Pratique o Mindful Eating para se alimentar melhor
Olá! Todo mês trarei um assunto diferente ou complementar sobre alimentação e nutrição, com embasamento científico e temas da atualidade.
Assim como você – que imagino que, pelo fato de estar aqui lendo meu artigo, esteja em busca de se conectar mais com si próprio(a), se autoconhecer e se alimentar melhor, a fim de ter mais saúde e qualidade de vida – eu também estou nesse processo. E acredito que cada um de nós tenha algo a acrescentar na vida do outro, pois somos únicos, com conhecimentos e vivências diferentes.
Estar aberto a aprender e trocar experiências e aprendizados com outras pessoas é enriquecedor! Por isso, sinta-se à vontade para fazer comentários, me enviar mensagens e interagir por aqui ou pelas outras redes.
É com enorme prazer que escrevo para você nesta coluna, seja muito bem-vindo(a)!
Viviani Marcon
Pratique o Mindful Eating para se alimentar melhor
A prática do Mindful Eating nos amplia a percepção de que o ato de se alimentar têm se tornado cada vez mais automático. Muitas vezes, perdemos a referência da velocidade que estamos comendo, se realmente gostamos daquele alimento e se era mesmo aquilo que gostaríamos de comer naquele momento de fato.
O piloto automático do cérebro
Nosso cérebro é capaz de tornar muitas atividades rotineiras automáticas à medida que aprendemos e adquirimos prática em tais atividades. Por exemplo: andar, tomar banho, escovar os dentes, dirigir e andar de bicicleta.
Esse modo piloto automático é capaz de fazer com que nosso dia passe sem que notemos o que ou como fizemos determinadas coisas. Então isso reforça a impressão de que os dias, as semanas e os meses estão passando cada vez mais rápido.
No entanto, não significa que esse modo automático não seja importante para nós, pois ele otimiza a realização de funções, economiza nossa energia e dá espaço para realizarmos outras tarefas de forma consciente.
Contudo, tratando-se de alimentação, pode ser um problema. Você pode comer mais do que gostaria nas refeições ou comer sem perceber a ponto de se esquecer do que comeu durante o dia. Ou fazer escolhas inadequadas ou até mesmo não saciar suas vontades.
Quando isso acontece, as possíveis consequências são: ganho de peso, falta de energia, cansaço e outros sintomas que a má alimentação, por conseqüência, costuma causar.
Como saber então se eu me alimento no modo piloto automático?
Não é difícil perceber se você costuma comer com a cabeça em outro lugar, principalmente, se faz refeições assistindo à TV, trabalhando, usando o celular ou o computador.
Convido então você a fazer um exercício de autorreflexão sobre sua alimentação respondendo a algumas perguntas simples:
- Você costuma “beliscar” durante o dia?
- Se sente ansioso para comer ou faz escolhas impulsivamente?
- Você lembra o que e o quanto comeu na sua última refeição?
- Se a resposta para a pergunta anterior for SIM, você saberia dizer por que escolheu aqueles alimentos para comer?
- Você consegue descrever qual foi a sensação que teve ao se alimentar? Seja na sua última refeição ou, caso não se lembre, imagine em suas refeições habituais.
- Você consegue descrever qual foi a sensação do seu corpo ao terminar de comer? Por exemplo: se sentiu satisfeito com a quantidade e a escolha? Gostaria de repetir ou de comer outra coisa?
- Você estava com fome quando decidiu se alimentar?
- Você sentiu prazer com a refeição de fato?
Não se preocupe caso você não tenha conseguido responder a essas perguntas acima. A ideia é induzir essas reflexões para que, aos poucos, você comece a prestar atenção nesses sinais do corpo e a tornar seus momentos de alimentação mais conscientes.
Benefícios do Mindful Eating
Talvez você já tenha ouvido falar sobre o Mindful Eating ou Comer com Atenção Plena. Se trata de uma forma de aplicar o Mindfulness na alimentação, ou seja, de adquirir uma postura contemplativa, atentando-se às sensações internas, com foco na atividade em questão.
Os benefícios desta prática se estendem tanto a pessoas saudáveis quanto, e principalmente, a pessoas com doenças. Como exemplo: compulsão alimentar, anorexia, bulimia e obesidade. Até mesmo para quem não possui esses transtornos, mas têm uma má alimentação e cometem exageros, os benefícios se aplicam.
Estudos mostram que intervenções com o Mindful Eating trouxeram:
- Aumento do autocontrole;
- Aumento da autoeficácia (convicção da capacidade de realizar determinada tarefa) para perda de peso;
- Influência da escolha na quantidade de comida;
- Redução da impulsividade ao escolher um alimento;
- Redução do IMC (Índice de Massa Corporal);
- Promoção de mudanças saudáveis no comportamento.
Mindful Eating como forma de recuperar a consciência do ato de se alimentar
Listo abaixo 10 passos para você seguir como forma de aplicar o Mindful Eating na sua vida:
- Identifique o que você está sentindo e se está com fome;
- Tenha mente de principiante, vivenciando a experiência da mesma forma que um bebê (olhando, sentindo, cheirando, tocando e ouvindo);
- Elimine as distrações. Deixe o celular e/ou outros aparelhos eletrônicos de lado;
- Sinta o aroma dos alimentos, aprecie as cores e os formatos;
- Evite pensar em calorias ou nutrientes nessa hora, não julgue o alimento e então não se julgue pelo que está comendo;
- Mastigue devagar, sentindo bem o sabor e textura de cada alimento;
- Descanse o talher na mesa a cada mordida, a fim de ter mais calma e tranquilidade;
- Pense em como é bom ter aquele alimento no seu prato e sinta-se grato por isso;
- Se possível, feche os olhos algumas vezes para dar mais foco ao seu paladar;
- Para finalizar, analise como está sua fome e saciedade.
Existem mais formas de aplicar o Mindful Eating, e você pode ficar à vontade para criar outras maneiras que lhe agradem, funcionem melhor para você e te ajudem a estar presente, no agora.
“As pequenas coisas? Os pequenos momentos? Eles não são pequenos” (Jon Kabat-Zinn).
Gostou do artigo? Quer saber mais? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.
Viviani Marcon
https://www.instagram.com/vivianimarcon/
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