A frase do título diz respeito a antigo provérbio português. Mas tornou-se famosa, no Brasil, quando o ex-presidente Collor a utilizou em meio a uma de suas “tiradas de efeito”, quando ainda no poder. Outros atribuem à aplicação no cenário nacional a políticos ativos durante o regime militar, porém disso não se tem certeza. O fato é que, na essência dessa afirmação, podemos concluir sem medo de errar: existe certo tipo de sabedoria que só chega com o passar dos anos, sem formalismos ou estruturas lógicas, mas envolvendo certo feeling difícil de explicar. É quase como uma Teoria de Darwin dos Tempos Modernos, em os mais bem adaptados ao meio têm melhores chances de sobrevivência do que os menos adaptados.
Dito isso, quero primeiro dar meu testemunho, eu que venho exercendo o Aconselhamento, a Mentoria, a Consultoria e o Coaching em empresas de médio e grande porte, no Brasil e no exterior. Para muitos profissionais, os momentos mais tensos e difíceis são aqueles em que há determinado desafio que tem, no processo decisório, pessoas díspares como um jovem executivo e um executivo sênior. Para sintonizar melhor, um executivo na faixa dos seus 40 anos, cheio de ilusões e modelos que deseja implantar, duelando com um profissional já com mais de 70 anos, vitorioso no passado e que deseja reimplantar seus modelos que já deram certo. Normalmente, a tendência é a perda de foco e, para enfrentar isso, exigem-se posições duras, assertivas e, até mesmo, posturas de enfrentamento da parte de quem é o profissional da intervenção.
Como tudo fica mais claro com exemplos, imagine um cantor ou uma cantora que tenha feito bastante sucesso com sua música, nos anos de 1970 a 1980. Com seus 25 anos, energia e timbre vocal cativantes, beleza de levantar suspiros, o(a) artista “era um luxo só”. O tempo passou e agora, nos seus 60 anos e mais alguma coisa, como estará tal artista? Terá sabido se reciclar para oferecer aos seus fãs a mesma música inebriante do passado? Ou será que terá apenas a virtude de levar as pessoas a sonharem (e se lembrarem) do passado, perdoando as diferenças físicas que o tempo gerou?
Vamos viajar por essa provocação e tirar algumas conclusões? Alguém de suma paciência montou o vídeo a seguir com artistas cantando seus sucessos na fase áurea e, depois, mais recentemente, com décadas de diferença. Com poucas exceções, quilos a mais chegaram, cabelos a menos nos homens e brancos nas mulheres, rugas e marcas inevitáveis na pele, porém, o mais marcante, a potência vocal mudou. Incrivelmente, a plateia não se importa, pois os olhos estão sendo motivados a remeter a uma lembrança dominadora, como a do primeiro beijo, namoro, filho ou outra marcante. A figura do artista, com todas as diferenças, é só catalisadora de emoções. O esforço maior deve ser a criação de harmonia entre o que já fez e o que ora consegue fazer, sem conflitos (e a banda deve colaborar com isso).
Link Original: https://www.youtube.com/watch?v=IPR-o3wTZqI
Quer mais exemplos, veja abaixo:
Link Original: https://www.youtube.com/watch?v=v1CKeLH29iI
Voltando ao ambiente empresarial, o fundamental para que o profissional de Consultoria, Aconselhamento, Mentoring ou Coaching tenha sucesso ao administrar conflitos de gerações, é ater-se de maneira radical na colaboração que cada um pode gerar, sem sonhos, pieguices, aventuras ou tapas na mesa. O profissional jovem tem a agregar o espírito de inovação e tecnologia, enquanto o sênior tem (ou ao menos deveria ter) a sabedoria acumulada pelo tempo. Aquilo que se chamou, no início do artigo, Teoria de Darwin dos Tempos Modernos.
Tanto aquele(a) artista jovem como o(a) artista mais sênior faz com emoções e sonhos eternos convivam com compassos e timbres musicais diferentes, adaptados aos novos tempos. Mesmo que não se repitam como já foram, esse(a)s artistas conseguem chegar aos resultados que se determinaram alcançar. Ainda que seja difícil, quem está envolvido em intervenção humana deve também ser vencedor, dessa forma, ajudando todos os envolvidos com o desafio comum na melhor adaptação de todos ao atual meio empresarial e ao mundo dos negócios. Sem preconceitos ou pré-conceitos!
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