Objetivos são coisas sérias (parte II): Descobrindo as Inteligências Múltiplas e Níveis Neurológicos
Dando continuidade então à parte I deste artigo (veja aqui), publicada em 03/06, vamos abordar hoje a Teoria das Inteligências múltiplas e o Modelo dos Níveis Neurológicos.
Inteligências Múltiplas
A teoria das Inteligências Múltiplas (IM), desenvolvida pelo americano Howard Gardner, mostrou-se como uma redirecionadora dos paradigmas do pensamento moderno ou de como pensar e repensar o certo e o errado em estratégias educacionais. Inicialmente, Gardner tinha proposto o reconhecimento de sete inteligências básicas – as sete primeiras relacionadas abaixo – visão que por si mostrava assim um rompimento com as escalas de inteligência de Stanford-Binet, o famoso teste de QI (Quociente Intelectual).
Um aluno excelente no futebol e no basquete, contudo com desempenho sofrível em matemática, podia simplesmente ser um indivíduo com bom desenvolvimento de sua Inteligência Corporal-cinestésica e pouco desenvolvimento de sua Inteligência Lógico-matemática. Cabia, portanto, aos ilustres docentes descobrirem meios de estimularem as Múltiplas Inteligências de seus pupilos, para que ocorresse um desenvolvimento mais integrado e harmônico dos mesmos. O próprio Gardner posteriormente, reconheceu a existência de outras inteligências, notadamente as Inteligências Ambiental e Espiritual.
1) Corporal-cinestésica
Habilidades desportivas, trabalhos manuais etc. Por exemplo: artesãos, dançarinos, cirurgiões, atletas etc.
2) Interpessoal
A capacidade de relacionar-se bem com outras pessoas. Por exemplo: vendedores, oradores, artistas, terapeutas etc.
3) Intrapessoal
A capacidade de relacionar-se bem consigo próprio, com sua própria intimidade, com seus próprios sentimentos. Consegue autoanalisar-se. Por exemplo: filósofos, meditadores etc.
4) Vísuo-espacial
Facilidade em visualizar ou criar imagens. Boa orientação espacial. Por exemplo: desenhistas, arquitetos, pintores etc.
5) Lógico-matemática
Boa capacidade de lidar com números. Raciocínio analítico. Por exemplo: engenheiros, contabilistas, investigadores etc.
6) Linguística
Habilidades com o uso das palavras e os efeitos que a linguística proporciona. Por exemplo: escritores, jornalistas, oradores, hipnólogos etc.
7) Musical
Boa capacidade auditiva. Habilidades musicais. Por exemplo: músicos, compositores, cantores etc.
8) Ambiental
Boas capacidade para relacionar-se com o meio ambiente, especialmente com os aspectos naturalísticos. Por exemplo: Botânicos, zoólogos, paisagistas, jardineiros, agricultores etc.
9) Espiritual/Existencial
Capacidade de raciocinar em relação à vida, à morte, ao Universo. Abstração saudável com relação à existência ou não de forças superiores.
Níveis Neurológicos
Robert Dilts, um dos maiores desenvolvedores de padrões na Programação Neurolinguística – PNL, criou o modelo dos Níveis Neurológicos baseado no trabalho de um de seus ex-professores – o antropólogo Gregory Bateson – desenvolvedor da teoria do duplo vínculo na esquizofrenia e referência mundial não somente na antropologia como no pensamento sistêmico e outras áreas. Dilts, também considerado como coach de renome mundial, menciona que um dos padrões mais úteis ao Coaching com letra “C” maiúscula é o dos Níveis Neurológicos, a saber:
Ambiente
Refere-se ao ambiente no qual o indivíduo se situa ou interage. Diz respeito aos limites e às reações, ao contexto no qual as coisas acontecem. Questões referentes ao ambiente respondem às perguntas: quando? e onde?
Comportamento
Relaciona-se às ações do indivíduo, seus hábitos etc. Questões referentes ao comportamento respondem à pergunta: o quê?
Capacidade
Diz respeito às estratégias utilizadas pelo indivíduo e às suas habilidades. Mostra a qualificação (recursos) à disposição do mesmo. Questões relacionadas à capacidade respondem à pergunta: como?
Crenças e Valores
São a base da permissão e motivação para as capacidades e comportamentos do indivíduo. Questões relativas às crenças e aos valores respondem à pergunta: por quê?
Identidade
Relaciona-se ao sentido que a pessoa dá ao seu papel ou missão. Questões referentes à identidade respondem à pergunta: quem?
Espiritual
Diz respeito à visão que o indivíduo tem sobre o sistema maior do qual faz parte. Conduzem ao propósito maior que a visão estimula. Questões relativas ao nível espiritual respondem à pergunta: quem mais?
Em minha opinião, os Níveis (Neuro)Lógicos demonstram, de forma lógica e estruturada, a experiência humana, seja individual ou coletiva, seja de maneira pessoal ou no ambiente profissional.
Além do mais, os Níveis Neurológicos demonstram, na prática, ser uma pirâmide de estrutura da experiência humana, escalonada e hierárquica. Sua compreensão e prática do aprendido pode levar de fato o desenvolvimento humano para um novo patamar, dentro, inclusive, do que se convencionou chamar de Comunicação Não-Violenta (CNV).
Na parte III falaremos então mais sobre o uso prático dos Níveis (Neuro)Lógicos e sua interface com os vários níveis que a atuação de um profissional completo de Coaching pode desempenhar, dentro do que Robert B Dilts considera um processo de Coaching (com letra “C” maiúscula), diferenciando de um processo raso, focado somente em soluções paliativas.
Agora que compreendemos as bases das Inteligências Múltiplas e os Níveis Neurológicos, na Parte III vamos explorar como esses conceitos são aplicados na prática. Descubra como essas abordagens interagem em um contexto de PNL e coaching efetivo – que chamo de Coaching com “C” maiúsculo, elevando a experiência humana a um novo patamar.
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Quer saber mais sobre por que os objetivos são coisas sérias, as múltiplas inteligências e os níveis neurológicos? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.
Valdecy Carneiro
http://valdecycarneiro.com.br/
Confira também:
Objetivos são coisas sérias (parte I): Os 4 Quocientes da Inteligência (QI, QE, QS e QA)
Objetivos são coisas sérias (parte III): Coaching com “C” maiúscula e Programação Neurolinguística (PNL)
e Objetivos são coisas sérias (parte IV) – Reversão Psicológica (Psychological Reversal)
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