Antes mesmo do nascimento somos naturalmente levados por nossas emoções e expectativas em relação aos nossos filhos. Entenda como a “superproteção” pode influenciar a vida daqueles que você mais ama.
Já faz alguns anos que tenho abordado de forma recorrente a questão da educação convencional que majoritariamente ainda é aplicada na formação das nossas crianças e jovens. O que vemos são pais perdidos, sem saber ao menos que rumos seriam melhores seguir e é aí que mora o perigo. Se ausentar ou delegar a outros a função de educar é um erro, mas o excesso de zelo também pode ser.
Não estou aqui para criticar as diretrizes da atual educação tradicional que é aplicada, o tema nem é esse. Mas o foco é fazer um alerta para os “superprotetores”. Essa semana eu li um texto desenvolvido na área de psicologia que me chamou atenção porque apresentou a hiperpaternidade “que inclui aqueles pais que protegem seus filhos em excesso, lhes dão muita atenção e mimam acima do necessário, sem saber que estão limitando sua independência, sua liberdade e o desenvolvimento de sua autonomia”.
Note que a superproteção ou hiperpaternidade, ou seja, aqueles pais que fazem tudo, resolvem tudo pelos filhos, se torna um perigo. Acredito que o “se vira moleque” deve ser aplicado em todas as fases, da infância à adolescência. Os filhos precisam aprender a lidar com seus próprios problemas, desafios e desconfortos que são comuns na vida de qualquer pessoa e em todas as fases.
Em meu livro Educando Filhos para Empreender – Editora Ser Mais (Literare Books), falo justamente que alguns pais acabam criando sem perceber a “bolha da superproteção” e mostro como isso afeta o desenvolvimento dos filhos. O fato é que apenas quem é pai ou mãe sabe como realmente é difícil evitar essa hiperpaternidade. Muitos rótulos acabam surgindo, mas a verdade é que os pais fazem tudo que estão ao seu alcance para que seus filhos sejam cuidados, protegidos e felizes.
Nada em excesso é bom, mas o carinho e o amor ainda continuam sendo os melhores remédios para se combater todos os males que a vida adulta pode apresentar. É obvio e muito natural que os pais (sendo superprotetores ou não) comemorem cada conquista dos seus filhos e sofram com suas frustrações e fracassos. O importante aqui na verdade é saber como lidar com isso desde cedo.
Fazer com que seu filho estude nas melhores escolas, universidades e que tenha acesso ao melhor que o dinheiro pode oferecer não significa que ele será um ser humano feliz e muito menos bem-sucedido em suas escolhas quando adulto. Os erros e frustrações fazem parte da vida e assim como os filhos os pais também precisam entender e aceitar isso!
O controle em excesso provavelmente gera um resultado muito diferente do projetado que é o afastamento e a irritação. Além de ser exaustivo para ambos, altos índices de exigência são inevitavelmente prejudiciais para os dois lados também. Já somos extremamente cobrados da porta para fora de casa em uma sociedade cada vez mais competitiva, por que fazer isso dentro de casa também?
O fato é que a superação e aperfeiçoamento precisam ser constantes quando se trata da educação dos nossos filhos. Não são rótulos que precisam te definir e sim suas atitudes e respostas diante da vida. Seu filho espera encontrar em você um mentor, um amigo e não um ditador intransigente que espera apenas o melhor dele. As vezes o que falta é você compreender que talvez seu filho não precise ser o melhor, mas ser feliz!
Seu filho precisa ser motivado a encontrar seus próprios caminhos e não desenvolver nele o medo do fracasso e da cobrança. Em meio a todos os desafios que será exposto ao longo da vida, não tenha dúvida de que ele precisará ser forte e não um maratonista para fugir de tudo e de todos.
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