Recentemente, estive numa conferência global da ICF em Washington nos EUA, e lá participei de uma palestra que trazia o assunto ciência da atenção, proferida pelo Dr. Robert Biswas-Diener da Portland State University, e foi assim que decidi escrever sobre o que isso significa para o mundo do Coaching.
A atenção é uma consideração importante para os Coaches porque está inserida em uma das competências centrais da ICF a “presença de Coaching”, bem como a habilidade da “escuta ativa”.
A atenção não se refere apenas às coisas em que nos concentramos – também diz respeito a todas as coisas que conseguimos sintonizar. Sabemos que a atenção é seletiva e limitada em termos de capacidade, mas como exatamente filtramos informações desnecessárias e concentramos a atenção em coisas que realmente importam?
Muitas teorias de atenção tendem a se concentrar em como focamos nossa atenção, mas não conseguimos abordar exatamente como conseguimos ignorar todos os estímulos que concorrem com ela.
Alguns estudos recentes se concentraram na neurociência por trás desse processo, lançando alguma luz sobre os possíveis processos que influenciam a forma como eliminamos as chamadas distrações.
A atenção seletiva é o processo de focar em um determinado objeto no ambiente por um determinado período de tempo. A atenção é um recurso limitado, portanto, a atenção seletiva nos permite desconectar dos detalhes sem importância e nos concentrarmos no que realmente importa, e talvez saber usar a atenção seletiva, seja a grande alternativa para nós Coaches nos mantermos focados e também atrairmos a atenção de nossos clientes, durante os encontros de Coaching.
Como funciona a atenção seletiva?
Em todos os momentos, somos submetidos a uma pressão constante de informações sensoriais. O toque de uma buzina de carro na rua, a conversa de seus amigos, o tilintar das chaves, o ruído da máquina de ar condicionado, para citar alguns exemplos.
Mas, na maioria dos casos, não prestamos atenção a todas e a cada uma dessas experiências sensoriais. Em vez disso, nós centramos nossa atenção em certos elementos que julgamos importantes do nosso ambiente, enquanto outras coisas se misturam ao fundo ou nos passam despercebidas completamente. É neste momento em que corremos o risco de perder o que realmente importa para nosso cliente.
Por isso, recomendo fortemente que os Coaches se preocupem e se ocupem em buscar mentoria e supervisão para trocar experiências e receber orientações de Coaches mais experientes e que estejam preparados e treinados como Coaches Mentores e Supervisores.
As perguntas que ficam para nós Coaches, portanto, são:
- Como exercitamos a nossa “presença Coaching” e com que qualidade, praticamos a “escuta ativa” quando nos colocamos a serviço de nossos clientes?
- Estamos cuidando do ambiente onde fazemos nossos encontros de Coaching?
- Aceitamos fazer nossos encontros de Coaching em lugares movimentados como Cafés e Restaurantes?
- Para onde vão os celulares (do Coach e do Cliente/Coachee) durante os encontros de Coaching?
- Será possível encontrar algum refúgio em plena Era da Distração?
- Já passei por processos de mentoria e supervisão? Há quanto tempo?
E você meu caro colega Coach, já parou para pensar nisso?
João Luiz Pasqual
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