Para inovar, seja como o Batman! Mas o que é inovação?
Inspirada pelo Carnaval, semana em que escrevia este artigo, hoje eu quero falar sobre inovação e gostaria que vocês me acompanhassem nesta viagem.
Para falar de inovação, vou abordar 4 coisas: esteira rolante, criatividade, Batman e segmentação.
E para começar a falar sobre esteira rolante, gostaria de te convidar a analisar sua vida escolar. Você já terminou os estudos?
Embora você provavelmente tenha respondido apenas que “sim”, ou que “ainda não”, essa pergunta é bem relativa, concorda? Depende do que significa terminar os estudos para cada pessoa. Para uns pode ser terminar os anos escolares, para outros pode significar continuar estudando até um pós-doutorado.
Mas o que eu gostaria mesmo de analisar, é a cadeia evolutiva da educação. – E acredite, isto está diretamente ligado ao tema inovação. – Você já percebeu que nosso modelo de educação é igual a uma esteira rolante? As crianças entram nesta esteira pequenas, a cada ano vão aprendendo as mesmas coisas, todas juntas, sendo avaliadas da mesma maneira para passar de ano.
A escola, na verdade, é um jogo de adivinhar a resposta certa. Para toda prova, tem um gabarito, e passa de ano quem mais chegar perto desse gabarito. É um modelo que foi desenvolvido na época da primeira Revolução Industrial, justamente, para preparar as pessoas para o mercado de trabalho industrializado.
Os alunos entram de manhã cedo, uniformizados, num espaço com muros altos, são divididos em grupos, vão para uma sala, onde precisam respeitar regras rígidas (até para ir ao banheiro precisam levantar a mão e pedir permissão), e quando toca o sinal eles têm alguns minutos para tomar sol e comer um lanche. Essa é a descrição de uma escola, mas poderia ser de um presídio ou de uma grande fábrica, concorda?
Deixarei você refletindo sobre isso, para entrar no segundo tópico: criatividade. Será que existe inovação sem criatividade? Afinal o que é inovação? Criar coisas novas? Ou inovar coisas que já existem?
Na verdade, inovação é tudo isso. E a definição que eu mais gosto é: encontrar soluções novas para problemas existentes. Portanto a primeira premissa para a inovação é: a criatividade. Não existe inovação sem criatividade.
Porém, a criatividade não necessariamente precisa ser algo genial. Tem uma expressão que ouvi uma vez do empresário e humorista, Murilo Gun, e fez todo o sentido para mim: combinatividade.
Inovação é você, não necessariamente criar coisas novas, mas combinar coisas, que trarão soluções novas para os problemas existentes. Por exemplo, o homem CRIOU a roda? Assim, do nada, acordou e pensou “vou criar a roda”? Provavelmente não! O mais provável é que ele tenha observado pedras redondas ou frutas redondas a rolar, e então tenha chegado à conclusão de criar a roda, o carrinho de mão, etc e tal. Faz sentido?
Assim sendo, estando claro o conceito de criatividade, eu pergunto: todo adulto é criativo? Quem é mais criativo: um adulto ou uma criança? Claro, uma criança! As crianças são criativas por natureza, elas nascem fora da caixa. Porém, o modelo educacional atual, faz com que elas entrem dentro da caixa. As escolas não estimulam a criatividade. Entretanto, chegamos na vida adulta, entramos no mercado de trabalho, e o que é que mais ouvimos?? SAIA FORA DA CAIXA!
Ou seja, passamos a vida escolar inteira sendo encaixotados, para depois nos pedirem para sair da caixa? Assim não funciona, não é mesmo?
Mas eu não quero entrar no assunto “mudança do modelo educacional das escolas”, porque isso é papo para outro artigo. O que eu quis até agora foi introduzir e contextualizar o tema criatividade para a inovação.
E o que o Batman tem a ver com tudo isso, Paula?
Tem a ver pois muita gente acha que para ser criativo ou inovador, é preciso ter vindo ao mundo com um dom. E quem não tiver este dom, tem que se conformar a ficar na média da esteira da vida.
E é neste sentido que entra o Batman! O Batman é um super-herói? Sim. Mas ele tem algum dom específico? Não! A única coisa que ele tem é um propósito de vida muito grande, que é vingar a morte dos pais combatendo o crime na cidade, e uma gama de utilidades que o ajudam nesta missão: o Batmóvel e o cinto de utilidades. Portanto, para inovar, basta ser como o Batman!
Assim como, Paula? Rico? Milionário?
Isso também ajuda, mas não é sobre dinheiro que eu estou falando! É sobre o cinto de utilidades. Para ser criativo e inovador aumente o seu repertório de conhecimento. Sorte é quando o preparo se encontra com a oportunidade. Portanto, prepare-se cada vez mais. Amplie sua gama de conhecimento, pois isso pode fazer a diferença em algum momento da sua vida.
Até os dias de hoje temos vivido pensando em “especialização.” O ideal era ser especialista em determinado assunto. Hoje em dia, a especialização continua sendo importante, mas o ideal é que você, assim como o Batman, tenha uma série de ferramentas extras para utilizar quando precisar. E o que são essas ferramentas? É a grande amplitude do seu repertório de conhecimento e habilidades. Portanto, imagine que o ideal atualmente é algo como o formato da letra T maiúscula. O eixo vertical é a sua especialização, e o eixo horizontal são os diversos assuntos que você pode conhecer superficialmente, que podem te ajudar e muito na sua vida. Essa é uma teoria que faz parte do trabalho sobre Inteligências Múltiplas de Howard Garder.
E, falando especificamente sobre inovação (já com o entendimento de que inovação pode ser a combinação de diversas coisas que então o levarão a criar soluções novas), aumentar a sua gama de conhecimento – os também chamados “inputs” – pode ser o diferencial para te gerar insights incríveis e inovadores.
E assim entramos no nosso último tópico, que é a segmentação, ou o conceito de Cauda Longa de Chris Anderson. Nós estamos hoje na era da cauda longa do conhecimento. Imagine um dinossauro com uma cauda beeeeeem longa.
A parte da frente diz respeito ao consumo de assuntos de alta popularidade, e a parte da cauda, de assuntos de nichos específicos, cada vez mais segmentados. Antigamente, só os assuntos de alta popularidade eram vistos e consumidos. Por quê? Porque não havia acesso ou meios de comunicação suficiente para todos. Hoje em dia, com a ramificação que é a internet, eu tenho acesso sobre qualquer assunto em qualquer momento, na palma da minha mão, através de um clique no meu celular.
E o que isso tudo tem a ver com inovação? Ora, hoje em dia, quem não inova, fica para trás! Não que você seja obrigado a inovar, ou a estar conectado com este universo de conhecimento e informação, mas, se você não o fizer, outra pessoa fará. E com o mundo cada vez mais populoso, aumenta também a concorrência em qualquer mercado de trabalho.
Ou seja, estar apenas na média não é mais suficiente. Estar antenado e inovar não é mais um luxo, é necessidade. A boa notícia, é que, justamente pela enorme quantidade de troca de conhecimento e informação, cada vez mais segmentada, está cada vez mais fácil encontrar caminhos para a criatividade. É claro que não basta ser criativo e ter ideias de soluções incríveis. Sua ideia não vale nada sem execução.
Para inovar é preciso realizar! Fazer acontecer, partir para a ação, e testar as ideias para investir no que dá certo e eliminar o que dá errado. Para inovar é preciso ter permissão para errar. Pois é errando muito que se chega nas melhores soluções para o sucesso.
E por que o Carnaval é uma grande inspiração de inovação? Pois a maior festa popular brasileira, encontrou diversos caminhos e não se resume mais apenas aos desfiles do sambódromo. Hoje em dia há Carnaval para todos os gostos, ritmos musicais, credos e cores. E a cada ano surgem blocos diferentes, modas diferentes, fantasias diferentes. Se o Carnaval não é um dos maiores exemplos de criatividade e inovação, eu não sei mais dizer o que é!
Sendo assim, bora lá inovar??
Um forte abraço e BOAS INOVAÇÕES!
Paula Quaiser
http://www.paulaquaiser.com
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