Uma das coisas mais certas da nossa contemporaneidade é que tudo é incerto. A economia já não se comporta mais como esperávamos, os países antes tidos como seguros e desenvolvidos estão quebrados, as empresas agora ficam tentando se agarrar a velhos modelos de gestão que não funcionam mais e investindo fortunas em “retenção de talentos” (aliás, reter não é o mesmo que prender? Quem quer ser preso mesmo que seja numa gaiola de ouro?). As escolas estão sendo questionadas pelos jovens, os casamentos mudaram de forma e a tecnologia vem vindo mostrar, a galope, que o que pensávamos que iríamos ver apenas nos filmes já é realidade. Como diria Caetano Veloso, alguma coisa está fora da ordem mundial.
Ou seja, que futuro nos espera? Como ter certeza de que o que fazemos hoje, com vistas a esse tal futuro, de fato vai servir para alguma coisa? É o que questionam vários de nossos atuais e passados pensadores, gurus, mestres. “Não há futuro”, como diz Humberto Maturana. “Não há passado, só há o tempo Zero, e nele podemos criar tudo que quisermos”, diz ele, com a calma de quem vive o tempo presente.
Sir Ken Robinson, em sua mais famosa – e divertidíssima – palestra no TED, que já teve quase 32 milhões de views, afirma que não temos como prever sequer o que vai acontecer em 5 anos, quem dirá como será o mundo mais adiante. O futuro é um vago mistério imaginativo.
Então por que passamos tanto do nosso tempo pré-ocupando a mente planejando para algo que não existe ainda – e que não sabemos sequer se vai servir? Eu tenho uma ideia: é para não estarmos presentes no agora. Nós fugimos do agora, pois o agora é o único momento em que nada se opõe a nós mesmos. Sobre o agora, temos plena responsabilidade, plenas capacidades. E isso é muito amedrontador. Mais fácil ficar pensando no futuro ou revisitando o passado, não é?
Acontece que é SÓ no momento presente que podemos criar algo. É no cotidiano que de fato a coisa acontece. É aí, agora, lendo esse texto, que seus pés encostam no chão. E é agora, nesse segundo, que você pode decidir andar para onde quiser. Não é ontem. Não é no futuro. É agora.
Claro, você precisa pensar em como fazer as coisas daqui pra diante, afinal a vida pede. Mas uma coisa é você viver o hoje com a cabeça no amanhã. E outra, é viver o hoje se dando conta de todas as possibilidades de criar sua própria realidade e inventar novas possibilidades para você mesmo. Não é ontem, não é amanhã. É agora. E você só tem o agora – ele vai te ajudar a criar o futuro, que nada mais será do que uma extensão do que você faz hoje.
Imagine você vivendo a vida que pensa lá para frente… mas não há futuro, baby. Quando é mesmo que você vai viver a vida que você quer?
Com amor e com alma,
Karinna
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