Para muitos especialistas, o Coaching é entendido mais como filosofia geral e de perspectivas do que um estilo particular de intervenção na área de atitudes e comportamentos. E quando patrocinado por uma empresa, o Coaching cria a relação triangular entre o Coach, que fornece o serviço, o Coachee, que recebe o serviço, e a empresa que assume o papel de cliente, já que é ela que paga as contas. Para outros especialistas, o Coaching é a arte que consegue inspirar, energizar e facilitar desempenho, aprendizagem e o desenvolvimento do Coachee.
Em 2001, uma dupla de pesquisadoras (Sheila Kampa-Kokesch amp; Mary Anderson) publicou um dos estudos mais citados pelos especialistas, verdadeiro guia na abordagem científica do Coaching. Elas concluíram que a história de como o Coaching passou a fazer parte do cotidiano das pessoas, principalmente o executivo, é muito difícil de identificar, pois é bem recente a realização de pesquisas mais avançadas.
Passados mais de dez anos de novos estudos e pesquisas para a construção da teoria em Coaching, hoje ainda há outras lacunas: (a) carência de pressupostos filosóficos para orientar a tarefa de construção de teorias; (b) a ausência de métodos de construção de teoria profundamente pesquisados e verificados, e; (c) a falta de entendimento compartilhado e comum dos conceitos básicos da construção dessa teoria em desenvolvimento de recursos humanos.
A American Management Association definiu o Coaching executivo pela “relação de curto e médio prazo entre gerente (ou líder sênior) e um consultor (interno ou externo), buscando melhorar o desempenho no trabalho”. A APS – Australian Psychological Society interpreta o Coaching como sub-disciplina da Psicologia e o define como “processo positivista aplicado, que se baseia e desenvolve desde abordagens estabelecidas, e pode ser entendido como aplicação sistemática da ciência comportamental, focada no aprimoramento da experiência de vida, desempenho no trabalho e bem-estar de indivíduos e grupos clinicamente sem problemas de saúde mental significativos ou níveis anormais de sofrimento”.
O Centro de Psicologia Positiva Aplicada do Institute of Coaching, nos EUA, desenvolve treinamento e intervenções clínicas com base no campo da psicologia positiva, a qual fornece uma robusta base teórica e empírica para a saúde, a vida e princípios de liderança. Mas o que exatamente é a psicologia positiva?
A Psicologia Positiva é a exploração científica das condições e processos que levam à ótima saúde e melhor desempenho. Ao contrário da Psicologia mais tradicional, que incide sobre a patologia e busca o tratamento que está “errado”, a Psicologia Positiva enfatiza as forças humanas e as experiências positivas para melhorar a vida das pessoas comuns. Ela se encaixa com o que os treinadores, fisioterapeutas, gestores, educadores e líderes têm por missão: criar condições pelas quais as pessoas podem florescer.
Ora, a essência do Coaching não é a de fazer as pessoas crescerem e alcançarem as metas a partir de uma revigorada capacidade de reflexão? Daí o fato de que, hoje, há uma corrente de estudiosos que associam as bases do Coaching às da Psicologia Positiva. A questão que ainda permanece sem resposta, no mundo inteiro, é se o melhor Coach é aquele que tem formação de Psicólogo. Em minha opinião, a resposta é não. Mas quem sou eu para dar a resposta final se essa polêmica claramente existe e as opiniões a favor e contra enchem as páginas de magazines e jornais especializados em Coaching?
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