Acordei com essa pergunta. Por onde eu andei sem andar? Quais caminhos percorri? Que memórias eu trago de cada um deles?
Numa análise sobre a rotina dos nossos dias, percebi que os caminhos eram muitas vezes repetitivos. Sabe aquela história de acordar e ir para o trabalho e se pegar fazendo sempre o mesmo trajeto?
Você já teve a sensação de escolher os mesmos bares e restaurantes para encontrar os amigos, ou repetir lugares que são familiares para você?
Confesso que algumas vezes até tentei inovar, mas me peguei inúmeras vezes nos mesmos lugares. E isso não era necessariamente ruim, mas hoje ao ter feito uma transição de carreira e ter continuado a ir mais profundamente no caminho do autoconhecimento me vejo questionando todas as situações onde estamos acomodados, acostumados e porque não dizer anestesiados.
Obvio que ao escolher um destino de viagem me aventurava a escolher um país, um roteiro novo, mas em muitas outras situações na minha vida, deixei de experimentar coisas novas, simplesmente por estar acomodada em fazer mais do mesmo.
Aí bateu a urgência pela vida. Por viver mais intensamente a outra metade que me resta. Foi decisivo ler um livro que fez refletir sobre o fato de podermos experimentar ser quem de fato somos e mais do que isso de experimentar coisas que achávamos que não poderíamos ser ou fazer.
Exerci a mesma função no trabalho por anos, e por mais que tivesse alguns desafios de implantar projetos novos, o pano de fundo era o mesmo.
E se eu pudesse experimentar outras atividades, outros trabalhos, outras formas de se trabalhar? E se eu pudesse me permitir fazer coisas que eu achava que não eram possíveis, ou tive preguiça de tentar? Ou simplesmente acreditei que tinha que ficar ali, fazendo a mesma coisa, no mesmo lugar por anos.
Veio um clique. É possível experimentar. É preciso sair do mesmo caminho e andar por ruas, espaços e pensamentos diferentes.
É possível, acima de tudo, me provocar para me inspirar e tornar meus dias e anos muito mais cheios de aventuras. Aumentar as possibilidades em tudo na vida. De conhecer novas pessoas, novos lugares, construir novas formas de se trabalhar e, claro, me divertir com a vida.
Essa decisão está se transformando num projeto. Um projeto que estou desenhando com uma amiga que sente o mesmo que eu, que percebeu as mesmas coisas e que está com a mesma curiosidade diante da vida.
Não sabemos onde isso vai dar, mas sabemos que tudo acontece no movimento. É no movimento que a vida acontece.
E queremos nos divertir, sem nos sentirmos ridículas por passar pelas indagações humanas e sim nos divertirmos em também sermos ridículas. Tudo faz parte.
Decidimos que não queremos ficar no caminho curto e estreito que estávamos até então. E nos apoiarmos acima de tudo nessa aventura. Até porque, quando nos colocamos a andar, percebemos que não estamos sozinhos e que existem milhares de pessoas buscando as mesmas coisas. E sempre dá medo de experimentar o novo, mas é possível reativar as paixões que nos movem e sair por aí andando por novas experiências e criando uma nova realidade a todo instante.
Vamos fazer isso por nós, é provável que desenharemos um percurso e que no caminhar ele mude, mas queremos nos entregar ao fluxo e com certeza sempre haverá novos lugares e coisas a fazer, a vivenciar, a se conectar.
Sempre um primeiro passo, sempre novos caminhos percorrer.
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