O Poder do Imaginário: Ele também pode gerar conflitos!
Um dia destes, eu acompanhava o início do atendimento em um dos meus empreendimentos. De repente, para minha surpresa, uma rápida conversa por mensagens de Whatsapp deixou assim o atendente transtornado.
Após duas ou três respostas sucintas, o cliente entendeu que havia sido muito maltratado e então começou a xingá-lo de forma acintosa. Todos os seus esforços em se desculpar, garantindo ao cliente que não teve a intenção foram de fato desconsiderados. E o atendimento terminou com o cliente bloqueando a conversa.
Neste mesmo período coincidiu de três pacientes diferentes, em suas sessões individuais, relataram episódios similares. Suas falas e comportamentos foram completamente distorcidos por seus interlocutores. E, dessa forma, gerou grande estresse e frustração. Em cada um dos casos, as consequências foram ruins para todos os envolvidos. Desde crise conjugal, até mesmo negócios frustrados.
O que causa tamanho desencontro entre as pessoas?!
Eu já escrevi diversas vezes sobre a importância de diferenciar fatos de interpretações.
Sempre que surge um conflito, tenha certeza que uma das partes, se não todas elas, permitiu, consciente ou inconscientemente, que suas interpretações ganhassem status de fatos no contexto. Permitindo assim que suas emoções fossem afetadas e perdendo de vista a possibilidade de empaticamente buscar entender as respostas e comportamento do outro lado.
Estamos tão acostumados ao nosso imaginário que sequer nos damos conta que nossos pensamentos não necessariamente correspondem a uma verdade absoluta. Ao contrário, nosso imaginário está submetido ao nosso cérebro que, via de regra, busca garantir satisfação e sobrevivência. O que naturalmente gera grande resistência a aceitar situações de desconforto. Por exemplo: reconhecer que o outro não tem nada a ver com o que estou sentindo. E, principalmente, reconhecer que sou extremamente imaturo quando projeto no outro a responsabilidade por minhas próprias emoções.
As inúmeras ofertas de programas de autoconhecimento e inteligência emocional, recheados de positivismo e dicas de bem-estar acabam por contribuir indiretamente para esta dificuldade cada vez mais evidente em muitas pessoas. Com frequência me deparo com a ideia de que inteligência emocional é viver bem, feliz e satisfeito. Desconsiderando que as emoções apontadas como “ruins” na verdade são apenas emoções que fazem parte da nossa natureza. Portanto, devem ser identificadas e respeitadas como qualquer outra.
Se quisermos definir de forma simples o conceito, inteligência emocional é saber identificar a emoção do momento, avaliar sua legitimidade. Dosar sua intensidade e, a partir desta consciência, gerenciar suas reações e comportamentos, garantindo a adequação do seu posicionamento no momento.
Se estou com uma emoção ruim, mas tenho fatos que justificam esta emoção, tudo bem. Cabe a mim não permitir que esta emoção sirva de combustível para maltratar outra pessoa.
Nunca vivemos tempos tão vitimistas. Cada um de nós tem a responsabilidade e o dever de reverter este cenário. Compreendida esta urgência, surge uma importante pergunta: como?!
Compreendendo a estrutura do nosso próprio imaginário.
O autoconhecimento é a chave para a transformação que garante a qualidade das nossas relações e dos nossos resultados.
Quer viver uma realidade diferente do que tem vivido, seja a mudança que deseja ver à sua volta.
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre o poder do imaginário e a importância de diferenciar fatos de interpretações? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.
Sheila Berna
https://www.sheilaberna.com.br/
Confira também: Qual tem sido seu posicionamento nos períodos difíceis?!
Participe da Conversa