O Líder Coach/Mentor
“Grandes líderes mudam de estilo para levantar a autoestima de suas equipes. Se as pessoas acreditam nelas mesmas, é impressionante o que elas conseguem realizar.” Sam Walton (1918-1992, fundador do Walmart)
Existe fórmula de sucesso para líderes gestores?
O sucesso ou o fracasso de um gestor é determinado pela força e competência de sua equipe.
Organizações bem sucedidas e admiradas, via de regra, apresentam retornos e resultados muito acima dos concorrentes no mercado em que atuam. E têm uma coisa em comum: são aquelas onde a cultura de treinamento – formal e informal – é disseminada e praticada de forma recorrente e estruturada.
E esta vantagem competitiva é consequência de alinhamento de valores e objetivos corporativos com os colaboradores que gera assim melhoria significativa no clima organizacional, aumento de produtividade e redução de custos.
Programas de treinamento específicos voltados para desenvolver competências (as “hard skills”) e conhecimentos técnicos são importantes para suprir carências identificadas em profissionais para o desempenho de suas tarefas e obrigações rotineiras. Por outro lado, treinamentos que visam desenvolver habilidades (as “soft skills”), principalmente aquelas de relacionamento no árido e difícil ambiente corporativo são desenvolvidos por uma gama de consultorias especializadas no mercado em conjunto com o RH da organização.
Nos últimos tempos, a figura do “líder coach” interno tem se mostrado uma das formas mais eficazes para criar uma cultura de treinamento (formal e informal), para exercer o efeito multiplicador na disseminação e na prática da cultura corporativa. Além disso, tem sido de fundamental importância no desenvolvimento de pessoas e no aprimoramento de lideranças.
Mas o que faz o” líder coach”?
A maioria das empresas necessita de pessoas para promover mudanças rápidas e isto pode ser obtido através dos chamados “líderes que treinam”; quanto mais uma organização pode tornar cada líder um treinador eficaz, mais rapidamente se adaptará ao ambiente de negócios em constante volatilidade.
E quais as qualidades requeridas para o “líder coach”? É necessário treinamento?
Confesso que quando executivo (atuei CFO e, nos últimos 20 anos, como CEO), pelo fato de valorizar e respeitar as pessoas bem como orientá-las quanto às suas funções e carreira, eu me considerava como um excelente “líder coach”. Hoje, após ter adquirido sólida formação em coaching e depois de muito estudo posso dizer que poderia ter sido muito melhor como executivo quanto à atribuição de desenvolver colaboradores.
Portanto, é necessário treinamento e formação para exercer a função de “líder coach”; algumas lições que aprendi:
- Não confundir coaching com amizade;
- Não oferecer soluções ou conselhos como um consultor. Ao invés disto, incentivar as pessoas a chegarem às suas próprias respostas;
- Não tentar “consertar” as pessoas. Isto quer dizer, não confundir coaching com psicoterapia; o coach não tenta entender o passado, mas guia as pessoas para um futuro melhor;
- Ser um bom “líder coach” significa auxiliar colaboradores na busca de suas próprias soluções e assumirem total responsabilidade por suas ações.
O treinamento e estudos de coaching fornecem metodologia e ferramentas que, quando utilizadas de forma correta pelo “líder coach” potencializam sobremaneira o desempenho das pessoas, trazendo assim enormes benefícios para as organizações.
O repertório de metodologia e ferramentas é bastante vasto, mas podemos, resumidamente, enumerar algumas essenciais:
- Estabelecer uma relação de confiança e total transparência;
- Não julgar: Observar fatos e comportamentos além do que foi dito sem nunca pressupor com base em conceitos, opiniões e valores pessoais;
- Saber ouvir: o líder coach deve aprender e utilizar a escuta global onde além das palavras acompanha as distinções de tonalidade de voz, as variações de humor, o ritmo, a energia e a emoção (as palavras dentro das palavras). Como disse Peter Drucker: “o mais importante na comunicação é ouvir o que não foi dito”;
- O processo de coaching deve estar alinhado com os valores, estratégia e objetivos operacionais da organização;
- Falar menos e fazer perguntas pertinentes e “abertas” para estimular o raciocínio e, desta forma, fazer com que os liderados apresentem as melhores respostas para seus desafios e as ações necessárias no tempo correto;
- Utilizar o “SWOT analysis” pessoal para explorar oportunidades dos pontos fortes e corrigir e minimizar os efeitos dos pontos fracos;
- Organizar as sessões utilizando as ferramentas:
a) SMART: eSpecífico / Mensurável / Alcançável / Realista / Tempo (prazo): as pessoas devem ser encorajadas a formalizar e divulgar suas metas para, assim, criar compromissos e agir para, então, definir as ações;
b) GROW: Goal / Realidade / Opções / “Wrap-up”
Os benefícios de desenvolver e treinar líderes para atuarem como coaches internos são enormes: os líderes que adotam e aplicam os conceitos de forma correta constroem pontes e bases sólidas de relacionamento e, também, retêm e atraem bons profissionais para fazer parte de suas equipes; para as empresas, o engajamento das equipes em torno de objetivos comuns gera resultados extraordinários.
Walter Serer
https://www.linkedin.com/in/walter-serer-86717b20/
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