O Autoconhecimento e a Visão de Mundo
Quando se toca no assunto de crise, algumas pessoas naturalmente reagem com percepção negativa sobre o assunto, enquanto algumas outras transpõem essa percepção expandindo-a a ponto de perceber oportunidades e pontos de melhorias.
É aquela velha história de enxergar o copo meio cheio ou meio vazio. Teoricamente quem enxerga o copo meio vazio tem tendência a ter visão mais pessimista do mundo, e o contrário, quem enxerga o copo meio cheio, tende a ter a visão mais otimista.
E qual é o impacto da visão de mundo na vida e no desenvolvimento humano?
A clareza de visão de mundo impacta diretamente na qualidade das expectativas que se cria para com o mundo. Expectativas mal dimensionadas resultam em frustrações e decepções. Simples assim!
É comum nos depararmos no dia a dia com frustrações, estresse, insatisfações e reclamações de pessoas que convivemos (ou de nós mesmos). Se a visão da pessoa estiver deturpada e mal calibrada, pode-se superestimar ou subestimar os fatos da realidade. Isso é um indicativo de que a visão de mundo está provavelmente com clareza baixa.
O impacto da frustração e insatisfação gerada pela clareza de visão baixa, está diretamente relacionado ao nível de motivação, energia e potência de agir do indivíduo. Quanto mais se frustra com as expectativas, menos motivação e menos energia se tem para agir, a ponto de desistir, largar ou na melhor das hipóteses, procrastinar.
E como faz para “calibrar” a visão e percepção para que sejam claras e congruentes com a realidade de fato?
É aqui que os instrumentos de assessments nos ajudam a turbinar o desenvolvimento humano.
Neste caso em específico, existem dois instrumentos de assessments que mapeiam o nível de percepção do indivíduo. A axiologia, com base nos conceitos de Robert S Hartman, que identifica os padrões de pensamento e julgamento em nível de clareza do indivíduo na visão de mundo interior e exterior, e o instrumento de inteligência emocional (QE), com base nos conceitos de Daniel Goleman, que dentre os 5 fatores que compõem o conceito, dois deles mapeiam o nível de consciência e percepção das emoções do próprio indivíduo e dos outros com quem se relaciona.
Com o auxílio destes instrumentos, pode-se mapear qual o nível de clareza do indivíduo. E partindo destes indicadores, permite ao profissional analista validar os tipos e padrões de referência, parâmetros de visão e julgamento do indivíduo. Dessa forma, buscar referências fatídicas que possibilitem “calibrar” a visão e percepção do cliente, ajustando a visão relativa individual com a realidade como realmente é.
Um exemplo de recurso da axiologia é o fator “Consciência Situacional Externa” do instrumento ACI da TTISI, que mapeia o nível de expectativas do indivíduo a respeito do mundo à sua volta. Quanto mais bem desenvolvido, mais realista é a visão deste indivíduo com o mundo externo. Quanto menos desenvolvido, menos realista e mais idealista é a visão do indivíduo, com maior probabilidade de gerar frustrações, criar ilusões e querer que o mundo seja como ele pensa e não como realmente é.
Em termos de gestão de crise, o indivíduo com este fator menos desenvolvido, pode ter potencial para o pessimismo e gerar expectativas mal dimensionadas. Consequentemente estará mais suscetível a desistir, se desmotivar e resistir menos a adversidades.
O fato é que se olharmos de forma neutra e realista, as crises realmente são oportunidades que apontam os pontos de melhoria que devemos enxergar para crescermos e evoluirmos como indivíduos, principalmente na construção do caminho do sucesso, que requer ajustes constantes e superação de obstáculos.
Na escrita tradicional chinesa, a representação da palavra “crise” (wei ji – 危機) é resultado da combinação dos ideogramas “perigo” (wei – 危) e “mudança” (ji – 機).
No caso da palavra “oportunidade” (ji hui – 機會), tem a combinação dos ideogramas “mudança” (ji – 機) com “possibilidade” (hui – 會).
Ou seja, se juntarmos “perigo” com “mudança” temos “crise”. E se juntarmos “mudança” com “possibilidade”, temos “oportunidade”. Com isto, conclui-se que para a cultura chinesa, “crise” e “oportunidade” possuem um ponto em comum, que é a “mudança” (ji – 機).
Em outras palavras, a mudança é inevitável. Seja ela para superar um perigo, como para gerar possibilidades.
Quanto mais conquistamos a nós mesmos em termos de autoconhecimento, mais oportunidades de evolução e fortalecimento enxergamos. Entretanto, o mais importante de todo conhecimento é combiná-lo com a prática.
Como em todo bom processo de coaching, a prática é que nos leva à perfeição. Seja no aperfeiçoamento como profissionais de desenvolvimento humano, como nas ações práticas do plano de ação dos nossos clientes.
Vale lembrar que ambos os instrumentos citados acima proporcionam muito mais informações e conteúdos ricos que otimizam o autoconhecimento do que utilizei como exemplos aqui neste artigo, e para quem ainda não os conhece sugiro tomar um café com o pessoal da TTISI (http://www.ttisi.com.br/).
Se você gostou do que leu e algo fez sentido para você neste artigo, te convido a ler e reler os artigos anteriores (clique aqui) e principalmente ficar atento aos próximos artigos que trarei com mais dicas e conteúdos para turbinarmos e otimizarmos nossos trabalhos de desenvolvimento humano.
Se você já utiliza assessments ou vai experimentar novas alternativas, avalie sempre a função e o foco de utilidade. Principalmente a sua afinidade em trabalhar com o instrumento. Procure optar pelos instrumentos que te proporcionem maior segurança, confiabilidade, e que tenham histórico de pesquisa, validação e boa atuação na área para lhe oferecer suporte. Afinal de contas, é o instrumento que deve servir e agregar ao nosso trabalho, e não o contrário.
E para os curiosos e estudiosos de plantão, abaixo estão os ideogramas citados no artigo:
Crise: 危機
Oportunidade: 機會
Bruno Tsai
http://www.btperformance.com.br/
Participe da Conversa