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Processo seletivo de estágio

Quando se está na universidade a figura do estágio representa uma obrigatoriedade, não só pelas horas de estágio para se ter o diploma, mas também pela pressão social para se ter um estágio.

Ser universitário é começar a dar os primeiros passos na vida adulta, seja porque você será responsável pela qualidade da sua formação e profissão, ou seja por questões pessoais da vida que podem ir ao encontro nesta fase da vida, como morar sozinho, relacionamento e início da vida profissional com o trabalho e o estágio. E é deste último elemento, o estágio, no meu caso, que quero falar um pouco desta vez.

O meu mês de abril foi marcado por uma coisa: processo seletivo. E por fim, no dia 29 de abril consegui passar no processo seletivo que mais queria. E neste texto vou tratar da questão emocional de alguém que está na universidade e procurando estagio.

Quando se está na universidade a figura do estágio representa uma obrigatoriedade, não só por questões técnicas em relação a horas de estágio para se ter o diploma, mas também uma obrigatoriedade social no sentido de pressão social para se ter um estágio. Com isso o estudante, muitas vezes, se submete a um estágio que lhe desgasta, não lhe ensina e não obedece a lei de estágio. Com isso, aquele estudante que, por qualquer motivo, não estagie durante a universidade se sente pressionado a conseguir um emprego e essa pressão pode ser um obstáculo para se conquistar a tão querida vaga de estágio.

Durante o mês de abril eu participei de, ao menos, vinte processos seletivos, realizei mais de vinte e cinco entrevistas e fui a diversos lugares de São Paulo. Para cada “sim” eu ouvia cinco “não”. Depois de muita entrevista a gente começa a perceber que não tem como adivinharmos o que o entrevistador precisa e qual o perfil de candidato que mais se adequa àquela empresa. Assim acredito que não mentir sobre a sua personalidade e histórico profissional é o melhor a se fazer pois, caso contratado fundamentado em mentiras, terá que sustentar essa máscara para manter seu emprego, assim, além de ser insuportável no sentido pessoal e comportamental, também faz com que o estagiário não aproveite para aprender uma profissão. Outra coisa que acho importante: confie que você consegue aquele estágio que mais deseja, mesmo que demore semanas e mesmo que tenham lhe oferecido vagas com certeza de contratação, se não for aquela vaga que você mais deseja, continue atrás e batalhando por aquela que quer pois, a experiência de trabalho será muito mais produtiva e a sensação de vitória e conquista vale muito a pena.

Manter a autoestima durante todas as entrevistas e processos seletivos que duram mais de uma semana não é uma coisa simples, tanto por causa dos vários “nãos” que são ouvidos quanto pela vontade e necessidade de se conseguir um estágio. Mas confie nas suas experiências de trabalho anteriores e, caso não as tenha, na sua proatividade. Com certeza, a proatividade é o fator que mais conta em um processo seletivo de estágio, pois, a empresa quer aquele indivíduo que queria aprender a trabalhar, tendo assim cem por cento de aproveitamento tanto para si quando para o estagiário.

E nunca se esqueça do mais importante: é apenas um estágio. O objetivo é aprender uma profissão. E não deixar os estudos de lado por uma possível efetivação que, na maioria das vezes, pode não ocorrer.

Beatriz Alves Ensinas é Estudante de Direito na PUC-SP, estagiando na área e em São Caetano do Sul, São Paulo. Depois de três anos contribuindo na coluna “De adolescente para adolescente”, iniciada por ela e depois tendo a parceria de Bruno Sales, a partir de agora ela é responsável pela coluna “De Universitário para Universitário”.
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