O que se espera de um Executivo Financeiro?
Olá caro(a) Leitor(a)!
Sou Executivo Financeiro com mais de 25 anos de experiência em Tesouraria, Controladoria, Planejamento, Fusões & Aquisições, Relações com Investidores e emissão de títulos de dívida (bonds e commercial papers) em diferentes setores (publicação, restaurantes industriais, defesa e eletrônicos). Ao longo de todos esses anos eu atuei próximo às áreas de negócio viabilizando alternativas consistentes com a estratégia da empresa e não apenas no controle de custos, despesas e processos; gerindo os riscos das operações e não levantado empecilhos ou limitações para a realização delas. Sou autor do e-book “Aumente o lucro sem aumentar o preço” e mentor do InovAtiva desde 2017.
Nesta coluna apresentarei aos gestores, independentemente da sua formação ou área de atuação, como a sua decisão impacta o resultado financeiro da empresa.
Espero que goste da minha coluna!
Um abraço!
Marcio Motter
O que se espera de um Executivo Financeiro?
Raciocínio lógico? Habilidade com números? Parceria nas operações? Rigidez nos controles? Hábil negociador?
Eu diria de tudo um pouco e muito mais, pelo menos é como eu tenho trabalhado ao longo de toda a minha carreira.
Adicionalmente ao já citado, o executivo financeiro tem que conhecer a empresa e o seu negócio; ele precisa conhecer detalhes da operação, mas não necessariamente conhecer a operação em detalhes. Só assim ele terá segurança e assertividade na tomada de decisões.
Isso vale para a elaboração do orçamento, acompanhamento do realizado, criação de indicadores e controles, proposição de alternativas e, principalmente, gestão de riscos. São várias atividades que apesar de serem realizadas em momentos distintos, são totalmente interligadas e interdependentes.
Iniciando pelo orçamento. Normalmente ele é elaborado com base em metas de crescimento (receitas) e reduções (custos e despesas) sobre o resultado do exercício anterior. Sem conhecer a empresa e o negócio qualquer meta de crescimento ou redução é um jogo de loteria; qualquer meta estabelecida será tão boa ou tão ruim quanto qualquer outra. Para ter condições de avaliar a viabilidade das metas estabelecidas e junto as demais áreas, definir planos de ação para o seu atingimento, o executivo precisa conhecer o negócio.
Com relação ao controle do orçamento eu quero chamar a atenção para um ponto importante: não é porque um determinado custo ou despesa foi orçado, que ele pode ser realizado sem uma avaliação sobre a sua pertinência e necessidade. Talvez uma viagem não seja um gasto tão significativo, mas como é algo comum nas empresas, achei adequado utilizar como exemplo.
Normalmente se distribui ao longo do ano verbas para viagens. Não é porque ela está prevista, que ela deve ser feita sem uma razão. Da mesma forma uma viagem internacional não orçada, mesmo de primeira classe se for esta a única opção, pode ser totalmente justificada, por exemplo: o fechamento de um contrato de milhões de reais.
O executivo financeiro não conseguirá analisar e avaliar todos os casos, vai se focar nos principais projetos, contratos e operações, mas é dele a responsabilidade de propagar essa cultura para os outros gestores e áreas da empresa.
Pode-se dizer que existem inúmeros indicadores financeiros, mercado, produtividade, satisfação do cliente, utilizados pelas diferentes áreas da empresa. Entretanto existem alguns que utilizados pelo executivo financeiro para medir o desempenho da empresa, tanto internamente, como externamente. Por exemplo: na apresentação de resultados para investidores ou bancos.
Alguns indicadores utilizados pelo executivo financeiro são padrões junto a bancos e investidores, mas tem alguns mais específicos do setor da empresa ou dela própria e sem conhecer o negócio o executivo financeiro pode utilizar um indicador que não traduz o real desempenho da empresa ou pior, utilizar um indicador que passe uma imagem equivocada do desempenho da empresa.
Talvez o maior desafio do executivo financeiro seja a gestão de riscos, por exemplo:
* Concessão de crédito para um cliente
Um mesmo cliente terá o seu crédito negado em uma empresa e aprovado em outra, não por causa de uma empresa ser mais ou menos conservadora do que a outra, mas sim porque o risco que esse cliente representa para cada empresa ser diferente. Já autorizei vendas para clientes com histórico de protestos pela alta probabilidade dele priorizar o pagamento da fatura da empresa em que eu estava, frente aos seus outros fornecedores;
* Contratação de seguros
Contratar um seguro muito acima da necessidade pode ser tão caro quanto não contratar. Como responsável pela contratação de todos os seguros da empresa tinha como política não contratar seguro de roubo, furto ou perda total de veículos. O valor do prêmio que pagaria para aquela frota em específico era muito superior ao histórico de perda; privilegiava a cobertura contra terceiros;
* Concessão de desconto comercial
Com certeza ele faz parte de todo processo de venda, mas se não for dosado podemos “viciar” o cliente que só compra em função do desconto concedido, principalmente em uma operação B2B. Nas vezes em que precisei ampliar o percentual de desconto montei operações coordenadas junto ao time de vendas. Eram em momentos específicos, por tempo limitado e oferecidas a clientes selecionados. Aqueles que o desconto não era o efeito decisório no fechamento do pedido.
São vários exemplos que posso dar, mas vou deixá-los para as próximas colunas. Quero encerrar voltando ao ponto inicial: não são os aspectos técnicos que determinam um bom executivo financeiro, mas também o seu conhecimento do negócio e como ele atua na condução das suas atividades. Sem estar próximo da operação ele será apenas alguém que controla resultados o que pode muitas vezes prejudicar operações futuras.
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Marcio Motter
https://marciomotter.com.br/
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