Princípios e Valores: Como você toma as suas decisões?!
Os amigos aqui do portal sabem que eu sou um contumaz leitor (e analista) de estudos que estão na fronteira do conhecimento. Muitos deles acadêmicos e outros mais nascidos de experiências práticas. Conteúdos sempre oriundos de fontes confiáveis e por autores notáveis, daí me permitindo traduzir um conteúdo denso em linguagem mais simples e objetiva.
Desta vez, inspiro-me em uma publicação recente da Harvard Business Publishing (Education), cujo teor tem foco no desenvolvimento de tomadores de decisão com princípios. Em outras palavras, fazer com que os jovens saibam enfrentar os dilemas éticos que certamente enfrentarão em suas carreiras.
Esse tipo de desafio eu desenvolvi e desenvolvo, regularmente, em cursos de negociação e em mentorias com executivos e lideranças. Contudo, é muito gratificante ver assunto tão crítico fazer parte da agenda educativa de jovens. O comandante desse estudo chama-se Jack Fucks, professor adjunto de empreendedorismo na Universidade de Stanford. É também professor afiliado da ESCP Europe e colaborador do Unternehmer TUM (Universidade Técnica de Munique).
Fuchs orienta empreendedores e conduz workshops mundo afora e, entre outras frentes de trabalho, ele oferece um curso que prepara os alunos para pensarem criticamente sobre como os seus valores e princípios pessoais comandam as difíceis decisões que terão de tomar, à medida que expandem os seus negócios.
Ele aponta que muitos problemas de negócios não podem ser resolvidos com sucesso por uma resposta rápida, na base do “sim ou não”. Para encorajar uma abordagem completa e cuidadosa para lidar com questões espinhosas, o seu curso Decisões Empreendedoras com Princípios pede aos alunos que desenvolvam uma profunda compreensão de seus próprios valores pessoais. Depois, isso chega até a compreensão de estruturas verbais e vocabulário pertinente para aplicar nas próprias iniciativas, pessoais e empresariais. E então finalmente, uma experiência integrativa e culminante testa esses valores e princípios à medida que são aplicados em situações realistas.
Fucks comenta, no artigo da publicação citada, que no desenvolvimento do programa educacional com jovens ele se esforça para não impor alguma construção ética aos alunos. Em vez disso, ele quer que os alunos explorem com os colegas o fórum de discussão, para assim construírem a própria forma de abordagem aos valores e princípios que levarão consigo ao saírem da escola e, então, aplicarem no cotidiano do mercado de trabalho. Em outras palavras, ele fornece aos alunos as ferramentas de que precisam para tomar decisões de negócios baseadas em valores e princípios sólidos, em qualquer carreira que seguirem. Será que isso não lembra e motiva a que os coaches e mentores tenham sempre essa mesma linha de trabalho com os seus clientes?
Antes de encerrar esta postagem, além de desafiar os coaches e mentores para instigarem os seus clientes na validação de seus princípios e valores atrelados com os processos decisórios que enfrentam no seu dia a dia, deixarei então aqui três dicas para todos os leitores se autodesafiarem.
Confira as dicas:
- Um pouco mais, um pouco menos, decisões são essencialmente vinculadas aos pesos (prioridade, importância) que damos às várias dimensões envolvidas. Ou seja, ao decidirmos há um balanço mental que incorpora aspectos financeiros, emocionais, educacionais, sentimentais e outros, muitas vezes com perspectivas de curto prazo, outras com perspectivas de longo prazo. Nunca haverá clareza absoluta e a tomada de decisão envolve uma aposta. Contudo, o que nunca pode ser esquecido nesse processo, está na rigidez com que os nossos princípios e valores serão respeitados.
- Nossas emoções são importantes, mas sozinhas e sem considerar outros fatores, elas podem nos gerar um desastre. O medo pode nos fazer fugir e a raiva pode nos fazer ficar violentos. Não podemos deixar de fazer funcionar a parte do cérebro que tem lógica e, até por essa razão, aprendeu com erros e acertos. Para melhorarmos sempre o nosso processo decisório, temos que aprender a dizer “não” para nós mesmos. Saber identificar e agir onde isso é possível, usando o livre arbítrio para contornar os problemas em que não temos ação direta.
- Quando se trata de meditar sobre a decisão a tomar, lembre-se de listar (entender) claramente os “prós” e “contras”. Tanto no curto quanto no médio prazo (se possível, no longo prazo). E, em cada caso, qual a sua motivação com a decisão e como ela impacta (ou não) em seus valores e princípios. Pode ter certeza de que, em muitas situações da vida pessoal ou profissional isso não será simples. Busque na sua memória as situações do passado em que a decisão ficou muito complexa por envolver pessoas de seu relacionamento próximo. Nesse momento, se identificar “motivos ocultos” ao avaliar uma decisão, pergunte-se se o cenário que você projeta se alinha com quem você é. E, principalmente, com quem você pretende ser.
Por fim, e estimular a reflexão dos leitores, encerrarei compondo uma expressão a partir de três pensadores…
Uma decisão que tomei de me desafiar na construção desta provocação: O único poder total que você tem é o poder de suas decisões, então use-o à vontade (Paulo Coelho). Assim, uma pessoa será tão feliz quanto a sua mente decidir (Abraham Lincoln). Mas tome cuidado nas suas decisões! Porque quem assumir se colocar como dono da Verdade e do Conhecimento será consumido pela gargalhada dos Deuses (Albert Einstein). Assuma as suas decisões e seja responsável por elas!
Gostou do artigo? Quer saber mais sobre como desenvolver a tomada de decisões baseadas em princípios e valores? Então entre em contato comigo. Terei o maior prazer em responder.
Mario Divo
https://www.mariodivo.com.br
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