O sucesso ou ter sucesso no Coaching acaba sendo tema recorrente para este nosso espaço. Já desenvolvemos artigos elaborados sob diferentes pontos de vista e tratamos de pesquisas científicas a respeito. E uma das grandes preocupações que qualquer profissional de Coaching deve ter é estar preparado para responder esta pergunta: o que você, como Coach, pode fazer por mim?
Pois bem, duas das mais categorizadas profissionais do Institute of Coaching, Diane Coutu e Carol Kauffman, trataram desse assunto na publicação Harvard Business Review. Elas começaram por lembrar que, no século XVII, o estadista francês Cardeal Richelieu contou com o conselho do Padre François Leclerc du Tremblay, conhecido como eminência parda da França. Como o famoso Cardeal daquela época, os líderes de negócios de hoje têm também as suas eminências pardas, mas que não são monges vinculados por um voto de pobreza. Ao contrário, eles são chamados de Coaches e chegam a ganhar até 3.500 dólares por hora.
Para entender o que faz um Coach para merecer esse dinheiro, a HBR realizou uma pesquisa com 140 Coaches e convidou cinco especialistas para comentar os resultados. Os analistas demonstraram visões conflitantes sobre para onde o campo vai – e/ou deveria ir – refletindo as contradições que surgiram entre os entrevistados. Eles entendiam que o processo ainda precisa ser mais amadurecido em algumas áreas de atividades, mas não houve consenso sobre como isso poderia ser feito.
Eles geralmente concordaram, porém, que as razões para as empresas utilizarem Coaches em seu cotidiano estão mudando. Dez anos atrás, a maioria das empresas contratava um Coach para ajudar a corrigir o comportamento descontrolado no topo da pirâmide de poder. Hoje, a maioria dos profissionais de Coaching está alocada no desenvolvimento das capacidades de executivos de alto potencial. Como resultado dessa missão mais ampla, há muito mais incerteza em torno de como e de que forma os Coaches definem o âmbito de compromissos com os clientes, como eles podem medir e relatar o progresso, e de que maneira uma empresa deve selecionar esse profissional.
Será que as empresas e seus executivos conseguem mesmo obter ou construir valor a partir de seus Coaches? Quando pedimos aos Coaches para explicarem a influência no crescimento saudável da empresa, eles costumam responder que os clientes voltam sempre, pois “Coaching funciona”. No entanto, os resultados da pesquisa também sugerem que a empresa é cheia de conflitos de interesse e nuances políticas, o que dificulta muito o acompanhamento do sucesso quanto à eficácia do engajamento em Coaching.
Resumindo: o Coaching como uma ferramenta de negócios continua a ganhar crescente legitimidade, mas os fundamentos de como o processo funciona nos mecanismos de negócios das empresas ainda permanecem nublados. Nesse mercado, como em tantos outros, aplica-se ainda hoje o velho ditado: Você que compra os serviços, cuidado com o seu fornecedor! O sucesso não acontecerá sempre e nem ocorrerá por acaso.
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