Quando você entra na Cloud Coaching encontra a colaboração de muitos especialistas em assuntos que servem à reflexão sobre sua vida pessoal, o seu contexto profissional e, até mesmo, sobre situações cotidianas que exigem motivação, resiliência e tomada de decisão. Aliás, não podemos deixar de lembrar de um aspecto fundamental para o Coaching, que é o de se aprender a enfrentar as crenças e expectativas negativas. Pois é este o ponto que quero vincular ao resultado do processo eleitoral do último domingo, e sobre o que eu já havia me antecipado dois dias antes.
Se o Brasil pode se orgulhar de ter no processo eleitoral um dos mais modernos sistemas informatizados do mundo, capaz de processar cerca de 143 milhões de eleitores em poucas horas, por outro lado o país ainda convive com uma indesejável distância que expressiva parcela do eleitorado mantém para com o processo político. Infelizmente, a crença negativa na política é respondida com atitude de descaso, pouca participação e incrível desinteresse pelo direito de escolher um nome para ocupar um cargo público. Vale lembrar que, para cada cargo disponível “alguém” será eleito, o que significa que o protesto na forma do “não voto” faz com que esse eleitor jogue fora a chance de ser representado.
No contexto político, ao não definir um candidato com o qual se sinta minimamente identificado, há um grande contingente de eleitores que vota nulo ou em branco (na prática, não há diferença entre essas opções), bem como há aqueles eleitores que decidem nem ir exercer o direito ao voto. A decisão pelo “não voto” é chamada, tecnicamente, de “alienação eleitoral”. A expressão, aparentemente, é muito forte, porém representa a incerteza do eleitor de que o desdobramento do processo político ocorrerá de acordo com os resultados eleitorais.
O Brasil já convive com um problema eleitoral sério, sobre o qual pouco se fala e nenhum controle existe, que é a subordinação de escolha que milhares (ou milhões?!) de eleitores têm para com terceiros. Ainda nos tempos atuais, pode-se encontrar a mulher que desejava votar em um nome e o marido exige que ela vote em outro. Ou quando os pais preferem votar no candidato indicado pelo filho, pelo vizinho ou por uma liderança conhecida, ainda que tivessem opinião inicial diferente. Os exemplos seriam inúmeros, todos eles levando a uma situação em que eleitores ainda votam em quem, originalmente, não gostariam de votar.
Quando ao ato de subjugar o voto se acrescenta a alienação eleitoral, o Brasil passa a conviver com enormes distorções na relação entre a sociedade e a sua representação política, em todos os níveis dos poderes Executivo e Legislativo. Historicamente, nas últimas três eleições para Presidente (2002, 2006 e 2010), esse índice não havia ultrapassado 27% do total de eleitores, com a abstenção abaixo de 18%. Infelizmente, neste primeiro turno das eleições de 2014, a alienação eleitoral cresceu e chegou a 29%, um equivalente próximo de 42 milhões de eleitores (como comparação, mais do que toda a população do Canadá e igual à população da Argentina). Para o Senado a alienação eleitoral ficou perto de um terço do eleitorado.
Com uma representatividade política limitada, não é de surpreender o quanto a sociedade vive o drama de ver o cotidiano político do país por binóculos e haver uma grande sensação de impotência. Alguns acham que a forma certa de protestar é ficar em casa, sem se importar com o ato de votar. Outros acreditam que falar sobre política é entediante e pura perda de tempo. Só que, mesmo assim, a vida continuará e pessoas serão eleitas, enquanto os que decidiram por não escolher perdem o direito à reclamação (afinal, não participaram do processo).
Vou reforçar as palavras da minha postagem anterior como forma de estimular que cada um dos leitores faça a sua própria reflexão para estas três questões-chave (e converse com seus amigos e familiares a respeito): (a) se você tem alguma crença ou premissa negativa quanto ao processo político, sabe identificar o porquê e como poderia reposicionar-se para uma condição mais adequada?; (b) se você tem dificuldades em debater política com outras pessoas, mesmo fora do momento particular das eleições, como poderia mudar isso?, e; (c) como você poderia motivar outras pessoas a se engajarem no debate político positivo, de forma que houvesse (mesmo que pequena) contribuição para construir o contexto dos seus sonhos?
Repetindo a postagem anterior, pense no perfil mais adequado para cada candidato (agora teremos o segundo turno para Presidente e, em alguns locais, para Governador) e suas participações políticas anteriores. Faça a sua escolha com base em critérios racionais e não emocionais, lembrando que nem sempre o seu melhor amigo ou vizinho será excelente político. Jamais venha a cair na tentação de anular o voto ou votar em branco, pois você pode até errar e se arrepender da sua escolha, mas é assim que aprenderá a construir um grande país e uma democracia moderna. E também não caia na tentação de “deixar prá lá” para justificar não ter ido votar.
Lembre-se do Coaching, enfrente as suas crenças negativas (caso existam), lute com os potenciais fantasmas que tumultuam o pensamento e motive as pessoas de seu relacionamento a fazerem o mesmo. Debata esse momento político importante para o país e que todos sejam iluminados com a melhor escolha do seu candidato!
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