fbpx

O Porco-Espinho, você e eu

O que o Porco-Espinho tem em comum com você e comigo? Você já ouviu falar do dilema do porco-espinho? Acredite: ele tem tudo a ver com nós seres-humanos!

dilema do porco-espinho

O que o Porco-Espinho tem em comum com você e comigo? Você já ouviu falar do dilema do porco-espinho? Acredite: ele tem tudo a ver com nós seres-humanos!

Quando o filósofo alemão Schopenhauer era jovem fez uma escalada ao Pico da Neve na Silésia, hoje território polonês. Uma noite, o grupo teve que se abrigar em uma cabana construída em um planalto intermediário, no sopé do cume mais alto da montanha.

Mais tarde, o filósofo lembra do caso: “Entramos em uma peça única, cheia de pastores embriagados. […] Era insuportável; sua quentura animalesca […] produzia um calor candente”. A “quentura animalesca” dos homens amontoados naquele espaço exíguo — fez com que Schopenhauer criasse a metáfora – “Dilema do porco-espinho” que se empurram uns contra os outros para se defenderem do frio e do medo, para logo a seguir se afastarem, pois se espetam.

Assim Schopenhauer apresentava sua metáfora:

“Um grupo de porcos-espinho ​​se amontoou buscando calor em um dia frio de inverno; mas, quando começaram a se machucar com seus espinhos, foram obrigados a se afastarem. No entanto, o frio fazia com que voltassem a se reunir, porém, afastavam-se novamente. Depois de várias tentativas, perceberam que poderiam manter certa distância uns dos outros sem se dispersarem”

Podemos perceber esse mesmo padrão, do dilema do porco-espinho, em nossa vida em sociedade. Somos seres sociais e nossas necessidades, obrigações, monotonia e até mesmo o medo de ficarmos sozinhos nos motivam a nos unir com outras pessoas, mas quando percebemos as diferenças e as dificuldades de convivência (os espinhos), acabamos por nos afastar, porque não nos fazem bem.

Felizmente, todos somos diferentes, mas sempre buscamos para nossos relacionamentos alguém que tenha um comportamento, uma forma de pensar e os mesmos gostos que nós, o que é impossível.

Como narcisos, buscamos o que nos espelha.

Quando percebemos que o outro não pensa e não age exatamente como nós, ficamos por um tempo, sem saber se o melhor é manter distância ou nos aproximar e “sofrer”.  Fazemos isso até que descobrimos e compreendemos que o melhor para ambos é manter uma convivência a uma distância equilibrada.

A distância média não satisfaz totalmente a necessidade de calor, mas proporciona uma situação em que ninguém se fere, porém não totalmente satisfatória.

A solução para este impasse é criarmos o nosso próprio anestésico para nos proteger dos espinhos dos outros e nos fazer entender a situação como realmente é, entendendo e refletindo sobre a natureza dos espinhos alheios e por qual razão nos afetam.

O melhor anestésico a ser usado é o desenvolvimento de uma consciência social isenta de julgamentos e que não seja moldada pelos nossos próprios espinhos e que tenha como insumos o nosso autoconhecimento e um emprego consistente da compaixão.

Cleyson Dellcorso
https://www.dellcorso.com.br/

Cleyson Dellcorso tem formação em engenharia e filosofia e suas atividades estão relacionadas ao Coaching Profissional e Pessoal, além de atuar com Coaching de Casais. Seus atendimentos têm embasamento em uma metodologia própria com fundamentação filosófico / dialógico. Possui MBA pela UCLA (EUA), com foco em gestão de pessoas, é especialista em liderança pelo Haggai Advanced Leadership Institute (Singapura) e instrutor do mesmo instituto. É professor de liderança e motivação no curso de pós-graduação em gestão de projetos (PMI) do Instituto Brasileiro de Tecnologia Avançada do grupo IBMEC. Atua como Coach desde 2003 e foi um dos primeiros a se especializar no atendimento a Gerentes de Projetos. É diretor do INSTITUTO DE COACHING MAIÊUTICA desde 1999 e tem como área de interesse o estudo das Inteligências – Emocional e Espiritual. Cleyson Dellcorso é casado, tem três filhos e um neto e tem como hobbies – radioamadorismo, velejar e mergulhar.
follow me
Neste artigo


Participe da Conversa