No mês passado, dois médicos americanos publicaram um livro em que comentam a questão da resiliência e como fazer para se ter uma vida melhor (The Power of Resilience: Achieving Balance, Confidence, and Personal Strength in Your Life – Robert Brooks e Sam Goldstein). Depois, eles divulgaram um artigo com passagens do livro (The Power to Change Your Life: Ten Keys to Resilient Living). Para começar, transcrevo a definição de resiliência (Wikipedia), antes de abordar o que eles propuseram: “Resiliência é um conceito psicológico emprestado da Física, definido como a capacidade de a pessoa lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas – choque, estresse etc. – sem entrar em surto psicológico”.
Enfim, é a maneira como alguém toma decisão em uma situação de adversidade mantendo a vontade de vencer e/ou ter sucesso. De certa forma, isso nos aproxima do Coaching pelo fato de que uma das suas aplicações está em ajudar as pessoas a superarem problemas de autoestima e crenças negativas. Os médicos citados apontaram dez pontos-chave para garantir uma resiliência sempre presente, mas vou tratar hoje dos três primeiros e, na próxima edição desta coluna, completarei com as outras sete sugestões. A expectativa dos médicos é que as pessoas possam refletir sobre a forma de pensar, analisar comportamentos presentes e considerar mudanças que podem fazer para levar uma vida gratificante.
Conforme os autores, o Instituto Gallup editou um estudo que afirma haver cerca de 80% da população do mundo com períodos frequentes de estresse, daí derivando problemas de comportamento e de relacionamento. Para eles, ao reconhecer que o estresse tem efeito sobre sua vida, a pessoa estará mais bem preparada para administrá-lo. E ser resiliente não significa eliminar todos os riscos ou condições adversas, mas saber lidar com essas condições de forma eficaz. Então, fica a sugestão para que o Coach avalie como seu cliente trata os problemas de estresse ou de crenças limitantes, percorrendo os pontos-chave que os autores apresentaram em sua pesquisa.
O estilo de vida influencia a eficácia com que o estresse é gerenciado pela pessoa resiliente. Ao ler cada um dos pontos-chave, pergunte-se se está ou não praticando a orientação dada. Ser resiliente começa por ser realista e honesto consigo mesmo. E como primeiro ponto-chave, você deve reescrever os roteiros negativos de vida. Muitas pessoas prendem-se a um roteiro em que se limitam face ao estresse ou problemas inesperados. Identifique os roteiros negativos e o que deseja mudar; defina metas de curto e médio prazo e saiba que mudanças só existem para quem é ativo participante da própria vida.
O segundo ponto fundamental é que você identifique as razões que são significativas para se estressar, ao invés de ser dominado por razões pouco importantes e sem sentido. As pessoas resilientes olham para as situações difíceis como parte esperada da vida. Quando surgem tais situações, elas são desafios a enfrentar e aprender ao invés de estresse para acumular. Você vai viver muito melhor se tiver foco no que depende diretamente de você, ao invés de olhar a felicidade como derivada da decisão de outra pessoa, algo sobre o que você deve esperar e sobre o que não tem controle.
Por hoje, a terceira questão é que a pessoa resiliente é capaz de ser empática e ver o mundo pelo olhar do outro. Para se tornar mais empático você deve se perguntar: “Será que eu me comporto em relação aos outros da mesma forma como eu gostaria que eles se comportassem em relação a mim?”. E ainda se pergunte: “Que reações ou atitudes minhas poderão melhor envolver e ativar as outras pessoas?”.
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