Por que somos todos imunes à mudança?
Há vários anos acompanho processos individuais de desenvolvimento, expansão da consciência e organização emocional. E no início desse caminho, o que mais me frustrava era a dificuldade que as pessoas tinham em mudar seus comportamentos, verdadeira e profundamente. Eu percebia apenas movimentos superficiais e pouco duradouros. E foi essa inquietação que me fez buscar outros sistemas, além do Coaching. Foi aí que conheci o Eneagrama da Personalidade, entre tantos outros que estudei.
Rapidamente me encantei com o Eneagrama, já que nos permite compreender os padrões habituais de personalidade de uma maneira muito eficaz. Também já nos indica caminhos para a mudança, para que possamos crescer e amadurecer pessoal e profissionalmente.
Quando se trata de mudança, geralmente sabemos o que devemos fazer, mas sofremos, tantas vezes, para realmente fazer. Uma das razões que lutamos ou resistimos é porque qualquer esforço para mudar traz consigo uma sensação de perda de alguma parte de nós mesmos. Uma parte de nós que, muitas vezes, serviu a um propósito importante quando éramos crianças. Mesmo que tenha se tornado contraproducente com o tempo.
Por exemplo, o comportamento de intimidação, às vezes, visto no tipo Oito. Esse comportamento pode, muitas vezes, ser o resultado infeliz de uma necessidade de sentir alguma sensação de poder; ordem e controle sobre o ambiente e sobre os outros, a necessidade de causar um impacto. Eles sabem que a imposição da sua vontade não é um comportamento positivo. Mas acham difícil parar porque alguma parte deles teme perder aquela sensação de poder que é tão central para sua sensação de bem-estar psicológico. Da mesma forma, para todos nós, as tentativas de mudança criam um compromisso interno. Muitas vezes não reconhecido, conflitante entre o desejo de mudar e o medo de perder algo que valorizamos.
Para mudar, devemos resolver esse conflito e nos certificar de que estamos atendendo à necessidade emocional implícita. Mas fazendo isso de uma forma que satisfaça essa necessidade de uma forma mais produtiva.
No caso dos Oito, eles precisam reconhecer sua necessidade de poder, controle e impacto, e encontrar maneiras positivas de buscá-los. Praticar a gentileza como forma de construir relacionamentos estáveis e harmoniosos. A ironia é que ao praticar esses comportamentos mais adaptativos – reconhecer e respeitar a necessidade emocional – o Oito começa a sentir cada vez menos necessidade de controle.
Por isso, em processos de mudança, não podemos simplesmente ignorar essas necessidades. Temos que reconhecer o porquê de tê-las. Respeitá-las como legítimas e resolvê-las por meio de comportamentos novos e apropriados.
Infelizmente, pode ser muito difícil para nós reconhecermos nossos padrões habituais. Como eles estão enraizados em uma narrativa interna que construímos e fortalecemos ao longo do tempo. E como essas narrativas costumam estar enraizadas em uma interpretação particular da estratégia preferida. Isso só acontece com a clareza daquilo que aconteceu na nossa infância e como isso está projetado no nosso comportamento enquanto adultos.
Para tanto, necessitamos uma reconexão com o nosso ser essencial, uma reconexão com o nosso próprio querer. A conexão nos faz sensíveis e torna assim a mudança possível. Com essa nova perspectiva, hoje posso dizer que acompanho processos de (R)Evoluções pessoais.
Gostou do artigo? Quer saber sobre os caminhos para a mudança? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.
Liz Cunha
https://www.lizcunha.com.br/
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