Como formamos um ponto de vista? Nossas crenças, certezas, visão de mundo vêm de vicissitudes e marcas que vão ficando em nós de forma consciente ou inconsciente.
Muitos de nós usam a racionalidade e objetividade a fim de sentir mais segurança. Só que às vezes essas certezas se tornam intolerância diante das diferenças de pensamento e pontos de vista.
Você se conhece a ponto de saber o quanto você tolera o que é diferente?
Antes de responder pense se você consegue diferenciar os pontos de vista. É que às vezes a automaticidade das coisas é tão presente que nos engana. Pode dar a impressão que estamos simplesmente conversando de forma clara, mas algo está incomodando; nessa hora começam discussões que na maioria das vezes não vão levar a lugar nenhum.
Numa situação desse tipo é preciso respirar fundo e se organizar internamente para continuar a conversa/discussão.
Pode ser que identificar que simplesmente trata-se de um outro ponto de vista já seja suficiente.
Não estou dizendo que devemos nos tornar passivos e não lutarmos de forma saudável pelo nosso ponto de vista ou por aquilo que nos é caro. Muito pelo contrário.
Quando estamos mais conscientes do que está acontecendo podemos nos apropriar com mais clareza de onde queremos chegar.
Bem, voltando a questão da tolerância.
O que é tolerância?
Tolerância tem a ver com aceitação, ou pagamento de indulgência como esforço daquilo que é necessário suportar. Dar suporte para que algo se estabeleça ou até onde algo é admissível.
Tudo isso é usado de formas diferentes em ambientes diferentes, por exemplo: aceita-se/tolera-se que o motorista tenha em sua corrente sanguínea x% de álcool; ou por exemplo: na empresa a tolerância de desvio de peso na produção é de até x quilos por produto.
Os exemplos são muitos. A nossa questão aqui é a tolerância em relação à alteridade. Pelo menos, uma certa aceitação sobre até onde ir com a visão/ponto de vista de uma outra pessoa.
Quebre as suas certezas. Você não precisa SE QUEBRAR quando quebra as suas certezas. É tão rico poder SE questionar. SE perceber em situações diferentes de modo a acrescentar possibilidades.
Pelo menos precisamos tentar não colocar um muro entre nós e os outros.
A vida pode ser muito mais colorida. Não só de nuances, mas também de ideias, possibilidades e afeto.
Quando ficamos em um ponto de vista sem, pelo menos, tentar escutar o outro, também não estamos escutando a nós mesmos com carinho. Estamos com tantas resistências e medo que paramos (não nos desenvolvemos), nos machucamos.
Nós podemos muito mais do que imaginamos. Temos uma força que às vezes fica canalizada para a negação. Negação de aceitação, de mudança, de doação, de nos desenvolver.
Isso é uma ilusão porque nesse tipo de atitude há um enorme gasto de energia. Energia desperdiçada.
Por que não usarmos essa energia de outra forma? A nosso favor?
Vamos tentar escutar sem barreiras. Isso não quer dizer que você vai mudar.
Mas se for o caso, com respeito e amor sobre seus limites e tempo, não tenha medo de mudar.
Valorize seu processo de desenvolvimento. E fique em paz.
Boa jornada!
Rosângela Claudino
http://provoca.com.br/
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