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O que é o Brain-Based Coaching? (parte II)

Como o Coaching impacta o nosso cérebro? Há 4 áreas de pesquisa científica que se combinam para formar uma explicação central de como isso acontece. 

O que é o Brain-Based Coaching? (parte 2)

O que é o Brain-Based Coaching? (parte II) * 

Dando continuidade ao meu artigo do mês passado (clique aqui), lembro aos caros leitores e leitoras as quatro áreas de pesquisa científica que se combinam para formar uma explicação central de como o coaching impacta o cérebro. Estas são o estudo da atenção, reflexão, insight e ação. Neste artigo, eu abordarei as duas primeiras.

UM FOCO NA ATENÇÃO

Jeffrey Schwartz, durante a entrevista com David Rock, explicou que os neurônios se comunicam entre si através de um tipo de sinalização eletroquímica que requer as ações individuais de íons – sódio, potássio e cálcio – viajando por canais que, em seu ponto mais estreito, correspondem a um pouco mais do que um íon de largura. Se você tem uma compreensão básica da física newtoniana versus física quântica, então você saberá que isso significa que o próprio cérebro é um ambiente quântico.

Sendo um ambiente quântico, portanto, está sujeito às leis da mecânica quântica. E na mecânica quântica, a pergunta que você faz sobre a natureza influencia o resultado que você vê. De forma mais prática, as perguntas que fazemos ao nosso cérebro afetam significativamente a qualidade das conexões que ele faz. E alteram profundamente os padrões e os tempos das conexões que o cérebro gera em cada fração de segundo. Agora, quando substituímos o conceito de “atenção” pela frase “a pergunta que fazemos” e obtemos a afirmação “onde focalizamos nossa atenção?”, fazemos então conexões, concentrando a nossa atenção em algo novo, fazendo novas conexões.

E como isso tudo, pode ser aplicado em coaching, talvez seja a sua pergunta.

Bem, eu diria que, considerando que quando falamos de atenção focalizada, estamos falando de “densidade de atenção”, o que nos ajuda a lembrar que a mudança requer atenção suficiente a uma nova ideia. Faço aqui a ponte para o que é uma das funções centrais do coaching: lembrar nossos clientes de coisas que eles podem facilmente esquecer. Como ou quão bem eles estão realizando ou fazendo o que é preciso realizar ou fazer em seus vários papeis na sociedade. Ou ainda o que eles estão aprendendo.

Essa ideia, a exemplo do que o David Rock comenta na entrevista, também para mim, realmente marcou a importância de acompanhar as pessoas para as quais atuo como coach, e assim constatar, o que elas aprenderam de uma atividade ou ação que elas mesmas estabeleceram. Quando as pessoas têm um insight durante o intervalo entre nossas sessões de coaching (por exemplo, elas podem se dar conta que são muito duras consigo mesmas), se pudermos dar mais atenção a essa visão, aumentamos as chances de fazer uma diferença a longo prazo para nossos clientes.

Isso pode, quem sabe, explicar por que fazer com que as pessoas escrevam suas ideias e conversem sobre elas com os outros, ajuda tanto. Além disso, segundo Rock, esse conceito pode explicar o poder da busca por foco nas soluções ao invés de nos concentrarmos nos problemas e como a abordagem baseada no cérebro, explica como o foco nas soluções realmente cria soluções, enquanto o foco nos problemas pode aprofundar esses problemas em nosso pensamento, em minhas palavras, criando o chamado looping negativo, em que por vezes entramos ao enfrentarmos alguma questão.

A REFLEXÃO

E assim, passo para a próxima área de estudos, a reflexão, que para mim, parece ser diretamente ligada à produção ou melhor ocorrência de insights.

E por que eu tenho essa percepção? Por ver que alguns estudos mostram que durante as reflexões, nós normalmente não estamos pensando de forma lógica ou simplesmente analisando dados. O que ocorre mesmo, é que estamos engajando uma parte de nosso cérebro usada para fazer ligações através de todo o cérebro. Estamos pensando de forma inusitada, aproveitando mais a inteligência do que um número limitado de informações que podemos reter em nossa memória de trabalho. Em termos práticos, parece que para ajudar as pessoas a terem insights, precisamos encorajá-las a refletir mais, e pensar menos, ou menos logicamente.

Como ter evidências desse fenômeno? Normalmente, quando observamos que nossos(as) clientes mudam seus semblantes, quando olham para cima, como se estivessem buscando respostas em outra dimensão, quando provavelmente ficam em silêncio, ou ainda tensionam a boca, num claro sinal de que o não verbal fala mais alto que palavras.

E você cara leitora e prezado leitor, como você tem observado esses pontos em sua prática como coach? Deixe aqui seu comentário, ou pergunta, e eu terei muito prazer em responder e explorar suas observações.

Gostou do artigo?

Quer saber mais sobre Brain-Based Coaching? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.

Um abraço,

João Luiz Pasqual
Coach Mentor Certificado

 
https://www.intervisionclub.com.br/
https://www.cw4u.com.br

(*) Adaptação por João Luiz Pasqual

Referências:

  1. International Journal of Coaching in Organizations, 2006, 4(2), 32-44

  2. Beverly, D. 2016

Confira também: O que é o Brain-Based Coaching? (parte I)

 

João Luiz Pasqual tem mais de 40 anos de experiência profissional. Coach Executivo e de grupos. Foi por mais de 30 anos, executivo do mercado financeiro tendo ocupado posições de Diretor Executivo em diversos bancos (Sudameris, Banco Real, Unibanco, ABN AMRO e Santander), viveu na Europa por 8 anos e viajou para mais de 30 países. É conselheiro de empresas pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa e foi Presidente da ICF no Brasil durante o exercício 2015/2018. É coach ICF – International Coaching Federation com a credencial Master Certified Coach (MCC), Mentor Coach pela inviteChange-USA e Accredited Coach Supervisor pela CSA – Coaching Supervision Academy – Londres. MBA pela FIA-USP e Mestrado em Consulting and Coaching for Change pelo INSEAD-Fontainebleau na França.
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