Ozempic: Será que apareceu um novo “Cisne Negro”?!
Em 2008, o escritor e matemático líbano-americano Nassim Nicholas Taleb lançou um livro com o título The Black Swan (O Cisne Negro). Ao longo do texto, Taleb levou o leitor a entender que, ao contrário do que muitos estrategistas pensam, estamos constantemente à mercê do inesperado.
A um acontecimento imprevisível Taleb apelidou de “Cisne Negro” (ave que se considerava inexistente até ser vista na Austrália, pela primeira vez, no século XVII). Nessa concepção, o “cisne negro” será um evento com três características essenciais: é imprevisível, tem resultados impactantes e, após sua ocorrência, inventamos uma narrativa para ele parecer menos aleatório e mais explicável.
Para Nassim Nicholas Taleb, os cisnes negros são a base de quase tudo o que acontece no mundo, da ascensão das religiões à nossa vida pessoal. Por que não reconhecemos o fenômeno antes que ele ocorra? Parte da resposta, segundo o autor, deve-se ao fato de, em geral, os seres humanos se limitarem a aprender conteúdos específicos em vez de adquirir sabedoria em diversas áreas do conhecimento. Depois desse livro, e se mantendo com pensamento bem alinhado, Taleb deu sequência à sua produção de diversos outros textos instigantes.
Há cerca de três anos, eu já tratei do tema aqui neste espaço e, se o leitor aceitar a sugestão, confira o conteúdo lendo aquela postagem, clique aqui.
Bem recentemente, Taleb atualizou seus estudos e avançou nessa teoria, lançando o livro A lógica do Cisne Negro – o impacto do altamente improvável (2021 – publicado no Brasil pela Editora Objetiva). Em um mundo complexo, incerto e volátil, Taleb afirma que as pessoas se fixam em dados irrelevantes, enquanto eventos maiores continuam a nos surpreender e a moldar o mundo. E ele propõe caminhos para que deixemos de tentar prever os acontecimentos para, ao contrário, conseguirmos tirar proveito da incerteza.
Pois bem, fazendo agora uma associação direta com o título desta postagem, os principais jornais brasileiros têm publicado conteúdos bastante instigantes e que estão bem alinhados com as três características de um “cisne negro” (imprevisibilidade, impacto e explicação posterior óbvia).
Vejamos alguns exemplos bastante significativos, a saber:
- Ozempic já reduz venda de alimentos em supermercado nos EUA (O Globo – 05/10/23);
- “Efeito Ozempic” leva empresas americanas a repensarem modelo de negócios (Globo – 08/10/23);
- Como o Ozempic ameaça ações do Walmart, Mc Donald´s e até fabricantes de cigarros (Valor – 07/10/23);
- Ozempic vai reduzir a venda de alimentos? Banco estima queda de 1,2% (Globo – 16/10/23);
- Como o “efeito Ozempic” pode transformar o mercado de ações (Exame – 16/10/23);
- Fabricante do Ozempic dispara na Bolsa, supera LVMH e se torna empresa mais valiosa da Europa (Infomoney – 02/09/23). E agora, a mais recente de todas (leia a matéria completa aqui):
- Como ‘efeito Ozempic’ afeta Bolsa, PIB da Dinamarca e até a batata frita (UOL Economia – 22/1023).
Como para um bom entendedor basta uma única palavra, todas as chamadas dos principais veículos citam Ozempic (seria ele o “cisne negro”?), uma medicação considerada revolucionária para tratar o diabetes tipo 2 e que, adicionalmente, tornou-se um produto de combate à obesidade.
O Ozempic ganhou status mundial quando celebridades, influenciadores e políticos começaram a usá-lo para perda de peso. Houve até um desafio no Tiktok (#OzempicChallenge), em que as pessoas mostravam quanto tinham emagrecido após seu uso.
A bem da verdade e da informação plena, algo que tem sido a minha base de trabalho para todas as minhas publicações, no momento há vários outros produtos com o mesmo objetivo do Ozempic, porém com diferenças em princípio ativo e dosagens. Como o objetivo é destacar o “cisne negro” e não tratar de semelhanças ou diferenças entre os concorrentes do Ozempic (até porque não tenho formação para isso), vou me referir genericamente ao “cisne negro” como sendo essa “nova medicação efetiva para o combate da diabetes tipo 2 e com impactos na diminuição do apetite e da perda de peso”.
Como os principais jornais e revistas especializados já destacam, essa nova medicação é bem recente, não se esperava tamanha aceitação mundial e nem o impacto positivo para duas questões que preocupam, crescentemente, a classe médica e os formuladores de políticas públicas na saúde: a diabetes e a obesidade.
E como a economia será afetada? Talvez ainda seja cedo para responder, porém os primeiros impactos mostram uma conversão em hábitos de escolha e compra de alimentos.
Curiosamente, como tudo na vida, não é possível “dormir em berço esplêndido”. As notícias e pesquisas que estão sendo divulgadas afirmam haver no mercado um produto inovador com melhor efeito que o do Ozempic.
Se você está interessado no tema, sugiro pesquisar pela internet. Mas, de qualquer forma, deixo a pergunta que é a essência deste artigo: você tem sentido a presença desse novo “cisne negro” em sua vida?
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Eu sou Mario Divo e você me encontra pelas mídias sociais ou, então, acesse meu site www.mariodivo.com.br.
Até nossa próxima postagem!
Mario Divo
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