
Viktor Frankl: Num Campo de Concentração, em Busca de Sentido (parte I)
Vamos imaginar a seguinte situação…
Um trem lotado com 1500 pessoas já na estrada há alguns dias e noites. Em cada vagão, 80 pessoas espremidas. As mochilas todas amontoadas (últimos pertences daquelas pessoas).
Não dava nem pra ver a janela direito, apenas um pedacinho.
Todos no trem achavam que estavam indo para uma fábrica de armamentos, onde seriam usados para trabalhos forçados.
De repente, toca o apito do trem.
Na placa da estação que eles estavam chegando, estava escrito: Auschwitz.
Todos ali sabiam o que aquilo significava: câmera de gás, crematórios e execuções em massa. Traduzindo… morte.
Assim que eles desceram, veio a chamada da primeira seleção, que funcionava da seguinte forma: depois de todos os prisioneiros deixarem as suas bagagens no vagão por definitivo, um oficial nazista olhava e analisava friamente cada um dos prisioneiros.
Se ele apontasse para direita, então o homem iria ser usado como mão de obra escrava em trabalhos forçados. Contudo, se o oficial apontasse para a esquerda, iria para a câmera de gás.
O oficial apontou a direita para Viktor Frankl. Depois vieram muitos outros momentos, como raspar não só a cabeça, mas todos os pelos do corpo. Todas as roupas eram tiradas, sendo que o frio era absurdo.
Viktor Frankl relatava:
“Não tínhamos nada, a não ser nossa existência nua e crua”.
Com o passar dos dias, depois de passar por esse estágio de choque, então veio a apatia como principal sintoma da segunda fase. A apatia é um mecanismo necessário de autoproteção da psique. Reduz-se a percepção da realidade. Toda a atenção e, portanto, também os sentimentos se concentram em torno de um único objetivo: pura e simplesmente salvar a vida – a própria e a do outro!
A única coisa que resta é sobreviver.
- Noites sem dormir (dormiam de lado pra caber);
- Fome (um pedaço de pão e uma sopa por dia, comiam cadarços dos sapatos);
- Frio (pés congelados, trabalhavam de madrugada no congelante inverno de Auschwitz);
- Desumanização (todos os pelos depilados, inclusive cabelos e sobrancelhas);
- Usar a mesma camisa por mais de um ano até ela se tornar apenas um farrapo;
- Nenhum pesadelo podia ser pior do que acordar.
Você iria conseguir, de fato, sobreviver a uma situação assim?
O curioso é que Viktor Frankl diz no livro que ele começou a perceber que alguns prisioneiros ali agiam de maneira diferente de outros.
E aqui então fica uma pergunta: os prisioneiros tinham Sonhos?
Até o próximo encontro!
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre a história de Viktor Frankl? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em informar.
Até próximo encontro!
Elizabeth Kassis
Coluna Tudo Azul
Referências: Wikipédia, Página Oficial: www.univie.ac.at/logotherapy/, Em Busca de Sentido (Viktor E, Frankl -1984), Professor Dr. Alberto Nery,
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