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O mundo VUCA virou mundo VUCAH!

De VUCA para VUCAH? Mas será que essa mudança é realmente necessária? Há alguma motivação tão forte para se tomar a decisão de transformar VUCA em VUCAH?

O mundo VUCA virou mundo VUCAH!

Amigos, a partir desta publicação, o nosso espaço ganha um nome diferente: será o Mundo VUCAH do Coaching e da Mentoria (ela também, por que não?). Mas será que essa mudança é realmente necessária? Há alguma motivação tão forte para se tomar a decisão de transformar VUCA em VUCAH? Pois é, mais do que motivação e necessidade, fundamental é avançar nesse conceito que nos remete a um processo continuado de reflexão sobre o cotidiano a que cada um de nós está submetido. E vou partir do entendimento de que vocês, que me acompanham neste espaço, já aprenderam que VUCA é acrônimo para volátil, incerto, complexo e ambíguo.

Pois bem, e esse “H” que vamos agregar significa exatamente o quê? Aí, meus amigos leitores, há duas correntes que usam esse “H” diferentemente. Comentarei ambas, mas escolherei aquela que me parece ser a mais adequada (e fiquem vocês livres para assumirem opinião contrária). Uma corrente, liderada por alguns acadêmicos que trabalham com temática financeira e riscos de investimentos (principalmente em países africanos), assumiu o “H” como representando a expressão hostil. Alguns profissionais da área de RH, nos EUA, acompanham o mesmo entendimento. E assumem que somente profissionais proativos e à frente da competição sobreviverão. Especialmente se tiverem velocidade, entusiasmo e engajamento. Da mesma forma, a Sociedade Farmacêutica do Zimbabwe usa o atributo de hostilidade a um ambiente que já é VUCA.

No estudo “Organizational Agility: Survival Principles for Turbulent Times”, o pesquisador Joe Mutizwa comenta que vivemos em um mundo VUCAH de contínua turbulência. Assim há muitas dificuldades para as organizações definirem seus caminhos para permanecerem vivas.

As mudanças em premissas e a disrupção tornam-se grandes desafios, gerando inúmeras perdas de oportunidades. Mutizwa acrescenta que essa atual disrupção tem afetado os modelos de negócios, as tecnologias envolvidas, as aspirações dos clientes e, até mesmo, a estrutura demográfica da sociedade. No livro “Liderando para o Futuro”, Mutizwa apresenta um diagrama (abaixo) que resume sua visão VUCAH. 

mundo vucah

O diagrama bem se adapta ao comentário anterior, quando crescem riscos de crédito em ambiente volátil, incerto, complexo, ambíguo e hostil (VUCAH). Assim exigem ações mitigadoras para preservar os interesses de todas as partes.

Feita a observação de que há aqueles que interpretam VUCAH a partir dessa premissa de hostilidade, vamos agora tratar da visão majoritária, a qual associa o “H” ao conceito de hiperconectividade. Já há dois anos que o Babson College, instituição americana de ensino que detém alto prestígio, localizada próximo a Boston, tem utilizado a expressão VUCAH (com o “H” de hiperconectividade) para desenvolver teses afins ao ambiente em que as futuras lideranças serão exigidas, e com novo conjunto de competências. Em postagem assinada na publicação Babson Thought & Action há uma análise muito interessante, que reproduzo a seguir.

Segundo aquela publicação:

“Líderes empresariais experientes entendem que o método científico tradicional, de analisar para em seguida agir, nem sempre funciona quando confrontado com problemas de negócios em um ambiente VUCAH. É necessário um modo de ser popularizado por inovadores e cientistas – experimentar, aprender e criar interação. É um avançar no futuro com experimentos disciplinados e deliberados que combinam estratégias emergentes e analíticas. Os modernos líderes empresariais entendem quando usar o pensamento preditivo e analítico OU quando usar o pensamento criativo e emergente. Em essência, eles agem para resolver problemas desconhecidos com soluções desconhecidas. Os líderes mais bem-sucedidos são pragmáticos e tendem a se apaixonar pelos problemas, em vez de se apaixonar por suas soluções”.

Alguns acadêmicos e pesquisadores também começam a associar o mundo VUCAH (com o “H” de  hiperconectividade) às bases que identificam a “Organizações Exponenciais”. Para quem quiser saber mais sobre Organizações Exponenciais, sugiro a leitura deste excelente artigo do estudioso Carlos Rebate (https://carlosrebate.com/organizaciones-exponenciales/), podendo também assistir o vídeo em que Salim Ismail, fundador da Singularity University (https://su.org/), explica as onze principais características das organizações vitoriosas em um mundo VUCAH. Na minha próxima postagem, neste espaço, eu abordarei melhor o que são essas Organizações Exponenciais.

Agora farei referência a uma publicação da empresa MERCER, com o título: From VUCA to VUCAH: Remaining Productive in a Hyper-Connected Future of Work. Em versão livre: De VUCA a VUCAH: Permanecendo produtivo em um hiperconectado futuro do trabalho), publicado há três meses. A MERCER tem mais de 70 anos dedicados à consultoria e na obtenção de soluções confiáveis para criar futuros saudáveis e sustentáveis, tanto aos clientes como para suas comunidades.

Particularmente, eu me sinto gratificado ao ver que a empresa promove o “future maker” (criador do futuro), algo muito alinhado ao conteúdo do meu livro “Seja um agente transformador”, pela Literare Books.

Para as atribuições do “future maker”, a MERCER entende que os investidores não querem apenas aplicar recursos de forma a mitigar impactos financeiros que deem qualquer potencial cenário de mudança climática. Estão procurando maneiras de investir que podem influenciar positivamente a transição para um mundo de baixo carbono. E que venha a mitigar impactos físicos das mudanças climáticas enquanto, ao mesmo tempo, possa gerar resultados financeiros e econômicos. Ou seja, o mesmo “H” que para uns é visto como representado um mundo hostil, para muitos outros representa a possibilidade de usar a hiperconectividade para alcançarmos uma sociedade sustentável, em todas as dimensões. Para isso há que se trabalhar com outra forma de postura e pensamento. E, como termina o texto da MERCER, a solução está em nossas mãos.

Eu fico com este que é o VUCAH propositivo, um olhar de mais esperança para o futuro. E, para você leitor associar ainda mais esse conceito às competências dos líderes do futuro, veja o webinar a seguir. O webnar foi realizado em 7/5/2020, pela Nova School of Business and Economics (anteriormente, Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa).

Bom proveito e até a nossa próxima postagem aqui no agora ”Mundo VUCAH do Coaching e da Mentoria”.

Mario Divo
https://www.dimensoesdesucesso.com.br

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Mario Divo Author
Mario Divo possui mais de meio século de atividade profissional ininterrupta. Tem grande experiência em ambientes acadêmicos, empresariais e até mesmo na área pública, seja no Brasil ou no exterior, estando agora dedicado à gestão avançada de negócios e de pessoas. Tem Doutorado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) com foco em Gestão de Marcas Globais e tem Mestrado, também pela FGV, com foco nas Dimensões do Sucesso em Coaching (contexto brasileiro). Formação como Master Coach, Mentor e Adviser pelo Instituto Holos. Formação em Coach Executivo e de Negócios pela SBCoaching. Consultor credenciado no diagnóstico meet® (Modular Entreprise Evaluation Tool). Credenciado pela Spectrum Assessments para avaliações de perfil em inteligência emocional e axiologia de competências. Sócio-Diretor e CEO da MDM Assessoria em Negócios, desde 2001. Mentor e colaborador da plataforma Cloud Coaching, desde seu início. Ex-Presidente da Associação Brasileira de Marketing & Negócios, ex-Diretor da Associação Brasileira de Anunciantes e ex-Conselheiro da Câmara Brasileira do Livro. Primeiro brasileiro a ingressar no Global Hall of Fame da Aiesec International, entidade presente em 2400 instituições de ensino superior, voltada ao desenvolvimento de jovens lideranças em todo o mundo.
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