Parentalidade Consciente: Por que filho não veio com manual?
Mas se olharmos atentamente, nossos filhos nos ensinam todos os dias e nos mostram o manual que tanto procuramos. Como pais nós nos desenvolvemos e crescemos com os nossos filhos, num processo conjunto e contínuo de aprendizagem.
Você pode estar se perguntando: “Mas como fazer isso? Como compreender melhor meu filho e criar assim uma boa relação com ele?”
A Parentalidade Consciente nos convida a fazer uma reconexão com nosso interior, com nossa intuição e competências inatas. Não procuramos encontrar técnicas e ferramentas que funcionem, mas sim criar relações profundas e saudáveis com os nossos filhos.
Quando construímos nossa família e nos tornamos pais, é importante refletir sobre como desejamos que ela seja. Que tipo de pai ou mãe queremos ser para nossos filhos. Ter uma intenção clara e a consciência de onde queremos chegar, nos auxilia a trilhar esse caminho.
Quando temos clareza sobre nossos valores e intenções, então conseguimos agir de forma mais alinhada para colhermos os resultados a longo prazo.
Alguns aspectos distinguem a Parentalidade Tradicional da Parentalidade Consciente. Algumas dessas diferenças a saber:
Na Parentalidade Tradicional o foco está em: | Na Parentalidade Consciente o foco está em: |
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Em ambas, os pais desejam transmitir amor aos seus filhos, mas trilhando caminhos diferentes. A Parentalidade Tradicional é cultural. Repetimos coisas que, muitas vezes não paramos para questionar se fazem sentido ou não e se devem ser mantidas. A Parentalidade Consciente é científica e intencionada.
Como pais, queremos passar princípios aos nossos filhos, ensinar o que é certo, criar bons cidadãos para o mundo. Ocorre que muitas pessoas acreditam que precisam fazer isso usando estratégias de educação, por exemplo, através da punição, castigo, recompensas e controle do comportamento.
Na Parentalidade Consciente, nossa principal ferramenta é a observação.
Quando um bebê nasce, ele não se comunica verbalmente. Então, nós procuramos descobrir do que ele precisa para poder atender às suas necessidades. Observamos se ele está com fome, se tem algum desconforto, se precisa ser trocado ou necessita de descanso. Conforme ele cresce e começa a andar, falar, mexer nos objetos, fugir de nós, atirar coisas no chão, nosso foco muda e passamos a querer educa-lo através do controle de seu comportamento.
Quando os filhos são pequenos isso parece até funcionar bem. Mas à medida que eles crescem, isso passa a não fazer sentido. Se pensarmos a longo prazo, será que eu quero um filho obediente ou quero que ele seja autônomo, que saiba se posicionar, que seja assertivo, respeitoso e responsável? Essa é a hora de nos perguntarmos, será que a forma como estou educando trará esses resultados esperados?
A criança se comporta de determinada forma numa tentativa de satisfazer as suas necessidades. O comportamento é uma forma dela se comunicar. Precisamos ter a consciência de que existe algo para além do comportamento – de fato existe sempre uma razão pela qual a criança age de determinada forma.
Mas afinal, qual a alternativa para o paradigma de educar um filho através do controle e correção de seu comportamento?
Na Parentalidade Consciente, procuramos a colaboração e buscamos criar uma relação saudável com eles. Quando existem vínculos fortes, a vontade de colaborar aumenta de forma significativa.
Conseguimos transmitir nosso amor incondicional aos nossos filhos, quando eles se sentem amados por serem quem são, em sua totalidade e se sentem merecedores simplesmente por existirem.
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre Parentalidade Consciente? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.
Danielle Vieira Gomes
http://daniellegomescoach.com.br/
Referências:
Baseado no livro Educar com Mindfulness – Guia de Parentalidade Consciente para pais e educadores – Mikaela Ovén, Porto Editora, 10ª ed. 2022
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