O que você considera ser bem-sucedido?
Olá!
Você, meu querido leitor, que me acompanha nos meus artigos deve perceber o quanto amo fazer o que faço. Não são somente os artigos, os programas e as centenas de vídeos na redes sociais, mas também a possibilidade de falar com muitas pessoas diferentes nos trabalhos tanto de mentoria como de modelagem comportamental nas empresas.
Para mim é muito gratificante quando recebo no meio do dia uma mensagem de alguém dizendo que está olhando o mundo de maneira diferente ou, que está conseguindo interagir e não reagir ao seu mundo tornando a vida mais fácil.
Ontem mesmo, antes de começar a rabiscar estas “mal-traçadas linhas”, vi uma mensagem de uma de nossas mentoras na sua rede social. Ela dizia que enfrentou mais de quatro horas de viagem entre o litoral sul de São Paulo e a capital no domingo à noite. Mas, fazendo uso de sua inteligência comportamental, utilizou o tempo com prazer, ouvindo seus podcasts, fazendo lanchinho, alongando o corpo nas paradas. E, dessa forma, aquilo que era um grande problema, tornou-se uma grande oportunidade.
Mas não se engane, meu querido leitor. Muitas das vezes não sou eu que ensina algo para as pessoas com quem interajo. Na esmagadora maioria das vezes eu aprendo. Aprendo muito e isso me faz refletir e sair das sessões de modelagem ou mentoria como aquele cachorrinho do meme que parece ter comido um livro de filosofia. Fico um bom tempo, já fiquei uma hora certa vez, refletindo sobre o que me foi perguntado ou mesmo o que me foi apresentado.
Esta semana em particular aconteceu algo inusitado e que me fez ficar com cara de cachorrinho filosófico…
Em todas as sessões de mentoria, seguindo o princípio que as pessoas com quem atuo são livres, eu reservo os últimos cinco minutos para o que chamei de pergunta do dia. Este tempo é usado para que eles possam perguntar o que quiserem, o que quiserem mesmo. Do CEP da minha casa ou se existe vida inteligente em outro planeta – Nem sei se existe neste. Mas, de qualquer forma, eles são livres para perguntar. Sobre o que conheço, conversamos; sobre o que não, fica a tarefa de pesquisar e dar um retorno.
Bem, nesta semana ao final de uma das sessões, eu perguntei para a pessoa, que vamos chamar de Gabi, se ela tinha uma pergunta e ela toda animada disse. “Ed, tenho sim. Pensei muito e tenho uma curiosidade sobre sua visão de mundo: O que é ser uma pessoa “bem-sucedida” para você?
A pergunta caiu como uma pedra. De fato, não tenho uma resposta pré-formatada para isso e depois de pensar alguns segundos respondi: “Ser bem-sucedido é ter tempo!”
Quando temos tempo para nós, seja para fazer o que queremos, seja para cuidar de nossa saúde e daqueles que nos são caros, seja para evoluir de maneira intelectual e espiritual, tudo isso é tempo.
Pense nas pessoas que moram em uma parte da cidade e trabalham em outra, ficando horas em seus meios de deslocamento. Não se trata de classe social pois o trânsito que prende o carrão também prende o “busão”. Tempo é um valor democrático. O Rei Charles III, o presidente de qualquer país e o mais miserável dos pedintes tem somente as 24 horas do dia e nem um segundo a mais.
Um fato curioso: Os relógios como conhecemos hoje não eram necessários nem populares até a primeira revolução industrial. Isso acontecia porque até então o valor das coisas era medido em mercadorias.
Mesmo que você trabalhasse em uma pequena oficina, olaria ou mesmo tecelagem, seu esforço era, de fato, computado pela produção que você realizava, pois os chamados “meios de produção” não eam totalmente privados. Embora o local de trabalho possuísse ferramentas, a “forma” de fazer pertencia ao trabalhador e era passada de geração em geração.
Em muito casos, esta profissão virou sobrenome de famílias.
Com o advento das fábricas e a centralização dos meios de produção, as pessoas que antes vendiam seu conhecimento e habilidade, passaram a vender o seu tempo. Os relógios em portas de fábricas, os marcadores de ponto e as sirenes que avisavam o início e final dos turnos, demarcaram o quanto de tempo se comprava e se vendia.
Quando pensamos na diferenciação socioeconômica, fica ainda mais claro o valor do tempo: Viajar de ônibus ou de avião? Ficar na fila para entrar ou ter free-pass, deslocar-se para procurar um produto ou pagar pela entrega? Sempre estamos buscando formas de utilizar mais o tempo a nosso favor.
Depois de tudo isso, Gabi com seu jeito meigo complementou: “Então, meu avô que mora no sítio, acorda com o sol e dorme com as estrelas é uma pessoa bem-sucedida?”
Bem, ele tem tempo para fazer o que gosta, tem seu sustento e não precisa vender o tempo que dedicaria ao seu sonho para construir o sonho de outro? Se a resposta for sim, seu avô é uma pessoa muito bem-sucedida.
Pense nisso!
Gostou do artigo?
Quer saber mais sobre a importância do tempo para ser uma pessoa bem-sucedida? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar a respeito.
Edson Carli
https://inteligenciacomportamental.com
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