Alguns monges lá no Oriente têm o voto de pobreza e então eles vão mendigar, mas eles fazem isto não por falta de comida, mas para ativar a generosidade das outras pessoas, estas se veem compelidas a doarem alimentos, e é por isso que os monges fazem isso, é uma forma de beneficiar os outros.
A intenção de gerar benefício para as outras pessoas – no caso aqui a ativação da generosidade – é na realidade um ato de amor. Amar alguém é querer o bem-estar e a felicidade do outro.
As pessoas que realmente amam incondicionalmente são pessoas prestadias. Uma pequena porcentagem das pessoas vibra nesta frequência prestadia, estão além das influências do ego, de pensar só em si, no seu próprio bem-estar.
Esta palavra “prestadio” nos lembra de atitudes prestativas. Mas são dois aspectos diferentes, a pessoa prestativa é aquela que ajuda a carregar uma mesa, uma cadeira, a fazer uma mudança, emprestar dinheiro, é no sentido material. O prestadio é no sentido vivencial, um impulso que vem do coração, o quanto se propõe a ajudar pessoas, ou o quanto está aberta a beneficiar ou orientar pessoas.
A postura prestadia tem, portanto, ligação direta com a postura amorosa, voltada ao bem-estar e obtenção de felicidade do outro. No momento em que nos focamos no outro, saímos do “ego” do “eu condicionado”, e isso é uma fonte de felicidade muito grande. Portanto existe uma felicidade dentro de nós, que surge naturalmente quando removemos as barreiras do ego, do excesso de pensamentos, ou de conceitos. Outro exemplo desta felicidade interna é quando somos generosos. Seja qual for, um ato de generosidade traz a tona a felicidade plena, sempre presente dentro de nós. Nunca ninguém se sentiu mal ou infeliz por ter sido generoso.
Mas se falamos em bem-estar e felicidade, vamos lembrar de uma outra atitude diferente de querer ser feliz, que é o sofrimento humano. Todas as pessoas têm sofrimentos, em maior ou menor grau.
Se olharmos à nossa volta vemos que o mundo não é um mar de rosas e que as pessoas têm dificuldades enormes. Então aspiramos que estas pessoas não sofram tanto ou que não tenham tantos problemas. No sentido mais profundo significa ter uma aspiração interior que diminua ou cesse o sofrimento do outro.
Quando nos desenvolvemos mais, abrimos nossa consciência e entendemos mais sobre a Vida e a Fonte de Vida, percebemos que estes sofrimentos são desnecessários e que são ilusões mentais, criadas na mente das pessoas e que estas não têm concretude. Existem na forma de ilusão, como um cinema, um arco-íris, aparece, mas não é sólido. Aliás tudo na Vida é assim, um grande sonho.
Vamos levar estas questões para a prática das metodologias de Mentoring e Coaching. A forma mais elevada e profunda destas metodologias é a partir da postura prestadia, ou seja, com a disposição de ajudar ou beneficiar o outro incondicionalmente, por amor à outra pessoa, como uma atitude interna gratuita e incondicional. Significa ajudar a todos de uma forma igual e equânime, independentemente da condição social, independentemente de dinheiro ou de qualquer outra coisa. Mas a abordagem do amor é apenas um lado da moeda, precisamos do outro lado, que é a compaixão. “Cercamos” nosso cliente pelos dois lados, por amor e por compaixão, assim ele poderá ser profundamente tocado e acordar para a solução de suas dificuldades.
Então, podemos praticar Mentoring ou Coaching só porque está na moda, porque está sendo implantado nas empresas ou queremos fazer uma “média” com nosso chefe, ou por acharmos que vamos enriquecer com esta nova profissão. Esta motivação não é boa, é desastrosa e seus frutos não serão bons.
Escrevi este artigo para cada um lembrar e ativar a postura prestadia, – amorosa e compassiva – onde desejamos em primeiro lugar gerar benefícios às pessoas. Isto só será possível verdadeiramente com a aspiração pela felicidade e menor sofrimento do outro.
Lembre-se, a postura prestadia já está pronta dentro de você, no teu próprio campo da sabedoria. Basta acessar!
Para finalizar, deixo aqui uma frase muito linda, que mostra o espirito mais profundo do Mentoring e do Coaching! Desfrute!!
“Os professores ideais são os que se fazem de pontes, que convidam os alunos a atravessarem, e depois, tendo facilitado a travessia, desmoronam-se com prazer, encorajando-os a criarem as suas próprias pontes”. (Nikos Kazantzákis)
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