Eu sempre gostei de ler a respeito dos filósofos gregos e os seus ensinamentos. O que mais me surpreende é que os ensinamentos são antigos, mas continuam sendo atuais. E é um desses ensinamentos do filósofo Sócrates que eu compartilho com vocês no artigo dessa semana. Sócrates foi o primeiro dos três grandes filósofos gregos que estabeleceram as bases do pensamento ocidental (os outros dois foram Platão e Aristóteles). Sócrates nasceu em Atenas por volta do ano 470 a.c. e, de acordo com o romano Cícero, “fez com que a filosofia descesse dos céus para a terra”. Em outras palavras, ele conduziu a transição do pensamento dos antigos cosmologistas gregos, que viviam refletindo sobre a origem do Universo, para preocupações maiores com a ética e a existência humana, adotando o famoso lema: “Conhece-te a ti mesmo”. Um dos seus grandes ensinamentos são os filtros de Sócrates. Que foi repassado através da seguinte história:
Um dia, um homem interpelou Sócrates e disse-lhe:
– Sabes o que eu ouvi sobre um amigo teu?
– Espera um minuto – replicou Sócrates. Antes de me dizeres, quero colocar-te algumas questões. Um processo que intitulo de exame do Triplo Filtro.
– Triplo Filtro? – respondeu o outro.
– Correto – continuou Sócrates. Antes de me falares do meu amigo, pode ser uma boa ideia filtrar três vezes o que vais dizer, é por isso que lhe chamo de Exame do Triplo Filtro.
1° filtro:
– O primeiro filtro é a Verdade. Estás absolutamente seguro de que o que me vais dizer é verdade?
– Não – respondeu o homem – Realmente só ouvi dizer isso e…
– Está bem – disse Sócrates. Então, realmente não sabes se é verdade ou não.
2° filtro:
– Agora permite-me que aplique o segundo filtro. O filtro da Bondade. Aquilo que me vais contar sobre o meu amigo é algo de bom?
– Não, pelo contrário… – respondeu o homem.
– Então, queres contar-me algo de mal sobre ele, mas não estás certo que seja verdade…
3° filtro:
– Falta agora o filtro da Utilidade. Servir-me-á para alguma coisa aquilo que me queres contar sobre o meu amigo? – perguntou Sócrates.
– Não, a verdade é que não…
– Então – concluiu Sócrates – se o que desejas contar-me não é certo que seja verdadeiro, não é bom, e inclusivamente não me é útil para nada, porque haveria eu de querer tomar conhecimento disso?
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