Você já pensou nos efeitos do ciclo da invisibilidade? E na importância de quebrá-lo? Uma das maiores dificuldades do ser humano é lidar com as diferenças.
Algo curioso quando percebemos que a nossa essência é justamente a diversidade. Somos diferentes por natureza, seja quimicamente, afinal, corpo humano é composto por, no mínimo, 60 elementos químicos diferentes, como pelo biótipo, experiências, personalidade, etc. Somos tudo, menos iguais.
Apesar disso, questões culturais fazem com que o ser humano busque unir-se a grupos por identificação. O problema começa quando há a rejeição e/ou segregação de grupos com determinadas características que não são aceitas causando um desequilíbrio social.
Esta segregação em determinado grau gera o Ciclo de Invisibilidade, onde pessoas passam despercebidas ou não são integradas na sociedade.
O exemplo mais clássico é quando uma pessoa em situação de rua é ignorada pelas pessoas que passam, como se não existissem. Perdem a dignidade e acesso ao que a sociedade proporciona a qualquer cidadão.
Da mesma forma pessoas com deficiência, agora um pouco mais incluídas, por conta de Leis vigentes também vivenciaram as consequências deste ciclo de invisibilidade. Na antiguidade eram mortas ou abandonadas, na Idade Média queimadas na fogueira, na Idade Moderna eram internadas em instituições.
Eram frequentes casos de familiares que não permitiam a participação de pessoas com deficiência no dia a dia, sendo assim, não eram reconhecidos como membros da sociedade que cresceu sem considerar o acesso que estas pessoas precisam em empresas, instituições de ensino, prédios públicos e privados, calçadas, etc. Sem acesso elas não conseguem ser incluídas e continuam na invisibilidade sofrendo discriminação.
Os negros enfrentam dificuldade na progressão de carreira, na igualdade de salários e são os mais vulneráveis ao assédio moral no ambiente de trabalho, apesar da proteção constitucional contra o racismo e a discriminação. A avaliação é do Ministério Público do Trabalho (MPT)
Segundo a ANTRA – Associação Nacional de Travestis e Transexuais, 90% das travestis e transexuais estão se prostituindo no Brasil. Justamente porque ainda é muito tímida a contratação deste público no mercado corporativo.
Dentre todas minorias a mulher é a que mais evoluiu, em se tratando de invisibilidade social, no entanto, a remuneração ainda é 25% menor do que os homens, segundo o IBGE.
É preciso quebrar este ciclo unindo forças com todos atores. As empresas implantarem programas efetivos de conscientização dos colaboradores e verdadeiramente inclusivos.
O governo e movimentos sociais ampliarem a fiscalização e as próprias minorias lutarem pelos seus direitos para ocupar um espaço que sempre foi de direito, somente assim, caminharemos para uma sociedade mais justa, inclusiva e humana.
Luciano Amato
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