O Papel da Esperança em Tempos de Crise
Nos meus atendimentos, a falta de esperança tem aparecido com frequência na fala dos coachees. Uma misto de desilusão, apatia e fragilidade que minam motivação. A falta de esperança traz justamente esse desdobramento cruel: enfraquecer a energia vital, comprometendo, inclusive, o estímulo para cumprir muitas das funções diárias.
É sobre essa contradição que vale a pena pensar: apesar de a esperança relacionar-se com o futuro, é o presente que ela prejudica. Ou seja, ao fazer uma previsão negativa para os próximos meses ou anos acaba-se por adiantar essa negatividade, trazendo-a para o presente. E instalando no agora algo que, de fato, poderia não acontecer no amanhã. Importante sugerir essa reflexão aos pacientes, clientes e coachees.
Como sabemos, o futuro é uma ficção, uma possibilidade, que desenhamos na nossa mente. Hoje, o futuro só existe no seu pensamento, na sua agenda, mas não na realidade. Do que você recheia esse pensamento?
Muitas vezes deixamos entrar no tempo futuro, angústias, dúvidas, dores que fazem parte apenas do agora. Vale perguntar o quanto as pessoas não estão desdobrando sensação negativas do hoje para o amanhã, como se realmente momentos ruins tivessem uma progressão exponencialmente crescente a cada hora que se anuncia. Será? Não, não é assim. Qual é a ciência, a pesquisa ou a estatística que garante que o futuro será um fiel desdobramento do agora, amplificando tudo que no “hoje” parece assombrar?
Traga um pouco de racionalidade aos prenúncios nebulosos projetados para o amanhã. Voltando a linha do pensamento anterior, do que o futuro realmente é feito? No momento, de ideias, pensamentos, possibilidades, prospecções muito mais reais na nossa mente do que na vida real e concreta.
Mas se esse tempo realmente existe dentro de você por que rascunhá-lo de maneira tão escura? Como ele impacta a sua relação com o hoje, com a vida, com a sua motivação para o agir? Se o futuro só existe dentro da sua cabeça, significa que você tem controle sobre ele. Portanto, você pode sim interferir nesse ambiente mental, substituindo perspectivas desagradáveis por mentalizações mais positivas.
Tome cuidado para não desenhar um futuro tão nebuloso que o impeça de caminhar para frente.
É aí que a esperança entra, como uma válvula propulsora para o amanhã. Pesquisas relacionam a falta de esperança com o aumento da ansiedade, com a falta de motivação e com o desânimo.
De fato não é de se estranhar que uma pessoa fique ansiosa constantemente se ela imagina que está caminhando para um futuro escuro. Qualquer um ficaria. A falta de esperança traz dias carregados e inibe a capacidade de agir. Traz uma impotência mental comprometedora. Sobre o futuro não temos poder, mas sobre os nossos pensamentos temos. Não que seja fácil controlar os pensamentos, mas é preciso treinar, treinar e treinar.
Manter-se atento ao que aparece na sua mente e fazer esses elementos passarem por um crivo racional, crítico e metódico, mas também paciente e amoroso. Use a esperança como um motivador importante para estimular as ações construtivas no presente. Essas sim poderão ser elementos importantes – e concretos – para um amanhã mais saboroso.
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre o papel da esperança em tempos de crise, tempos difíceis? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.
Tatiana Avolio
https://www.estacaolideranca.com.br
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