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O Papel das Narrativas nos Processos de Mediação de Conflitos

Entenda como as narrativas desempenham um papel crucial na mediação de conflitos, influenciando percepções e possibilitando alternativas. Explore a interdependência das narrativas e a construção de novos cenários na resolução de conflitos.

O Papel das Narrativas nos Processos de Mediação de Conflitos

O Papel das Narrativas nos Processos de Mediação de Conflitos

Ao falar de conflitos, sabe-se que estes se fundamentam nas narrativas das pessoas do caso.

Isso faz com que a sequência de acontecimentos embutidos nos discursos sobre o conflito sejam coerentes com o tema principal apresentado. Eis que o papel dos envolvidos sempre está embasado nos valores pessoais.

Valores estes, que se constituem em questões éticas de cada pessoa.

As pessoas figuram no conflito com papéis determinados, e cada qual visto como bom ou mau, de acordo com o pensamento de cada um dos conflitantes.

A construção da narrativa leva em conta seu conteúdo, e este considerado como único. Desta forma, a interpretação da narrativa neste contexto,  tem uma estrutura que em princípio parece impedir a existência de outras narrativas.

Porém, ao tratarmos de conflitos a primeira narrativa contada serve como anteparo ao tema principal do conflito. E este fixa as bases para a segunda narrativa, a qual será o subtema do tema principal. Sara Cobb faz uma referência à esta construção das narrativas como colonização das narrativas no processo de mediação.

Deve-se compreender que durante o processo de mediação pode ocorrer uma narrativa alternativa, que não esteja consonante com o subtema do tema principal. E, para isto, será necessário que a narrativa alternativa agregue uma parte da narrativa principal, porém de maneira diferente, criando novos papéis, novos valores e novas características.

No entanto, só isso não é suficiente, porque uma narrativa para ser considerada como alternativa deve estar tomada pelos subtemas, assim como tê-los ampliado, ou ter sido retomada por outros integrantes desse sistema.

Caso não haja a retomada dos integrantes do sistema, a narrativa continua sendo um subtema e não cumpre a função de alternativa. Isso quer dizer que continua colonizada pela narrativa dominante, de acordo com o entendimento de Sara Cobb.

É nesta característica de entrelaçado que acontece entre as narrativas, que Sara Cobb denomina interdependência das narrativas.

Vimos como podem ocorrer as narrativas nesta síntese do processo de mediação, que abarca muitas vezes integrantes de várias direções.

Gostou do artigo? Quer saber mais sobre o papel das narrativas nos processos de mediação de conflitos? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em explicar.

Luísa Santo
https://www.linkedin.com/in/luisasanto/

Fonte: Fundamentação teórica do modelo circular narrativo em Mediação, condução de disputas, comunicação e técnicas.

Confira também: Mediação de Conflitos: Como é o Mapeamento do Conflito?

 

Luísa Santo Author
Luísa Santo é advogada, mestra em resolução de conflitos e negociação pela Universidade Kürt Bosch-Suiça, na Argentina. Coach para conflitos pessoais e interpessoais, Analista corporal e comportamental. Atua na área de conflitos pessoais e interpessoais desde 1998. Acresceu aos seus conhecimentos diversas técnicas ao longo do tempo, para que a construção do diálogo entre partes e com seu próprio EU se tornassem mais profícuas. Trabalha com grupos ou individualmente e forma grupos com no máximo dez participantes, para que se ajudem a encontrar soluções para aquilo que buscam. Isso os desperta para a importância e a necessidade das relações, bem como para o desenvolvimento pessoal, e com isso aprendam que juntos sempre serão mais fortes.
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