
Você Está Presente em Suas Interações ou Apenas Espera para Responder?
Você já reparou quantas vezes alguém está falando algo e quando ele acaba normalmente tem alguém que pergunta algo que a pessoa já falou?
Quantas vezes você já percebeu que mesma pergunta ou a mesma fala é repetida por outras pessoas porque ninguém escutou quem falou ou quem perguntou?
Por que será que este fenômeno acontece?
Porque na verdade não se está presente. Podemos observar esse fenômeno em diversas situações:
- Você entra em uma loja, você se interessa por um produto e pede para o vendedor e ele não traz o que você pediu. Em nenhum momento a pessoa se interessa por você, pois ela está interessada em vender;
- No supermercado, na sessão de frios, você pede um peso de alguns frios e a pessoa não anota, acha que vai lembrar e coloca uma quantidade maior ou menor do que você pediu.
Podemos citar muitas outras situações e você deve estar aí pensando nas suas situações.
Segundo Daniel Kahneman, autor do livro Rápido e Devagar duas formas de pensar colocar que vivemos 95% do nosso tempo no automático, que foi dado o nome de Sistema 1 e apenas 5% do tempo no esforço, no sistema 2, ou seja, no presente.
Normalmente só ficamos no sistema 2 quando começamos a aprender algo novo, quando mudamos de caminho, quando começamos em uma nova empresa, aprender a dirigir e depois que nos acostumamos ou aprendemos vamos para o sistema 1 de novo. O que é bom lembrar que estar presente é estar no sistema 2 para podermos prestar atenção às pessoas.
Marshall Rosenberg, o criador da Comunicação Não Violenta (CNV), aborda o estado de presença como um componente fundamental para a prática da CNV. Para ele, estar presente significa estar totalmente consciente e atento ao que está acontecendo dentro de nós e ao nosso redor, permitindo uma conexão mais profunda com os outros.
Vamos observar 5 aspectos importantes sobre o estado de presença na CNV:
1. Autoconsciência:
A presença começa com a autoconsciência, onde nos tornamos cientes de nossos próprios sentimentos, necessidades e reações. Essa consciência nos ajuda a nos conectar com nossas emoções sem julgamentos, desenvolvendo uma abertura para o outro;
2. Empatia:
Estar presente também envolve a capacidade de escutar os outros com empatia. Isso significa prestar atenção não apenas às palavras que estão sendo ditas, mas também ao que está por trás delas, as necessidades e sentimentos. Essa escuta empática é fundamental para criar um espaço seguro para o diálogo. Podemos dizer que é escutar, sem misturar com o próprio pensamento, ou seja, estado de presença;
3. Sem julgamento:
Rosenberg enfatiza que a presença na CNV requer uma atitude de não julgamento. Estar presente implica suspender críticas e interpretações, permitindo que a comunicação flua de maneira mais livre e honesta. Porém o julgamento é inerente e julgamos em 1,2 milésimos de segundos. O que podemos fazer é colocar uma lupa e revisitar esse julgamento para ampliar a perspectiva;
4. Conexão genuína:
A prática da CNV visa estabelecer conexões genuínas entre as pessoas. O estado de presença facilita esse processo, pois permite que as interações sejam mais autênticas e significativas;
5. Intenção clara:
A presença está ligada à intenção que trazemos para as nossas interações. Rosenberg sugere que é importante nos perguntar qual é a nossa intenção ao comunicar algo, se é promover compreensão, conexão ou resolver um conflito.
Em resumo, para Marshall Rosenberg, o estado de presença na Comunicação Não Violenta é vital para cultivar relacionamentos saudáveis e resolver conflitos de maneira eficaz.
É possível dizer que o estado de presença pode contribuir para que possamos curar feridas antigas e a evitar novas.
Essa presença não só melhora a qualidade da comunicação, mas também promove um ambiente onde todos se sentem escutados e respeitados.
Estar presente é estar conectado consigo mesmo e com o outro, buscando limpar o que está passando na sua cabeça, que não é o que o outro está falando. Escutar requer atenção e dessa forma damos importância ao outro que está na nossa frente.
E você escuta para entender ou escuta para responder?
Gostou do artigo?
Quer saber mais sobre como o estado de presença pode melhorar a comunicação e fortalecer as relações interpessoais? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em compartilhar mais sobre esse tema.
Um grande abraço e até o próximo artigo!
Wania Moraes Troyano
Especialista em Resiliência Científica e Neurociências
http://www.waniamoraes.com.br/
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