O que CNV, Segurança Psicológica e Resiliência têm em comum?
CNV não é ser bonzinho, Segurança Psicológica não é ser gentil e Resiliência não é suportar tudo. O que essas três abordagens têm em comum, aliadas às neurociências?
Fiquei muito feliz em ler o livro “A organização sem medo” da Amy Edmondson e fazer várias conexões com a CNV, a Resiliência Cientifica e a relação com as Neurociências. E gostaria de trazer o assunto neste artigo.
A Segurança Psicológica, a Resiliência Cientifica e nem a CNV são traços de personalidade. Todas as três podemos desenvolver ou ressignificar ao longo das nossas vidas. Em todas as três precisamos criar uma relação de confiança para que possamos nos expressar de forma autêntica, sem medo de julgamentos e vieses.
A definição da Segurança Psicológica descrita no livro “A organização sem medo”, a saber:
“… é como a crença de que o ambiente de trabalho é seguro para correr riscos interpessoais”.
Ela nos traz a percepção da pessoa se sentir capaz de expressar as suas ideias, fazer perguntas, preocupações e que pode confiar, respeitar mutuamente onde todos se sentem pertencentes ao grupo.
Na resiliência, a definição é a capacidade ou habilidade que a pessoa desenvolve a partir de crenças básicas que estruturam o comportamento, procurando pensar de forma estratégica para que possa buscar soluções positivas diante do estresse, adversidades e conflitos. E que são organizadas pelos MCDs – Modelos de Crenças Determinantes.
Segundo o Dr. George Barbosa, presidente da SOBRARE e idealizador dessa abordagem nos coloca que:
“A vivência da resiliência necessita estar intimamente relacionada com uma clareza sobre as responsabilidades sociais e com a noção de ética social, como também os princípios éticos definidos pela organização.”
Quando a pessoa conquista uma resiliência equilibrada, ela consegue administrar os riscos de acordo com a sua condição, física e psicológica. Quando a saúde psicossocial das pessoas é percebida não só como uma necessidade legal, então um valor da ética ela estará cuidado da responsabilidade social dentro das organizações.
Segurança Psicológica não é somente outra palavra para confiança. Vivida em grupo, ela diz respeito às conseqüências interpessoais imediatas e a confiança na qual temos conhecimento. É a expectativa que temos em confiar na outra pessoa. A CNV é interdependente, depende das relações intra e interpessoais e da experiência que se permite com o outro. Na resiliência, a autoconfiança está relacionada a confiança consigo mesmo, com o outro e com o ambiente. É se sentir seguro, capaz em uma relação de equilíbrio com o outro e com o ambiente na qual está inserido.
Segurança Psicológica não é aumentar os níveis de desempenho e ficar à vontade no trabalho, é ser sincero, honesto e ao mesmo tempo respeito mútuo. Na CNV é ser autorresponsável pelos seus comportamentos e atitudes, saindo dos próprios erros e dos erros dos outros para necessidades atendidas de ambos. É a abertura para se colocar sem medo do julgamento. É respeitar o outro genuinamente, ser honesto de forma, tomando cuidado consigo, com o outro e com o ambiente. A resiliência vem nos trazer a clareza das nossas capacidades e habilidades para julgar de forma justa. Perceber e ler o ambiente na qual está inserido, tomando cuidado com as causas, as implicações e gerenciando os conflitos de forma equilibrada. Esse MCD é a análise de contexto.
Para concluir, desejo trazer a importância das neurociências que nos mostram como o nosso cérebro funciona. E como ele reage diante do medo, prejudicando a Segurança Psicológica, a comunicação e o nosso estado resiliente.
Temos no nosso cérebro um campo que detecta quando estamos nos sentindo ameaçados e é chamada de amígdala. Não é aquela que você conhece que está na garanta, mas sim a que está no hipocampo. Quando sentimentos medo temos três possibilidade: paralisar, fugir ou enfrentar. O medo consome uma energia relevante, assim como recursos fisiológicos importantes, afetando a nossa memória operacional. Dessa forma, temos um prejuízo no rendimento do nosso pensamento analítico, criatividade e resolução de problemas.
A Segurança Psicológica não é o suficiente para que as organizações tenham equipe de alto desempenho. Mas sim uma junção de abordagens importantes para que possamos construir organizações de mais confiança. A CNV também não pode ser vista como única abordagem, mas sim a relação com a Segurança Psicológica e o desenvolvimento de times resilientes. E tudo começa a partir de cada um de nós.
As empresas dando a sua contribuição para capacitação, sensibilização e treinamentos para a liderança construir assim uma relação com mais empatia e confiança. As pessoas procurando serem melhores a cada dia, buscando seu autoconhecimento, autodescoberta, bem como a clareza do seu papel e responsabilidade no contexto. E nós consultores que estamos nas organizações, levando a clareza de que, de fato, não existe nenhuma fórmula mágica no processo de mudança cultural e organizacional. Que todos nós precisamos nos dar as mãos para fazermos a mudança que queremos no mundo.
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre CNV, Segurança Psicológica e Resiliência? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.
Abraço,
Wania Moraes
http://www.waniamoraes.com.br/
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