Será que existe uma resistência em olhar a espiritualidade e confundi-la com religião, qual a diferença entre elas?
O que será que acontece que as pessoas parecem ter uma resistência para olhar para a espiritualidade e acreditar que estamos falando de religião?
Para começar, então vou iniciar trazendo algumas definições de religião, no dicionário, a saber:
“Crença na existência de um poder ou princípio superior, sobrenatural; do qual depende o destino do ser humano e ao qual se deve respeito e obediência”.
“Religião é uma fé, uma devoção a tudo que é considerado sagrado. É um culto que aproxima o homem das entidades a quem são atribuídos poderes sobrenaturais. É uma crença em que as pessoas buscam a satisfação nas práticas religiosas ou na fé, para assim superar o sofrimento e alcançar a felicidade”.
Rubem Alves define religião como:
“A religião e a experiência religiosa passam a ser compreendidas como práticas que, ao invés de ‘retirar do mundo’, provocam a fazer história, a se comprometer com a superação das injustiças presentes em sua sociedade”.
Várias religiões têm como premissa dogmas, as quais as pessoas devem seguir sem questionar, raciocinar ou refletir. Precisam ser aceitas e ponto final.
Quando se fala de religião, então o termo é utilizado para expressar algo que transcende ao ser humano.
Já o termo espiritualidade se refere ao ser humano fazer um mergulho dentro si mesmo. Essa frase se conecta à fala de Sócrates: “Conhece a ti mesmo”. Dessa forma, estamos falando do autoconhecimento e da autodescoberta.
Convido as pessoas antes de resistirem, criticarem, julgarem, avaliarem ou interpretarem, procurem a clareza dessas duas expressões, entendendo as diferenças entre espiritualidade e religião. Uma possibilidade de abrir um espaço dentro de si para ressignificar e poderão se surpreender
E o que é espiritualidade na sua mais pura expressão?
É o ser humano buscar como pensa, para que pensa, porque pensa. É o pensar sobre o próprio pensamento. Além disso, se responsabilizar por 100% dos seus pensamentos, emoções, sentimentos, comportamentos e atitude. Entender o que é importante para si.
Espiritualidade é se relacionar com os seus valores, o quanto eles dirigem a sua vida. Fazer para o outro o que ele gostaria que fizesse para consigo mesmo. Sem pieguices ou religiosidade, mas sim com conhecimento de si mesmo. É despertar a sua autoconsciência para se assumir por completo e ser protagonista da própria vida. Deixando de culpabilizar o outro pelo que lhe acontece.
E o que é autoconhecimento?
É a mesma coisa que espiritualidade. Quando se é uma pessoa espiritualizada, então se tem total domínio de quem é, do que sente, pensa, reage e percebe a si mesmo. Dessa maneira, abre espaço para verdadeiramente perceber o outro. É a pessoa que tem muito claro dentro de si de que todos nós, sem exceção, somos diferentes. Porque tivemos experiências e vivências diferentes, fomos educados de formas diferentes. Costumo colocar que vemos e agimos na vida por filtros. Isso porque todo ser humano tem necessidades e elas total, parcial ou não atendidas, criamos as nossas crenças e valores. Deles criamos os nossos pensamentos, emoções e sentimentos e destes os comportamentos e atitudes.
O pensamento cria o que você quiser porque ele não conhece bloqueio, obstáculo ou dificuldade para você pensar o que quiser. Do pensamento é criado o sentimento e dele é criada a realidade. Sendo a própria pessoa a única responsável pelo que e como pensa, perante si mesmo.
A autodescoberta é autorreflexão que a pessoa faz sobre si mesma. É quando ela percebe, de fato, a sua verdadeira consciência sendo integralmente consciente pelos seus pensamentos, emoções, comportamentos e atitudes e o impacto que causa no outro.
Ser uma pessoa espiritualizada é ser uma pessoa consciente de si e do impacto que causa no outro e no ambiente.
Gostaria de fazer um convite a todos que ainda resistem ao termo: que procurem conhecer e se aprofundar. E perceber que nada adianta procurar fora, sejam fórmulas ou receitas para soluções dos problemas. Isso porque a resposta está em um único lugar: dentro de si mesmo, por meio da espiritualidade.
Vale lembrar que esse caminho não se dá em 3, 4 ou 6 meses, mas sim enquanto viver. De fato, um processo de autoconhecimento é apenas o início para um caminho sem volta. Algumas vezes, será mais doloroso do que outras, mais difícil em várias ocasiões e, às vezes, mais fácil. Mas de uma gratificação e realização profunda, pois poderá apoiá-lo a diminuir a ansiedade ou a angústia, grandes males da humanidade.
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre espiritualidade e as suas diferenças em relação à religião? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.
Abraço,
Wania Moraes
http://www.waniamoraes.com.br/
Confira também: Seu pensamento, cria o seu sentimento, cria a sua realidade
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