Outubro Rosa: Os temas se encontraram de forma transversal
Nós, do De Pessoa Pra Pessoa, dentre muitas das nossas ações de humanização dos ambientes de trabalho, facilitamos temas tabus e assuntos que permeiam o calendário de saúde, social e da diversidade. Cada data desses calendários coloca um ponto em foco, no entanto, sentimos que é importante que esses temas se encontrem de forma transversal, ou seja, um tema entra no outro!
Queremos contar pra vocês como foi a nossa experiência nas ações da campanha do Outubro Rosa deste ano.
Sabemos que essa é uma campanha que convida à mobilização social para facilitar a prevenção, o diagnóstico precoce e tratamento do câncer de mama e de colo de útero, mas sentimos que a verdade é que essas campanhas focam, na maioria das vezes, nas mulheres cis* heterossexuais, deixando de lado todas as outras pessoas. Você já se deu conta disso?
* Cis - é o termo utilizado para se referir ao indivíduo que se identifica, em todos os aspectos, com o seu "gênero de nascença".
Desta vez, nas ações que colocamos em prática, sentimos a diferença. Não apenas o nosso olhar atento evoluiu, mas recebemos pedidos expressos das empresas para uma fala inclusiva.
Há muitos motivos que não facilitam o nosso acesso à saúde hoje. Além da falta de informação, muitas barreiras impedem as pessoas de chegarem, de fato, aos serviços de saúde. Podemos considerar os muros que se erguem a partir da renda, deficiência física, raça, cor, identidade de gênero e até mesmo por orientação sexual. A falta de informação e inclusão da nossa diversidade impacta negativamente o direito de todas as pessoas de cuidar da sua saúde. Então pergunto: faz sentido pra você?
Veja só alguns números, a saber:
Uma pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que buscou trazer luz às desigualdades sociais do país, identificou que:
“em casos de câncer de mama tratados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a taxa de sobrevivência de mulheres autodeclaradas pretas é até 10% menor do que a de brancas.”
De acordo com uma pesquisa das Nações Unidas, realizada em sete capitais brasileiras:
“31,9% das pessoas trans relataram ter vivido alguma situação ruim com algum profissional de saúde.”
Certamente a pandemia também ergueu um muro entre a gente e a nossa saúde.
Uma pesquisa feita pelo Ibope Inteligência a pedido da Pfizer indicou:
“62% das mulheres não realizaram os seus exames de mama em 2020, e que essa proporção chegou a 73% entre aquelas com mais de 60 anos.”
Sentimos a importância de voltarmos aos mesmos temas sempre que possível, todo ano ou em outra periodicidade. Essa conversa constante facilita a evolução da nossa consciência individual e coletiva. As empresas onde estamos percebem que é importante “beber da fonte”, sustentar as discussões e, assim, elas começam e mantém o ritmo das transformações.
Fiquei pensando aqui que talvez você sinta que essa partilha é otimista, e é mesmo. O tema era Outubro Rosa e tivemos participações de pessoas que se identificam com vários gêneros. Os homens, pela primeira vez na nossa experiência, estavam voluntariamente presentes e fizeram perguntas. Mulheres trans e homens trans participaram da discussão que incluiu todos que têm mama, peito, colo de útero e oportunidade para discutir a saúde integral.
Por isso, nosso convite é para que você reflita sobre a cultura que você é parte:
Há, de fato, um movimento para incluir todas as pessoas em todas as ações? Há a chance de discutir os temas em foco considerando os outros de forma transversal?
Gostou do artigo? Quer conversar mais sobre a experiência nas ações da campanha do Outubro Rosa deste ano? Então procure a gente, teremos muito prazer em responder.
Anne Bertoli & Brunna Martinato
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