Leitores do sítio Cloud Coaching têm demonstrado um interesse especial por alguns temas e, entre eles, está a Resiliência. Decidi aqui resumir o que publiquei há exatamente um ano, o que ainda é muito válido para se pensar a respeito. Para quem já leu naquela época, fica a pergunta: você chegou a praticar as dicas que foram dadas?
Setembro de 2013, dois médicos americanos publicaram um livro abordando a questão da Resiliência e como fazer para se alcançar uma vida melhor (The Power of Resilience: Achieving Balance, Confidence, and Personal Strength in Your Life – Robert Brooks e Sam Goldstein). Depois, eles divulgaram um artigo com passagens do livro (The Power to Change Your Life: Ten Keys to Resilient Living). Para começar, eis a definição de Resiliência (Wikipedia), antes de abordar o que eles propuseram: “Resiliência é um conceito psicológico emprestado da Física, definido como a capacidade de a pessoa lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas – choque, estresse etc. – sem entrar em surto psicológico”.
Podemos pensar em resiliência como a maneira de tomar decisões em situação de adversidade mantendo a vontade de vencer e/ou de ter sucesso. Os médicos citados apontaram dez pontos-chave para garantir a resiliência presente, e estimularam as pessoas a refletir sobre a própria forma de pensar, analisar comportamentos presentes e considerar mudanças que podem concretizar para alcançar uma vida gratificante.
Conforme os autores, o Instituto Gallup publicou haver cerca de 80% da população do mundo com períodos frequentes de estresse, daí derivando problemas de comportamento e de relacionamento. Ao reconhecer que o estresse tem efeito sobre sua vida, a pessoa estará mais bem preparada para administrá-lo. E ser resiliente não significa eliminar todos os riscos ou condições adversas, mas saber lidar com essas condições de forma eficaz. Tudo começa por ser realista e extremamente honesto consigo mesmo.
Como primeiro ponto-chave, você deve reescrever os roteiros negativos de sua vida. Muitas pessoas prendem-se a um roteiro em que se limitam diante do estresse ou problemas inesperados. Identifique esses roteiros e o que deseja mudar; defina metas e saiba que mudanças só existem para quem é ativo participante da própria vida. O segundo ponto fundamental é identificar as razões que são significativas para se estressar, ao invés de ser dominado por razões pouco importantes e sem sentido. Os resilientes olham para as situações difíceis como parte esperada da vida e, quando surgem tais situações, elas são desafios a enfrentar e aprender, sabendo que sua felicidade nunca será derivada da decisão de outros, mas dependerá é das suas decisões.
A terceira sugestão é que a pessoa resiliente é capaz de ter empatia e ver o mundo pelo olhar dos outros. Pergunte-se: “Será que eu me comporto em relação aos outros da mesma forma como eu gostaria que eles se comportassem em relação a mim?”. E ainda: “Que reações ou atitudes minhas poderão melhor envolver e ativar as outras pessoas?”. A quarta questão-chave está na capacidade de se comunicar, começando por ser ouvinte ativo, de tentar entender o que o outro está expressando e de ter respeito mesmo nas divergências de opinião. A quinta questão-chave está em aceitar-se como é e aos outros como são. O resiliente tem expectativas e metas realistas, reconhece pontos fortes, bem como vulnerabilidades, com vida autêntica e equilibrada, de acordo com valores e princípios. Quem consegue aceitar a si mesmo estará em posição privilegiada de remover obstáculos.
O sexto ponto-chave sugere que, mais do que relacionamentos, fundamental é desenvolver conexões com pessoas. É impossível ser flexível sem criar conexões com outras pessoas, sejam elas de ideais, de fé, filosóficas ou outras. E a nossa resistência às adversidades será reforçada ao servirmos como fonte de apoio para os outros, pois um dos pilares da resiliência é estar conectado e ajudar os outros, fornecendo sentido às nossas vidas. O sétimo ponto é aprender a lidar com os erros. Quando você cometer um erro, considere-o como experiência de aprendizado e crescimento. Os não resilientes se sentem derrotados e acabam culpando os outros, recusando-se a tentar novas ações.
O oitavo ponto-chave é aprender a lidar com o sucesso e a construir suas ilhas de competência. Assim como nós compreendemos e respondemos às contrariedades, faz parte de nossas vidas a maneira como reagimos aos sucessos. Pense em como você entende suas realizações, pois os resilientes são capazes de reconhecer como os próprios recursos e forças contribuíram, sem minimizar a ajuda de outros. Em contraste, não resilientes tendem a atribuir o sucesso a fatores fora de controle, como sorte ou acaso.
A nona questão-chave está em desenvolver continuamente a autodisciplina e o autocontrole, algo significativo nas nossas vidas. Quando pensamos antes de agir, consideramos os sentimentos dos outros, refletimos sobre os problemas, e ainda nos comportamos de forma racional e elegante, estamos nos tornando o solucionador de problemas pró-ativo, pensando em alternativas antes de agir, acreditando que todo problema tem solução possível. E por fim, o décimo quesito não poderia ser outro: o resiliente mantem um estilo de ser que dá trabalho e requer dedicação, não se escapa desse esforço pessoal.
O caminho para a atitude resiliente não é simples, nem direto. Há obstáculos e desvios que interferem para você chegar ao destino esperado. No entanto, quanto mais você estiver preparado e se conhecer melhor, mais será capazez de pensar, sentir e agir na forma correta e na hora certa. Vamos lá, pratique as dicas e muito boa sorte!
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