Hoje em especial, fiquei refletindo sobre o exercício da presença. Buscar estar atenta a tudo com leveza momento a momento.
Me peguei exausta. Com a mente preocupada com o amanhã, ou melhor com o que tenho que fazer daqui a uma hora e daqui a alguns dias e muito pouco fiquei presente.
Depois fiquei presa por inúmeras vezes ao passado, pelo que aconteceu há horas atrás, meses, anos…e de novo a reflexão óbvia de que não estou nada presente.
Exercitei no almoço saborear minha comida, mas na conversa com uma amiga, ficamos falando de histórias que vivemos e de coisas que queremos viver. E lá estava eu desconectada do sabor do meu prato.
Quando estou nesse exercício de buscar estar conectada com o momento presente, agradeço aos ruídos que surgem ao redor. Eles me lembram de voltar. Alguém que passa, um barulho, um avião no céu, me faz lembrar que estou aqui.
Penso na respiração e trago novamente a atenção para o momento presente. E lembro das aulas lindas do Mindfulness que me traziam de volta.
E bateu a angústia de perceber o quão longe eu estava do aqui e agora e consequentemente do que está acontecendo hoje. Como estou? O que estou sentindo? O que está ao redor? O que estou perdendo por não estar presente. E me dei conta de que nesse ir e vir não estava de fato vivendo.
E foi quando me dei conta que tinha meu texto para escrever. Então, está virando quase um desabafo sobre a fuga da minha mente. Sobre a ansiedade que os pensamentos nas coisas que nem estão aqui me causam, como a saudade do que foi bom, ou a dor das memórias difíceis do passado. E me pego na escravidão da mente.
Pelo menos está servindo para que eu relembre que a vida está aqui, escrevendo inclusive essas linhas. Trazendo para a consciência os barulhos ao redor, o perfume, as emoções que estão agora vivas em mim.
E então, começo a me acalmar, a respiração volta a ser mais suave, o batimento cardíaco mais lento, e sinto o sorriso na face do prazer de voltar para casa. É como se voltasse para minha alma e com ela para o meu corpo.
No corpo, observar os pontos de tensão e os relaxados, os pensamentos que vem e vão sem que eu brigue com eles.
E volta a pergunta do início do texto. O que tem para hoje? E a resposta que vem é. Deixar fluir a vida minuto a minuto já muito para hoje.
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