Os meus 50 e tantos anos… O que dizer sobre minha vida?
Aos 47 anos, eu me separei, voltei a morar com meus pais, vendi minha última escola de idiomas e, no mesmo ano, 3 dias antes do Natal, perdi meu pai.
Sem minha empresa e meus alunos, pude dar ainda mais atenção ao trabalho que fazia meus olhos brilharem e meu coração bater num ritmo muito mais calmo, tranquilo e livre de obstruções.
Ao longo da minha vida, os desafios que enfrentei ao empreender me despertaram um imenso desejo de ajudar mulheres que estavam passando por situações com as quais eu já tinha passado. Conciliar a maternidade com as responsabilidades de uma casa e de uma empresa sem deixar de lado a mulher que tem libido, amigos, vida social, sonhos… nunca foi das tarefas mais fáceis.
Com os filhos adultos sem precisarem tanto da minha presença, mergulhei nesse universo das mulheres empreendedoras e investi em formações e capacitações que me fizeram enxergar oportunidades onde não tinha visto antes. Aprender e ensinar sobre gestão e empreendedorismo se tornou mais do que uma paixão. Passou a ser minha missão de vida.
Depois de me dedicar ao ensino de inglês, inclusive para altos executivas de grandes empresas, e ser empresária por quase de 30 anos, comecei um mestrado em Administração de empresas, logo depois de um MBA em Gestão empresarial e, aos 48, fui convidada para ser professora de uma das maiores e mais respeitadas escolas de negócios do Brasil, a Fundação Getúlio Vargas. Muito mais do que eu poderia ter sonhado e imaginado!
Já com 50 e tantos anos, mais precisamente aos 55, não digo que me reinventei porque nem com a roda conseguiram fazer isso. Não nos reinventamos! Vamos nos adaptando, nos aprimorando, nos aperfeiçoando, nos moldando, nos desempenando… E, dependendo da ocasião, uma pintura leve já melhora bastante a aparência. Já para as esconder as imperfeições e os “arranhões” acumulados ao longo da vida é preciso um polimento mais profundo e, às vezes, uma recauchutagem completa. Mas, se não podemos ou não queremos, seguimos convivendo com as fissuras e os sulcos impressos em nossa capa. E está tudo bem!
Fato é que nós, assim como as rodas, vamos nos desgastando com o tempo. A diferença está em como dirigimos nossas vidas, quais estradas percorremos, a forma como pisamos no acelerador e no freio, arriscando ou não altas velocidades, fazendo paradas programadas e tranquilas ou freadas inesperadas e abruptas.
Como diria Rita Lee,
“As peruas seguem o caminho perseguindo a fonte da juventude e lutando contra o tempo. Já para as feiticeiras, o tempo é o grande aliado.”
Por incrível que pareça, caminhando para os 56, sinto muito menos desconforto com a menopausa do que sentia com as cólicas menstruais. Tenho mais prazer num sexo que tem mais preliminares e é muito mais intenso do que tive na pressa da juventude. Estou muito melhor com o meu corpo de hoje do que com as neuroses da perfeição e busca de um modelo escultural que nunca se encaixava no biotipo da moça que eu era.
Minha voz é muito mais ouvida do que os meus gritos de adolescência.
O meu coração desistiu das suas arritmias na busca desenfreada de correr para chegar em lugares que nem sabia bem onde eram ou se seriam legais para mim. Hoje, ele segue tranquilo entre os seus 50 a 90 batimentos por minuto (bpm).
Escolhi não me estressar desde o dia que entendi que não tenho controle de absolutamente NADA. É isso mesmo, pode crer, não temos controle de absolutamente nada. Sabe a lei do Caos e o efeito borboleta? A vida é um caos. Basta um pequeno e insignificante evento como um prego no pneu do seu carro para mudar todo o curso da sua história e até de milhares de outras pessoas.
Acredito que este seja mais um dos benefícios de uma vida bem rodada, passamos a ter menos urgências, ficamos mais cautelosas, enxergamos menos de perto do que de longe e, por isso, ficamos menos exigentes com as impurezas.
Passamos também a ter mais certeza das nossas vulnerabilidades, a dar a velocidade ideal quando não podemos consertar a estrada, mas temos consciência de que a direção está em nossas mãos e que a melhor forma de conduzir nossas vidas é a direção defensiva.
Gostou do artigo? Quer saber mais como encarar sua vida após os 50 anos? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em conversar sobre este tema.
Cris Ferreira
https://soucrisferreira.com.br/
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