Meus amigos, na minha vida eu passei por várias experiências interessantes, algumas dramáticas e outras que contribuíram com o meu desenvolvimento pessoal. Experiências que trouxeram dor ou alegria, algumas vezes dor e alegria, momentos de excitação, de reflexão e de enfrentamentos. Decisões bem encaminhadas e outras que não deram certo. Medo, algumas vezes, porque não?
E pergunto: quantos dos que me acompanham não passaram ou passarão pelo mesmo caminho?
Porém, uma coisa é certa. No desempenho profissional sempre consegui manter a clara distinção entre o racional e o emocional, fosse como executivo, em um atendimento, na sala de aula ou em uma palestra, em consultoria, na admissão ou na demissão. Já escrevi aqui o quanto a relação Coach-Coachee pode ser prejudicada se o profissional não tiver a capacidade de controlar o momento difícil do cliente, passando a conduzir o trabalho com o devido suporte emotivo, mas sem se envolver ou sofrer junto. É como o médico que vê o seu paciente em um quadro bastante crítico, mas que deve manter o equilíbrio entre dar conforto e tomar a decisão técnica que melhor pode atender aquele caso. Seria isto que escrevi novidade aos profissionais que ora estão lendo minha coluna?
Pois então, quero trazer aqui um momento de dilema, uma questão a ser refletida por todos nós em conjunto. Quando o filho (ou filha) já adulto (ou adulta) se aproxima de você e comenta uma situação difícil pela qual está passando e, com misto de ansiedade e dependência, pede que compartilhe com ele (ou ela) aquele momento, como pai (ou mãe) e como Coach… Seria isso possível? Alguém consegue conjugar o amor de pai (ou mãe) com a postura ética e metodológica exigida de um verdadeiro Coach? É possível ser pai (ou mãe) e ter o filho (ou filha) adulto (a) como Coachee?
Claro que há profissionais que admitem a figura do “Pai Coach” no desenvolvimento da educação e das escolhas profissionais de seus filhos. Acredito que essa relação possa existir em vários momentos e para diversas situações, principalmente aquelas em que a racionalidade evidentemente estará presente, sem a influência crítica da emocionalidade. Mas o que fazer quando a situação é outra? E quando o sofrimento do filho (ou filha) é compartilhado com o pai (ou mãe), será possível manter o papel de Coach? Ou vai haver confusão de papéis que será negativa para todos?
Ocorre-me que um caminho seria buscar a posição conciliadora. Será que o papel de Conselheiro ou de Mentor poderia aproximar o racional do emocional para ajudar o filho (ou filha) a encontrar respostas para um momento dolorido e crítico de sua vida? Ou o melhor é pedir a outro profissional para que assuma a posição do Coach e incorporar-se somente na posição de pai (ou mãe)? Ainda que a postura de não-julgamento do profissional deva estar presente na vida pessoal, será isso perfeitamente possível para o pai (ou mãe), quando se trata de uma pessoa tão próxima?
Eis então o desafio que eu quero trazer aos leitores. Como vocês encaram essa situação descrita? Quem já passou por algo assim gostaria de contar seu caso? Valem as experiências que deram e as que não deram certo. É claro que valem as respostas para a “Mãe-Coach” e o “Pai-Coach”. Meu interesse é compilar as opiniões de vocês e trazer aqui para o Cloud Coaching uma visão de como o grupo encara esse assunto. Por certo, o sigilo é totalmente garantido. O que acham?
Bem, peço que enviem email para gestao_md@attglobal.net com uma breve descrição de sua experiência ao viver o dilema que descrevi. O fundamental é comentar de sua sensação interior, do conflito pessoal (se existiu ou não) e se tudo terminou bem (ou não). Use no máximo 300 caracteres e informe seu sexo, idade e cidade em que reside. No assunto coloque “Dilema de um Coach”.
Finalizando, já aviso que todos se preparem para um processo crescentemente participativo neste espaço, pois esta é a primeira de uma série de enquetes (e chegaremos a pesquisas mais aprofundadas) que pretendo fazer para explorar mais de perto o perfil do Coaching no Brasil, tanto na ótica do Coach como na do Coachee. Para esta primeira, o prazo para respostas é 31/05/2014.
Participe da Conversa