O Impacto das Projeções dos Pais nos Filhos
“Minha filha vai ter tudo o que eu não pude ter”, já ouviu? “Vai ser médico como eu, meu pai e meu avô!” Sim, os pais também fazem isso. Aqui, eu já não posso me incluir. (Leu o artigo anterior? – clique aqui)
Queremos o melhor para os nossos filhos e filhas, é fato! Claro, todos os pais desejam! E muitos desde que seja o que eles entendem como o melhor, não o que seus filhos ou filhas querem.
Como exemplo, podemos citar casos de empresas familiares. Muitos desses herdeiros não querem dar continuidade aos negócios da família, que vêm de gerações, o que gera situações conflituosas e até rompimentos com aqueles que quebraram a tradição. Há situações de deserdação.
Outro motivo é não perpetuar o costume da família nas festas. Vou dar o exemplo do Natal, sempre na casa da tia Edith, isso já é uma lenda de 70 anos. Só que a filha quis passar no Nepal com os amigos. Pronto! Acabou o amor, está liquidado e essa filha destruiu o espírito natalino.
Ou quando o filho resolve falar do seu novo amor, que está apaixonado, feliz da vida! A família vibrando na perspectiva de uma cerimônia religiosa maravilhosa para mostrar à sociedade sua nora esplendorosa, conceituada, já vibrando com seus futuros netos, e, conhece o namorado.
Acabou, a família destruída e esse filho passou a ser repudiado porque envergonhou toda a congregação.
Nossos filhos e nossas filhas também não são perfeitos como nós também não somos, podem apresentar características distintas do que julgamos ser saudável, certo ou felicidade. Decidem e podem errar.
A expectativa que nós pais e mães criamos através de nossas projeções, arquétipos e controle absoluto sobre tudo, que não temos, leva à frustração, desentendimento, rompimento e sofrimento sem fim.
Vender pintura nas calçadas de Paraty pode ser uma grande aventura e realização, como usar cabelo bem curtinho, tranças box braids, roupas largas, justas, ser magra, ser gordo, cabelo azul, namorar mulher mais velha, casar com homem mais novo, cuidar só da casa, ser agnóstico, religiosa…
Isso tudo vai depender dos valores, onde querem chegar, trabalhar, estudar, conquistar, manter, realizar, se encherem de orgulho, de forma responsável e emancipada.
O que nossa prole precisa é ser aceita, amada, respeitada e acolhida, e nós, pais e mães, devemos cuidar das nossas decepções, fantasias, expectativas, desejos não contemplados. Sem abuso, sem vitimismo e dramatização.
As crianças sofrem, e se tornam adultos frustrados e inseguros. “Não force o seu bebê a andar, ele tem seu tempo”.
Se for uma questão física, um profissional vai te dizer, mas se o da sua prima ou do seu vizinho começou aos 6 meses, o seu pode começar aos 10 meses e está tudo bem.
Projetar as suas desilusões não resolve o seu problema do passado. Sua busca será em vão. Tenha certeza de que você ainda tem tempo de reiniciar sua vida e fazer o que você quiser. Orgulhe-se do seu filho, da sua filha, e diga isso em gestos, palavras e apoio.
Pode até não ser uma função fácil, afinal, sofremos quando sofrem, sentimos quando sentem, vibramos quando vibram, mas são independentes e devemos apoiar suas decisões, mesmo que sejam diferentes da nossa opinião.
E, novamente, o diálogo é a melhor ferramenta para relacionamentos saudáveis, respeitosos e duradouros.
Teus filhos não são teus filhos. São filhos e filhas da vida, anelando por si própria.
Vêm através de ti, mas não de ti. E embora estejam contigo, a ti não pertencem.
Podes dar-lhes amor, mas não teus pensamentos, pois eles têm seus pensamentos próprios.
Podes abrigar seus corpos, mas não suas almas, pois suas almas residem na casa do amanhã, que não podes visitar-se quer em sonhos.
Podes esforçar-te por te parecer com eles, mas não procureis fazê-los semelhante a ti, pois a vida não recua, não se retarda no ontem.
Tu és o arco do qual teus filhos, como flechas vivas, são disparados. Que a tua inclinação na mão do arqueiro seja para alegria.
(Khalil Gibran)
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Quer falar mais sobre o impacto da projeção dos pais nos filhos e como evitar que as crianças sofram, se tornem adultos frustrados e inseguros? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em falar a respeito.
Até o próximo artigo!
Márcia Rosa
https://www.marciarosaconsultoria.com.br
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