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O que todo Coach deve saber (II)

A cultura de Coaching existirá dentro de uma organização quando estiver incorporada, de forma transparente, a abordagem de Coaching no desenvolvimento dos planos estratégicos.

Começo por lembrar que uma das propostas de se criar o Espaço do Coach foi a de direcionar conteúdo bastante atualizado, às vezes até em linguagem provocativa, de forma que os profissionais dedicados ao Coaching possam ampliar sua visão sobre a disciplina e alcançar uma reflexão pessoal naquilo que lhes é peculiar, específico e aplicável no dia a dia.

Pois bem, há pouco mais de um ano lancei postagem debatendo o conteúdo de um estudo que tentava definir caminhos para se criar a cultura de Coaching em uma organização. Por perceber que pouca coisa mudou desde então, a partir de conversas com outros profissionais e pelas experiências que tenho vivenciado recentemente, eu me animei a retomar aquela abordagem.

O estudo que me serviu de base foi divulgado, em junho de 2014, pela publicação Coaching: An International Journal of Theory, Research and Practice (o título original era Developing coaching cultures: a review of the literature, de Helen Gormleya e Christian van Nieuwerburghb, ambos do Reino Unido). Os autores promoveram intensa investigação quanto ao que já existe publicado na área de Coaching e a primeira conclusão, muito interessante e surpreendente até, é a de que “não existe definição de Coaching comum e perfeitamente aceita entre todos os estudiosos”.

Os autores decidiram contribuir com a comunidade especializada ao proporem que o Coaching “é um processo de desenvolvimento humano que envolve, de forma estruturada e com interação focada, a utilização de estratégias, ferramentas e técnicas apropriadas para promover uma desejável mudança sustentável em benefício do cliente e, potencialmente, para todas as partes interessadas”. A síntese dessa definição é “desbloquear o potencial das pessoas para maximizar o seu próprio desempenho”.

Como está explícito no título do trabalho publicado, o interesse dos autores era verificar os caminhos para uma organização desenvolver sua própria cultura em Coaching. Para essa pesquisa, foram consultadas três bases de dados: PsycINFO, Academic Search Complete and Business Source Complete. O total de artigos encontrados sobre Coaching, nessas três bases, foi de 3820, 3753 e 1730 (respectivamente). Porém, quando se trata “do como” e “da importância” em desenvolver a cultura de Coaching, o número de trabalhos caiu de forma drástica: 29, 68 e 37 (respectivamente).

Portanto, meus amigos, aproveitem esta minha (nova) postagem que trata de algo pouco divulgado para os profissionais, pois estou dando a sustentação de pesquisadores para os futuros esforços em desenvolvimento da cultura do Coaching no ambiente organizacional de seus clientes. E quero comentar que, segundo Helen e Christian, “a cultura de Coaching existirá dentro de uma organização quando estiver incorporada, de forma transparente, a abordagem de Coaching no desenvolvimento dos planos estratégicos. A cultura de Coaching deve motivar as pessoas e facilitar a cooperação, colaboração e conexão, tanto dentro da organização como com as partes interessadas (stakeholders). Só assim haverá clima organizacional favorável ​​à obtenção de resultados sustentáveis”.

Os autores apontam um tópico complexo que merece mais estudos. São evidentes os indicadores de que a cultura de Coaching na organização pode produzir bons resultados, embora seja preciso mostrar os resultados em forma mensurável. Porém, eis uma receita para criar a cultura de Coaching com menos riscos e mais chance de sucesso: (a) a promoção do Coaching deve alcançar toda a organização e ser liderada pelos gerentes de mais alto nível; (b) o Coaching não pode ser tratado de forma isolada, mas sim como integrante do sistema organizacional; (c) é essencial o compromisso dos gerentes e de outras lideranças com o desenvolvimento de suas próprias capacidades e competências, participando ativamente de todo o processo como Coaches e também como Coachees.

Ah, sim! Tem uma dica para lá de fundamental… Não vá com tanta “sede ao pote”… Mudar uma cultura organizacional não é algo que se faça por decreto, mas sim com prática consistente e bem conduzida!

Mario Divo Author
Mario Divo possui mais de meio século de atividade profissional ininterrupta. Tem grande experiência em ambientes acadêmicos, empresariais e até mesmo na área pública, seja no Brasil ou no exterior, estando agora dedicado à gestão avançada de negócios e de pessoas. Tem Doutorado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) com foco em Gestão de Marcas Globais e tem Mestrado, também pela FGV, com foco nas Dimensões do Sucesso em Coaching (contexto brasileiro). Formação como Master Coach, Mentor e Adviser pelo Instituto Holos. Formação em Coach Executivo e de Negócios pela SBCoaching. Consultor credenciado no diagnóstico meet® (Modular Entreprise Evaluation Tool). Credenciado pela Spectrum Assessments para avaliações de perfil em inteligência emocional e axiologia de competências. Sócio-Diretor e CEO da MDM Assessoria em Negócios, desde 2001. Mentor e colaborador da plataforma Cloud Coaching, desde seu início. Ex-Presidente da Associação Brasileira de Marketing & Negócios, ex-Diretor da Associação Brasileira de Anunciantes e ex-Conselheiro da Câmara Brasileira do Livro. Primeiro brasileiro a ingressar no Global Hall of Fame da Aiesec International, entidade presente em 2400 instituições de ensino superior, voltada ao desenvolvimento de jovens lideranças em todo o mundo.
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