalmente, como mulher que já precisou recorrer à Delegacia da Mulher, posso afirmar que toda a sociedade se prejudica com a ameaça à nossa integridade física e emocional.

Assédio moral e sexual no trabalho

O ambiente de trabalho, que deveria ser um espaço de crescimento e desenvolvimento profissional, muitas vezes se transforma em um local de assédio moral e sexual para as mulheres.

Pesquisas indicam que 52% das mulheres brasileiras já sofreram algum tipo de assédio no trabalho, conforme relatório do Think Olga.

Esse comportamento prejudica a saúde mental das mulheres e limita suas oportunidades de carreira.

Também já sofri assédio moral e sexual no trabalho, e o principal desafio, à época foi a falta de informação e apoio da organização.

Sem uma comunicação efetiva e processos estruturados com foco na prevenção desses abusos, as mulheres ficam ainda mais vulneráveis nas empresas.

Nesse sentido, um grande avanço é a Lei 14.457/2022 que trouxe importantes alterações à legislação que regula a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), ampliando suas atribuições para incluir a prevenção e o combate ao assédio sexual e a outras formas de violência no ambiente de trabalho.

Com essa nova abordagem, a CIPA deverá implementar práticas e políticas que promovam um ambiente organizacional seguro e respeitoso, reforçando a importância de se coibir comportamentos abusivos.

Além disso, a lei instituiu o Programa Emprega + Mulheres, que visa fomentar a inclusão e a valorização da mulher no mercado de trabalho, garantindo condições mais igualitárias e justas.

As iniciativas propostas pela CIPA, em consonância com essa legislação, são fundamentais para a construção de um espaço laboral mais saudável, contribuindo para o bem-estar e a dignidade de todas as pessoas colaboradoras.

Burnout e sobrecarga de trabalho

A sobrecarga de trabalho e a síndrome de burnout são problemas reais enfrentados por muitas mulheres. A dupla e tripla jornada, que inclui o trabalho remunerado, as tarefas domésticas e o cuidado com a família, gera um desgaste físico e emocional intenso.

Segundo um estudo do IBGE, as mulheres dedicam em média 21,3 horas semanais ao trabalho doméstico, enquanto os homens dedicam apenas 10,9 horas. Esse desequilíbrio impacta diretamente a qualidade de vida e o bem-estar das mulheres.

O trabalho de cuidado não remunerado

O trabalho de cuidado não remunerado, como cuidar de crianças, idosos e pessoas doentes, é um fardo pesado que recai principalmente sobre as mulheres.

Estudos mostram que as mulheres realizam três vezes mais trabalho de cuidado não remunerado do que os homens.

Esse tipo de trabalho é essencial para a sociedade, mas raramente é reconhecido ou valorizado, o que perpetua a desigualdade de gênero.

Cargos de Liderança: Um Sonho Distante?

Quando olhamos para as posições de liderança, a representatividade feminina ainda é uma questão crítica.

A baixa representatividade das mulheres em posições de liderança no setor público e privado é um desafio significativo.

Apesar dos avanços, as mulheres ainda ocupam apenas 25% dos cargos de liderança no Brasil, de acordo com o Instituto Ethos.

Essa falta de representatividade limita a diversidade de perspectivas e impede a criação de ambientes mais inclusivos e equitativos.

Para ilustrar a força e a resiliência das mulheres, trago um trecho da música “Mulher do Fim do Mundo”, de Elza Soares, que diz: “Eu sou a mulher do fim do mundo, eu vou, eu vou até o fim cantar.” Essa canção poderosa reflete a luta contínua das mulheres por seus direitos e por um mundo mais justo.

Em resumo, o Dia Internacional da Mulher é uma data para celebrar, mas também para refletir e agir. Os desafios enfrentados pelas mulheres são muitos e variados, mas a luta por igualdade e justiça deve continuar.

Que possamos, a cada dia, construir uma sociedade mais justa e igualitária para todas as mulheres.

As mulheres ocupam apenas cerca de 29% dos cargos de liderança globalmente, um número que revela o desequilíbrio de gênero que persiste tanto no setor público quanto no privado.

A cada 8 de março, relembramos as vitórias, e também a urgência por mudanças significativas.

Elza Soares, em sua poderosa canção “Mulher do Fim do Mundo”, canta:

“Minha voz usa os tintins de silêncio/ Nos mil balaios e pilões/ Sou menina mulher jogada aos seus cães.”

Esses versos ressoam a força e a dor de mulheres que lutam para serem ouvidas em um mundo que frequentemente tenta silenciá-las.

O Chamado para a Ação

Para um verdadeiro progresso, é crucial que cada um de nós se envolva na luta pela igualdade de gênero.

Isso começa ao reconhecer as realidades, discutir problemas difíceis, e, principalmente, tomar ações concretas que fortaleçam as mulheres em todas as esferas da vida.

Chegará o dia em que tudo serão flores, mas, até lá, é fundamental que continuemos firmes na nossa determinação de criar um mundo mais justo e igualitário para todos.

No Dia Internacional da Mulher e em todos os dias, que possamos nos unir e reafirmar que a luta não é em vão.

Que possamos continuar a celebrar as mulheres que vieram antes de nós, apoiar aquelas que estão ao nosso lado e inspirar as futuras gerações a sonharem com um futuro onde nem tudo é luta, mas tudo é possível.

Gostou do artigo?

Quer saber mais sobre a importância do Dia Internacional da Mulher no contexto atual e como ele pode impulsionar mudanças reais na luta pela igualdade de gênero? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar com você!

Kaká Mandakini
Fundadora da DivA Diversidade Agora! e ativista pela vida
https://www.diversidadeagora.com.br

Confira também: Diversidade e Inclusão em 2025: Enfrentando Desafios e Construindo um Futuro Inclusivo

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Kaká Mandakini tem o propósito de contribuir para a construção de uma sociedade mais humana, compassiva, não-violenta e que valoriza a diversidade em todas as suas formas de expressão. Atuou durante 15 anos no mercado financeiro em áreas comerciais, estratégicas e de apoio ao negócio. Hoje, trabalha com o desenvolvimento de lideranças, com treinamentos, processos de autoconhecimento, gestão de conflitos e apoiando o desenvolvimento e as práticas de Comunicação Não-Violenta. Também atua como professora convidada e coach na Fundação Dom Cabral e no Insper, e como voluntária no Grupo Mulheres do Brasil e na Universidade do Propósito. É palestrante, coach, master practitioner em PNL, CHO – Chief Happiness Officer, treinadora comportamental, mentora, facilitadora de práticas de Comunicação Não-Violenta, Constelação Sistêmica Organizacional, Action Learning coach e mediadora de conflitos. Ela acredita que estamos entrando em uma nova era que pulsa por valores humanos mais elevados, como propósito, colaboração, criatividade, diálogo, sabedoria, felicidade, bem-estar, realização pessoal e consciência de interdependência, e que é papel de uma liderança consciente criar o ambiente favorável para a plena expressão do potencial e da autenticidade das pessoas.
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