Os Perigos dos Excessos nos Fatores DISC – Fator Influência
Pessoas com uma influência acima média da população tendem a buscar uma maior interação social e a falar mais. Em conjunto com uma maior necessidade de serem publicamente queridas, admiradas e socialmente aceitas. Em alguns casos, podem dar um excesso de importância à manifestação positiva e elogiosa dos outros em relação a si mesmas.
Quando essas pessoas apresentam essas características comportamentais em excesso, acompanhadas de uma baixa consciência de si mesmas e pouca habilidade de autocontrole, e têm as expectativas de reconhecimento social não atendidas, podem até falar coisas que diminuam, agridam ou até ridicularizem quem não lhes deu atenção na medida que esperavam.
Pessoas com uma influência muito alta e que ao mesmo tempo tenham uma baixa intensidade na sua inteligência interpessoal podem com mais facilidade se tornar socialmente inconvenientes, podendo também ser ofensivas, intensificando as consequências negativas do medo de rejeição social que possuem.
Para essas pessoas, que, de acordo com esse comportamento DISC, possuem um maior potencial e facilidade de serem populares, simpáticas e divertidas, o excesso de manifestação desse fator, sem a devida autoestima e inteligência emocional, pode acabar gerando um efeito contrário ao que gostariam, tornando-as impopulares, inoportunas e, pior, socialmente ignoradas, evitadas e criticadas.
A presença de sorrisos forçados e de autoelogios em demasia, no sentido de puxar dos outros sinais de bajulação, já pode ser sinal de alerta para algo que não está muito em equilíbrio, da pessoa com ela mesma. Seria estranho vermos pessoas legais ficarem buscando sinais dos outros de que são legais. Isso porque já são legais e sabem disso. Então por qual razão precisariam de que os outros ficassem repetindo isso?
Para uma pessoa que não se sente bem com quem é, provavelmente não vai ser preparando o seu visual para uma festa, ou atividade profissional, no intuito de receber elogios à sua aparência, que vai resolver o fato de que, na verdade, a própria pessoa não se sente muito à vontade com o que vê quando se depara com o reflexo de si mesma, ou quando está apenas na presença dos próprio pensamentos.
Essas pessoas podem precisar de um maior esforço para encontrar a beleza – interior e exterior – e o respeito por quem são. Aumentando o senso de autovalor e, assim, elevar o nível de independência com relação aos feedbacks positivos dos outros, tornando-se, portanto, emocionalmente independentes.
O princípio é procurar primeiro andar com as próprias pernas e se, após atingir esse estágio, vierem elogios espontâneos dos outros, melhor. E se, após a conquista dessa autossuficiência, os elogios e bajulações não vierem, talvez a pessoa nem perceba ou, se perceber, não dará muita importância, ou nenhuma.
Pessoas com essas características comportamentais podem excessivamente buscar apoio e segurança emocional nos outros. Em vez de priorizarem o apoio emocional de que possam precisar na própria essência. Os dois lados são importantes, no entanto penso que priorizar e colocar mais tempo, energia e atenção no parecer, em relação ao ser, pode trazer o mesmo resultado que enxugar gelo. A necessidade por aceitação social pode ser algo que nunca tenha fim. Proporcionando assim uma vida de eterna insatisfação, não com os outros, mas com si mesmas.
Valorizar quem somos em nossa singularidade, com um claro entendimento, aceitação e apreço pelos próprios pontos fortes e fracos, acreditando em nós mesmos, independentemente da opinião dos outros, deveria vir antes de pensar em sorrir ou escolher qual roupa utilizar para o próximo evento onde irá encontrar outras pessoas.
Um instrumento de análise de perfil comportamental construído com base na metodologia DISC não mensura autoestima e inteligência emocional. Contudo, essas dimensões possuem um grande impacto em como uma pessoa é percebida pelos outros. Ainda mais em situações sociais, especialmente quando o fator influência de uma pessoa for bem aflorado.
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Alexandre Ribas
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