Família é o lugar em que desenvolvemos nossos laços. Onde somos amados, respeitados e aceitos da forma que somos. Existem as mais diversas configurações de famílias e, independentemente de como ela é formada, o valor mais importante de uma família é o de criar vínculos.
Todos nós desejamos um mundo melhor e para alcançar as mudanças que tanto queremos, devemos começar por nós mesmos. O primeiro passo para mudar uma realidade é conseguir enxergá-la. Ampliar nossa percepção para olhar a necessidade do outro. Estabelecer relações mais fraternas e afetivas nos ajuda a construir um mundo mais justo e empático.
Precisamos criar pontes no lugar de dividir. Pensar no bem comum, olhar além de nossas próprias prioridades. Ser solidário com a necessidade do outro que não teve os mesmos privilégios e oportunidades. Empatia não significa compaixão, ou seja, se apiedar pelo sofrimento alheio. Também não é fazer para o outro o que você gostaria que fizessem para você.
Devemos fazer para o outro o que ele gostaria que fizéssemos por ele, pois as pessoas pensam e possuem necessidades diferentes das nossas. Quantos conflitos nos relacionamentos são ocasionados porque as pessoas acreditam que suas necessidades e seus sentimentos não estão sendo ouvidos e compreendidos?
Muitas vezes, estamos equivocados sobre o julgamento que fazemos das outras pessoas. Com o passar dos anos, vamos perdendo a nossa curiosidade infantil, que nos leva a conhecer as coisas sem julgamentos e crenças, que nos levam a rotular as pessoas, principalmente as que são diferentes de nós.
Em nossa sociedade estamos muito preocupados em ser reconhecidos pelo que temos e pelo que adquirimos. Desejamos que nossos filhos sejam bem-sucedidos, mas o que realmente importa? Somos felizes quando desenvolvemos bons relacionamentos, buscamos um propósito de vida, lutamos por uma causa maior e damos nossa contribuição efetiva para a sociedade.
Cabe a nós ajudar nossos filhos a reconhecer a humanidade de outras pessoas, sua individualidade e singularidade. Ensiná-los a serem amigos do colega solitário, a oferecerem ajuda, a serem gentis e encorajadores, a pensarem nas necessidades das outras pessoas e a compartilhar.
Todo ser humano deseja ser valorizado, respeitado e aceito. Nós não vivemos sozinhos, não somos felizes na individualidade. Precisamos criar laços que façam a vida valer a pena. Que nos tragam experiências significativas, memórias afetivas e conexões verdadeiras. Desenvolver a capacidade empática, não só nos torna pessoas melhores, como também nos torna mais felizes.
Não exercitamos nossa empatia quando somos desrespeitosos com o outro, julgamos sob nossas próprias perspectivas e crenças. Quando aceitamos um privilégio que não nos é devido, ocupamos um espaço que não foi planejado para as nossas necessidades ou quando acreditamos que nossas necessidades são mais prementes do que as dos demais.
Teremos uma sociedade melhor quando pensarmos na coletividade e contribuirmos para que todos vivam com equidade e dignidade. Precisamos ter a coragem para fazer as mudanças necessárias em nossa vida e nos questionar: Eu tenho feito o meu melhor para promover as mudanças que desejo? Como tenho contribuído para exercer a minha cidadania?
Uma cidadania responsável requer um alto grau de interesse social, que cultive os valores mais fundamentais de respeito, solidariedade, tolerância, gentileza e empatia. Que possamos viver em permanente evolução, buscando soluções, superando preconceitos, criando vínculos afetivos e encontrando formas de ter uma vida mais plena em significado e felicidade.
Danielle Gomes
Participe da Conversa