Dentre todos os medos, há um que chama atenção e é recorrente nas mulheres: O medo de adoecer. Por que isso acontece? O que fazer?
Em meio à pandemia, é perfeitamente normal e compreensível que sintamos medo. Medo e insegurança têm rondado as vidas de muitas pessoas independentemente da idade, da classe social, do gênero…
Porém, me chama a atenção que os medos das mulheres tem raízes também bastante culturais. A maioria das mulheres já desempenhavam vários papéis antes da pandemia e tinham que administrar o seu tempo entre duas, três jornadas diárias.
Sabemos que para muitas mulheres também ficar e poder trabalhar em casa parecia ser mais confortável e mais interessante porque teriam mais tempo para os filhos e os afazeres domésticos. Porém o cenário mudou drasticamente, e as mulheres não só passaram a trabalhar em casa, mas os filhos e o companheiro ou companheira também.
Ai, o que poderia ser, à primeira vista, mais confortável se revelou ser extremamente desafiador. As crianças deixaram de ir à escola e muitas passaram a ter aulas remotamente. Os espaços e equipamentos eletrônicos como os computadores ou tablets tinham que ser em número suficiente para todos da família ou compartilhados. O caminho então para minimizar ou evitar os conflitos passa a ser a boa estratégia de organização do tempo e negociação.
Transformar os espaços domésticos em espaços que sejam minimamente adequados ao trabalho dos adultos, sem interferências fora de aula, crianças gritando ou chorando ao fundo, também se fizeram necessários.
E aí vêm todos os medos, mas um me chama particular atenção e que é recorrente nas mulheres. O medo de adoecer. A mulher culturalmente carrega o arquétipo daquela que é legitimamente a responsável por cuidar do lar e do outro. E se ela faltar? Quem vai cuidar? E se ela adoecer? Quem vai cuidar dela?
Nesse sentido, fica aqui um alerta e um apelo às mulheres que estão exaustas e, em muitos casos, se abandonando. Mulher, cuide de você, tire um tempo que seja para a sua prática de uma atividade física, de relaxamento, de cuidados com a sua aparência e da sua saúde mental/emocional. Envolva todos da família nos afazeres domésticos e deixe claro que é obrigação de todos. Organize uma agenda e distribua as funções. Peça ajuda e não tente ser uma super mulher. Permita que as pessoas com as quais você convive reconheçam as suas virtudes, mas também conheçam as suas fraquezas. Não precisamos ser fortes o tempo todo. Sempre que não se sentir bem, compartilhe seus sentimentos e emoções.
Neste mês de setembro, precisamos nos lembrar que a primavera é a estação da esperança, da certeza de que as flores vão desabrochar e o sol vai brilhar ainda mais forte.
Cris Ferreira
https://soucrisferreira.com.br/
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